“Prepare-se para muita volatilidade na Bolsa”
Para Carlos Massaru Takahashi, presidente da gestora BlackRock no Brasil, a oscilação da Bolsa de Valores na última semana assustou, mas não surpreendeu
A queda de braço entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o líder da Câmara, Rodrigo Maia, transformou a Bolsa de Valores em uma montanha-russa na última semana. Em menos de uma semana, o índice Ibovespa caiu 9 mil pontos - do patamar histórico dos 100 mil pontos para 91 mil. Para o presidente da gestora BlackRock no Brasil, Carlos Massaru Takahashi, a oscilação assustou, mas não surpreendeu. "O investidor precisa entender que essa volatilidade faz parte do desafio da reforma da Previdência", destaca.
Takahashi lidera desde março a operação brasileira da maior gestora de recursos do mundo, com US$ 5,6 trilhões de recursos administrados e presença considerada ainda tímida no País (que ainda é o quarto mercado da empresa na América Latina). "Nossa missão é transformar o Brasil no principal mercado da região", diz o executivo, que planeja uma revisão no portfólio da gestora.
Leia trechos da entrevista:
Após turbulências entre Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a Bolsa caiu 9 mil pontos em poucos dias. O mercado se assustou com o governo?
O mercado trabalha muito em cima das expectativas. O reconhecimento de que o governo estava trazendo uma equipe forte e sensível na área econômica levou a Bolsa para recordes. Mas, à medida que avançam as discussões sobre a reforma da Previdência, isso traz volatilidade. Acho que, apesar disso, estamos agora falando de uma Bolsa que oscila na casa dos 90 mil pontos, um patamar historicamente bastante elevado.
O sr. esperava esse nível de oscilação?
Leia Também
Não desse nível. Mas trabalhamos com um cenário de bastante volatilidade em 2019, em função de todos os fatores. O investidor precisa se preparar para muita volatilidade na Bolsa. Ninguém era ingênuo em achar que a discussão da reforma não seria difícil. Enquanto a discussão estava em um campo em que prevalecia o debate técnico e econômico, isso encontrava um nível de ressonância. Mas, na hora que migra para o campo político, como agora, a reforma traz volatilidade.
Quais setores mais sofrem neste momento?
As ações que têm causado essa grande volatilidade são as relacionadas com o governo e com os bancos, que também foram bastante impactados. Também o setor de commodities e as empresas do sistema elétrico. Há ações que se beneficiam de uma desvalorização do real frente ao dólar, como as das empresas de celulose.
Há 15 dias, alguns bancos e corretoras recomendavam aumentar a carteira de renda variável. Falava-se em 15% do portfólio em ações para um perfil de risco moderado.
Essas previsões precisam ser reconsideradas frente ao desafio da reforma?
O investidor precisa tomar cuidado com a volatilidade, mas precisa começar a diversificar. O brasileiro ficou muito tempo acostumado com aquilo que é o alinhamento perfeito: produtos de liquidez, com baixo risco e melhor retorno, que são os títulos de renda fixa. Mas com taxa de juros de 6,50% ao ano, esse mundo passa a não ser tão perfeito e confortável assim.
O sr. disse que a Bolsa mudou de patamar. Há espaço para crescimento neste ano?
Claro que, se olhar em dólar, ainda tem espaço para crescimento. Mas, por outro lado, se olhar em termos de fundamentos, balanços das empresas, pode ser defensável a tese de que algumas empresas e alguns setores já estão bem precificados.
A BlackRock foi pioneira no Brasil com os ETFs, fundos que replicam índices da Bolsa. Mas esse mercado não ganhou a escala que se imaginava. O que aconteceu?
Foi uma questão de momento do País. O Brasil, até pelas características macroeconômicas, sempre contou com uma previsibilidade menor na economia. No final das contas, ativos domésticos como CDBs sempre foram predominantes. Eu atribuo essa dificuldade muito a um mercado mais fechado, de alguma forma monopolizado pelas grandes instituições.
Muitos investidores reclamam do preço dos ETFs da gestora. Enquanto o Bova11, o mais popular da empresa, tem taxa de administração de 0,54% ao ano, o Dov11, do Itaú, que replica o mesmo índice, tem taxa de 0,3%. Não está no momento de rever os preços dos produtos?
A revisão de portfólio é um exercício permanente. Esse produto está em revisão, mas não se resume ao preço. O preço faz parte, é uma variável, mas não é a única. Pelo histórico de nosso produto, a gente tem um nível de liquidez e volume de negociação maior do que os outros produtos do mercado e achamos que esse é um atributo importante.
Isso envolve o lançamento de fundos multimercados, nicho que ainda são tímidos?
Temos um portfólio acanhado no Brasil. Um foco, inegavelmente, é ampliar a gama de ETFs no Brasil. Ficamos com o olhar viciado no Bova11. Mas há alternativas de diferentes estratégias de ETFs, inclusive ETFs Ativos. Os nossos multimercados são com ativos no exterior. Se o veículo mais adequado para ampliar o acesso do investidor aos ativos internacionais for esse, vamos ampliar também a oferta de multimercados.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total