Posições na B3 mostram que pressão de alta no dólar veio do mercado à vista
Pregão atípico levou Banco Central a fazer leilão de linha com compromisso de recompra

O dólar teve um pregão de forte valorização na segunda-feira, subindo 2,6% e voltando para cima dos R$ 3,90, preço que não se via desde o começo de outubro. Encerrado o pregão, o Banco Central (BC) anunciou uma atuação no mercado à vista, um leilão de linha com compromisso de recompra de até US$ 2 bilhões.
A atuação à vista se justifica pelo sazonal aumento de remessas de moeda para fora do país, conforme as empresas fecham seus balanços anuais. Esse tipo de operação no fim de ano já é tradição, por assim dizer, ao menos desde 2011.
E, de fato, a pressão compradora parece mesmo concentrada no mercado à vista, pois uma avaliação das posições no mercado futuro de dólar e cupom cambial (DDI, juro em dólar) não indica movimentação forte o suficiente para tamanha variação na cotação do da moeda americana. A alta de 2,6% vista ontem foi a maior puxada diária desde o começo de junho.
Na ponta de compra, os estrangeiros ampliaram sua posição comprada, que pode ser vista como aposta de alta no dólar, em US$ 634 milhões na segunda-feira. Com isso, o estoque subiu a US$ 40 bilhões, maior do mês. Já vimos pregões em que o não residente comprou mais de US$ 1 bilhão e não foi vista tamanha variação na cotação da moeda americana.
Quem vendeu dólares ao estrangeiro foram os fundos de investimento, que ampliaram a posição vendida em US$ 390 milhões, para US$ 22,4 bilhões, também maior do mês.
Os bancos fizeram uma compra de US$ 129 milhões na segunda-feira. Mas sua posição líquida continua sendo vendida em US$ 19 bilhões.
Leia Também
A formação de preço no mercado cambial brasileiro ocorre no mercado futuro, pois é onde o dinheiro grosso está e não existem limitações operacionais que se observam no mercado à vista. Pregões como o de ontem são bastante atípicos, por isso mesmo da atuação do BC para melhorar a formação de preço.
No lado técnico, no pregão de segunda-feira, o dólar comercial rompeu as médias móveis de 50 períodos (R$ 3,85) e de 100 períodos (R$ 3,88). Em tese, esse movimento abriria espaço para novas puxadas de alta na cotação da moeda americana, que fez máximas acima de R$ 4,20 no começo de setembro. Em meio a redução das tensões eleitorais o dólar teve um firme ajuste de baixa em outubro, chegando a fazer mínimas na linha de R$ 3,65, mas não teve força para confirmar o rompimento para baixo da média móvel de 200 períodos, na linha de R$ 3,63.
Além desses US$ 2 bilhões que serão ofertados entre 12h15 e 12h35, até o fim da semana, o BC deve comunicar ao mercado ser fará a rolagem de US$ 1,25 bilhão em leilões de linha feitos em agosto e que vencem agora em dezembro.
O BC também deverá comunicar se segue com a rolagem integral dos swaps cambial que vencem em janeiro. A operação equivale à venda de dólares no mercado futuro. O estoque vincendo é de US$ 10,3 bilhões. Ao rolar os contratos, o BC se mantém "neutro" no mercado.
Cotação hoje
Por volta das 10 horas, o dólar comercial operava em baixa de 0,70%, negociado na linha de R$ 3,89, reagindo à atuação do BC.
No mercado de FRA de cupom cambial, que serve de termômetro da demanda por moeda à vista, o contrato para janeiro também operava em baixa, na linha de 3,8%.
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Economia verde: União Europeia quer atingir neutralidade climática até 2050; saiba como
O BCE vai investir cerca de 30 bilhões de euros por ano; União Europeia está implementado políticas para reduzir a emissão de carbono
A escalada continua: Inflação acelera, composição da alta dos preços piora e pressiona o Banco Central a subir ainda mais os juros
O IPCA subiu 0,67% em junho na comparação com maio e 11,89% no acumulado em 12 meses, ligeiramente abaixo da mediana das projeções
Focus está de volta! Com o fim da greve dos servidores, Banco Central retoma publicações — que estavam suspensas desde abril
O Boletim Focus volta a ser publicado na próxima segunda-feira (11); as atividades do Banco Central serão retomadas a partir de amanhã
Greve do BC termina na data marcada; paralisação durou 95 dias
Os servidores do Banco Central cruzaram os braços em abril e reivindicavam reajuste salarial e reestruturação da carreira — demandas que não foram atendidas a tempo
Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
Com uma semana de atraso, Banco Central divulgou hoje uma versão ‘enxuta’ do Relatório Trimestral da Inflação
Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria
O fim da inflação está próximo? Ainda não, mas para Campos Neto o “pior momento já passou”
O presidente do BC afirmou que a política monetária do país é capaz de frear a inflação; para ele a maior parte do processo já foi feito
O Seu Dinheiro pergunta, Roberto Campos Neto responde: Banco Central está pronto para organizar o mercado de criptomoedas no Brasil
Roberto Campos Neto também falou sobre real digital, greve dos servidores do Banco Central e, claro, política monetária
O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
A renda fixa virou ‘máquina de fazer dinheiro fácil’? Enquanto Bitcoin (BTC) sangra e bolsa apanha, descubra 12 títulos para embolsar 1% ao mês sem estresse
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar e trazer bons retornos ao investidor
Sem avanços e no primeiro dia de Copom, servidores do BC mantêm greve
A greve já dura 74 dias, sem previsão de volta às atividades; o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve comparecer à Câmara para esclarecer o impasse nas negociações com os servidores
Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza
Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos
Greve do BC: Vai ter reunião do Copom? A resposta é sim — mesmo com as publicações atrasadas
A reunião do Copom acontece nos dias 14 e 15 de junho e os servidores apresentaram uma contraproposta de reajuste de 13,5% nos salários
Nada feito: sem proposta de reajuste em reunião com Campos Neto, servidores do BC seguem em greve
Mais uma vez, a reunião do Copom de junho se aproxima: o encontro está marcado para os dias 14 e 15 e ainda não se sabe em que grau a paralisação pode afetar a divulgação da decisão
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC