Private Equity em 2025: quais tipos de empresas estão na mira de investimentos dos gestores da Spectra, Advent e Warburg
Henrique Muramoto, head da Warburg Pincus no Brasil, Ricardo Kanitz, sócio fundador da Spectra Investimentos, e Wilson Rosa, diretor de operações da Advent, responderam a essa pergunta durante o evento da UBS
Já não há dúvida no mercado de que o cenário macroeconômico será desafiador em 2025. Mas, como também já é sabido para quem investe em um país marcado por crises, é em tempos mais nebulosos que oportunidades de novos caminhos surgem. E é nesta linha de pensamento que seguem agora alguns dos maiores investidores de private equity do mundo.
Tá bem, mas em busca de quais tipos de empresas e outros ativos esses gestores estão neste momento?
Henrique Muramoto, head da Warburg Pincus no Brasil, Ricardo Kanitz, sócio fundador da Spectra Investimentos, e Wilson Rosa, diretor de operações da Advent, responderam a essa pergunta durante evento promovido pela UBS na manhã desta quarta-feira (29) em São Paulo.
Ainda que tenham suas particularidades, as três gestoras têm sob sua gestão bilhões de dólares que são dispostos em private equity de formatos, volumes e setores tão díspares quanto imóveis, empresas familiares e startups. E nenhuma delas parece preocupada com a falta de oportunidades que qualquer situação adversa trará ao país.
“Nos últimos quinze anos, vemos que as oportunidades se adaptam a qualquer grande mudança de cenário. Ainda há muito capital indo para venture capital, por exemplo, mas por outro lado há uma miríade de segmentos, dentro do micro, com oportunidades muito interessantes”, afirmou Kanitz.
Uma dessas oportunidades, apontam os gestores, é investir em empresas de tecnologia, em especial as de software, que estão com boa liquidez e, principalmente, fornecem soluções para clientes de nichos, que são outras empresas segmentadas. O potencial de crescimento de negócios destas fabricantes de software para B2B, afirmam, é imenso.
Leia Também
MBRF e os sauditas: um negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
“Temos em nossa carteira empresas líderes de softwares para conversão de WhatsApp para vendas, setor de turismo e em outros segmentos bem nichados… portanto, são empresas que perdem poucos clientes porque eles dependem dela e vemos um crescimento exponencial muito grande nesses tipos de ativos”, contou Muramoto.
O crescimento e dependência da tecnologia pelos brasileiros, tantos pelos consumidores como pelos negócios, potencializa a confiança de investir em ativos do tipo. “Também é uma forma de diluir o impacto da valorização cambial em empresas que crescem bem e organicamente e que podem gerar retorno em dólar para nossos clientes adequados para investimentos em private equity”, diz ele.
Seguros, empresas de serviços, empresas que são líderes em seus setores que atuam muito via M&A, também estão no portfólio da Warburg. “Mas, como falei, software, tecnologia e dados são o nosso alvo principal hoje”.
Tanto Advent quanto Spectra concordam com essa estratégia e admitem ter em suas carteiras ativos similares, até como proteção, pensando em empresas que vão se valorizar mais do que o mercado, independentemente do que aconteça no ambiente macro.
A avaliação dessas empresas, enfatiza Kanitz, leva em conta principal o ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), a maneira como é gerado caixa com a venda de software para segmentos de agências de viagens, mecânicos e educação, por exemplo.
Private Equity: prioridades do mercado secundário
Ainda no mercado secundário de private equity, de compra de participação em companhias, os três gestores acreditam que há sim boas oportunidades, principalmente em empresas que já estavam bem preparadas em liquidez para atravessar o momento atual.
Em um período em que empresas brasileiras bateram recordes de emissões de dívidas, novos investimentos podem ser feitos por esses fundos em negócios que mostram resiliência e um olhar mais estratégico no cenário atual.
Porque, pensando racionalmente, talvez este pode ser um bom momento, por exemplo, para abrir unidade em lugares que eram desejados, mas eram caros. Ou para comprar rivais ou até expandir a produção de algo que já se provou rentável.
“Claro que, o que temos em comum para todos os negócios que investimos hoje é a cautela. Se for possível esperar para fazer novos investimentos em seis meses, esperamos. Mas ainda assim sempre com decisões pensadas para acelerar o crescimento”, disse Wilson, da Advent.
