Bolsonaro e Haddad vão para 2º turno em eleição marcada pela polarização entre direita e esquerda
Votações de Bolsonaro e Haddad ficaram acima do que apontavam as pesquisas e fora do intervalo considerado tolerável pela margem de erro

O Brasil terá um embate entre direita e esquerda no segundo turno. Jair Bolsonaro (PSL) ficou com 46,03% dos votos válidos e Fernando Haddad (PT) conquistou 29,28%, com 99% das urnas apuradas, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A eleição marcou a morte do Centrão e a polarização extrema do país. Os candidatos que tentaram ser uma terceira via ao radicalismo, como Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin, não conseguiram angariar votos.
A decisão da eleição ocorreu na reta final. Um dos fatos mais marcantes da eleição foi o atentado contra Bolsonaro no dia 6 de setembro, que deixou o líder das pesquisas internado no último mês da campanha. O caso trouxe exposição a Bolsonaro e ele ganhou mais votos após o episódio.
Outro fato marcante da reta final foi o avanço de Haddad. Antes de 17 de setembro, o petista não aparecia nas pesquisas no segundo turno. A vaga no segundo turno mostra que a estratégia do PT de lançar Lula como candidato, mesmo ele estando preso em Curitiba, foi bem-sucedida. O ex-presidente aparecia em primeiro lugar nas intenções de voto antes da eleição e conseguiu transferir um número suficiente de eleitores para garantir Haddad no segundo turno.
Reação dos mercados
O mercado começou a eleição na torcida por Geraldo Alckmin, que fechou um acordo com o Centrão e prometia propor as reformas econômicas no início do mandato. Como Alckmin não emplacou, o mercado financeiro rapidamente migrou para a torcida de Jair Bolsonaro. Na última semana, com o avanço do capitão do Exército trouxe euforia aos mercados, que passaram a vislumbrar a possibilidade da vitória de Bolsonaro no primeiro turno.
Não foi o que aconteceu, mas a votação de Bolsonaro (e também de Haddad) ficou acima do que apontavam as pesquisas e fora do intervalo considerado tolerável pela margem de erro. Na última pesquisa do Ibope, divulgada na véspera da eleição, Bolsonaro tinha 41% dos votos válidos, contra 25% de Haddad.
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