A eventual privatização da estatal de energia Cemig pode acontecer até mesmo antes que o novo governo conclua o processo de saneamento da empresa. A afirmação é do governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
"Se o mercado precificar bem, por que esperar [pela privatização]?", disse Zema, que participou hoje de evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo.
Como esperado, os investidores reagiram imediatamente às declarações do governador eleito. As ações da Cemig fecharam em alta de mais de 5%, enquanto o Ibovespa terminou o dia em leve alta de 0,24%.
Existem dois caminhos possíveis para a venda das empresas controladas pelo Estado, segundo o governador eleito. O primeiro seria fazer a melhora da gestão para recuperar o valor das companhias como a Cemig e a Copasa, de saneamento, em um processo de venda.
Mas caso o mercado esteja disposto a assumir o saneamento da empresa, e ainda ofereça ao Estado em uma privatização um preço que já considere a companhia ajustada, a venda poderia acontecer antes.
A Constituição de Minas estabeleceu que empresas estatais, como a Cemig, só poderiam ser privatizadas mediante referendo popular. A alteração foi feita na gestão de Itamar Franco no governo do Estado. "Temos que mudar a Constituição para proceder a privatização", afirmou Zema.
O governador eleito de Minas disse ainda que o Estado pretende aderir ao programa de recuperação fiscal do governo federal. Para isso, ele anunciou o nome de Gustavo Barbosa para a Secretaria da Fazenda do Estado. Ele ocupou a mesma função no Rio de Janeiro quando o Estado aderiu ao programa de recuperação federal.