Os três também falaram sobre o fato de alguns negócios terem colocado os pés no chão com relação aos seus valores reais.
Se antes, em 2021 e 2022, a euforia do mercado pós-pandemia muita gente fugiu da realidade com um otimismo exacerbado, o último ano foi de um tempo mais racional do ponto de vista tanto de investimentos quanto de auto reconhecimento.
Isso porque os fundadores de algumas dessas empresas, alvo de fundos de private, tendem naturalmente a encararem os próprios negócios sendo mais valorosos do que realmente são, até mesmo por olharem muito para dentro da operação e, algumas vezes, pouco para concorrência ou mudança de comportamento dos clientes.
Agora, contou Muramoto, está mais palpável explicar para algumas delas que o foco não pode ser só crescer, é necessário pensar na rentabilidade, aliado ao futuro.
“Mas ainda temos alguns projetos no portfólio principalmente em 2025 que precisam encontrar melhorias no balanceamento entre crescimento e eficiência”, afirmou Muramoto.
“Acho que o mercado investiu muito com foco em crescimento a qualquer custo e essa não é a nossa filosofia. A nossa é o foco maior em rentabilidade e não só em crescimento”.
Há também outras regras na busca de ativos, no caso da Warburg, que quase não investe em empresas que não tem um ou mais compradores estratégicos para aquele mesmo ativo, assim como não focam em negócios que não contam com a participação acionária dos fundadores.
“Um dos aspectos é o alinhamento, temos que ver se há uma direção comum, ter isso muito bem conversado antes. Há negócios que deixamos de fazer por isso, porque falta pensarmos em uma estratégia conjunta”, afirmou Henrique.
- E MAIS: Hoje é dia de Super Quarta – veja como as decisões do Copom e Fed podem mexer com seus investimentos
Outros tipos de ativos: Search Funds em alta
Ainda sobre os tipos de investimentos na carteira da Spectra, Kanitz falou da relevância que investimentos em Search Funds têm ganhado nos últimos dois anos.
Esses são tipos de negócios com potencial de crescimento, sejam familiares ou startups, que são geridos por jovens talentos, recém-formados em MBAs da Stanford ou outras universidades de peso.
A busca por esses talentos se deve ao fato de que eles receberão da gestora um recurso para um, dois anos de salário, enquanto tocam o negócio que, se der fruto, seguirá sendo gerido por ele e recebendo investimentos do fundo.
Fora do país, conta o sócio-fundador da Spectra, esse tipo de investimento é muito comum e pelo retorno que tem dado tem muito o que crescer também no Brasil. “São empresas de seis vezes o ebitda, na média, que demandam aporte baixo, temos muita esperança de que isso é um setor interessante”.
Ele dá o seguinte exemplo: pense que você investiu em uma empresa que pode vir a ter US$ 5 bilhões de valor de mercado, mas no caminho você descobre que esse valor pode ser muito maior. Sendo que o risco pelo investimento sai muito em conta.
“Search funds é uma opção muito barata para se investir, basicamente o salário de duas pessoas. Na prática são dois anos de busca que serão a entrevista de emprego neste talento, sendo que você pode descobrir algo bem maior”, contou.
A mesma linha de pensamento é hoje aplicada na busca por imóveis residenciais (de altíssimo padrão, no caso dos private equity). “A visão de valuation [para search funds] é parecida quando analisamos imóveis residenciais”, afirmou Kanitz.
Em meio a possível venda à J&F, Eletronuclear vê risco de ‘colapso financeiro’ e pede ajuda de R$ 1,4 bilhão ao governo Lula, diz jornal
O alerta da estatal é o mais recente de uma série de pedidos de socorro feitos ao longo dos últimos meses
Dividendos gordos? Petrobras (PETR4) pode pagar nova bolada aos acionistas — e bancos já calculam quanto vem por aí
Com avanço na produção do terceiro trimestre, mercado reacende apostas em dividendos fartos na petroleira. Veja as projeções
Com vitória da Ambipar (AMBP3) na Justiça, ações disparam; como fica o investidor?
O investidor pessoa física pode ser tanto detentor de ações da companhia na bolsa quanto de debêntures da empresa. Veja quando e se ele pode recuperar o dinheiro investido
B3 (B3SA3) recebe mais um auto de infração da Receita Federal referente a amortização de ágio na incorporação da Bovespa Holding
Dona da bolsa já obteve decisões favoráveis do CARF cancelando autos de infração anteriores que questionavam a amortização do ágio em outros anos
BTG Pactual lança o BTG Pay e abre lista de espera para maquininha própria, marcando estreia no segmento de adquirência
De olho nos clientes pessoa jurídica, BTG lança maquininha de cartão e solução de pagamentos integradas ao app BTG Empresas
MBRF (MBRF3) lança Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo, e mira IPO em 2027; ações disparam
A dona da Sadia e Perdigão e a subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture para conquistar mercado de alimentação voltada para muçulmanos
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço e Bradesco (BBDC4) no passo a passo da recuperação: o que esperar dos balanços dos bancos no 3T25
O Santander será o primeiro dos grandes bancos a divulgar o balanço, seguido pelo Bradesco e outros gigantes do setor financeiro brasileiro; veja as previsões do mercado
ANP libera funcionamento de refinaria alvo da Operação Carbono Oculto; ICL manifesta preocupação com o setor
Segundo as investigações, o núcleo principal das atividades criminosas teria se associado ao Grupo Refit
‘COP paralela’ pode ser o reforço que a COP30 precisa para aquecer o debate entre empresas que não vão à Belém
Altos custos, falta de estrutura e desistências não apagam o potencial da conferência para redefinir o papel do país no financiamento climático e na transição ecológica
Ultrapar (UGPA3) abocanha 37,5% de participação na VirtuGNL por R$ 102,5 milhões; entenda o que está em jogo com a aquisição
A VirtuGNL vem se consolidando como referência de soluções de baixo carbono no setor de transporte rodoviário, com foco na substituição do diesel, segundo a Ultrapar
Em recuperação judicial, Americanas (AMER3) busca rotas para o crescimento e lança programa de pontos
O programa “Cliente A” será lançado em três fases e contará com sistema de pontos integrado ao cartão de crédito da marca
Mais uma vitória para a Ambipar (AMBP3): Justiça do Rio de Janeiro prorroga blindagem contra credores
A prorrogação da medida cautelar suspende pagamentos da companhia até que haja uma decisão sobre o pedido de recuperação judicial da Ambipar
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
Produção de petróleo da Petrobras (PETR4) sobe 18,4% no 3T25 e China é o destino de mais da metade das exportações
Considerando só o petróleo, a produção média da estatal avançou 18,4% na comparação ano a ano, para 2,520 milhões de barris por dia (bpd)
Crédito de R$ 1,2 bilhão e até carro de som nas ruas: a estratégia da Casas Bahia (BHIA3) para a Black Friday
Com central de dados operando 24 horas e R$ 1,2 bilhão em crédito liberado, Casas Bahia aposta em tecnologia para turbinar vendas na maior Black Friday de sua história
Privatização da Copasa (CSMG3) avança, e BTG vê potencial de alta de até 48% nas ações se empresa repetir o modelo da Sabesp
Com a PEC que dispensa referendo aprovada em 1º turno, a privatização da Copasa (CSMG3) ficou mais próxima — e o BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra, projetando forte potencial de valorização
Azul (AZUL4) publica plano de negócios atualizado como parte do Chapter 11 e se diz confiante nas negociações com fornecedores
A aérea passou a projetar uma alavancagem ainda menor após sair da recuperação judicial, desta vez em 2,5 vezes
Elon Musk ameaça deixar a Tesla se não receber pacote de US$ 1 trilhão — mas o CEO mais polêmico do mundo jura que não é pelo dinheiro
Ultimato de Musk acontece poucos dias antes da assembleia de acionistas da fabricante de carros elétricos, que decidirá se aprova ou não seu novo plano de pagamento
Cosan (CSAN3) aprova aumento de capital e lança oferta de R$ 10 bilhões em ações para entrada de BTG e Perfin
BTG, Perfin e a holding da família Ometto são os investidores-âncora, e já garantiram a compra do lote inicial em acordo de investimentos
Copasa (CSMG3) mais perto da privatização: PEC que dispensa referendo popular é aprovada em 1º turno por deputados mineiros
Se aprovada também em segundo turno, medida dará sinal verde para desestatização da companhia de saneamento do estado de Minas Gerais