🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores

Capital de risco

Preço curto, prazo longo: É hora de investir no Brasil, mas não de captar recursos, diz fundo Carlyle

Fernando Borges, responsável no país pelo fundo americano que compra participações em empresas, diz que a próxima década será melhor do que a passada para a economia. Mas imagem do governo no exterior atrapalha

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
17 de junho de 2019
5:53 - atualizado às 10:26
Fernando Borges, responsável pelo escritório do Carlyle no Brasil
Fernando Borges, responsável pelo escritório do Carlyle no Brasil - Imagem: Marcio Fernandes/Estadão Conteúdo

Você se tornaria sócio de uma empresa aérea pouco depois dos atentados de 11 de setembro? Ou investiria 3 bilhões de dólares na economia real do país em pleno governo de Dilma Rousseff? Responsável pelo fundo americano Carlyle no país, Fernando Borges não só investiu como ainda ganhou dinheiro em ambos os cenários.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Experiente executivo da indústria de fundos de private equity, que compram de participações em empresas para vendê-las depois com lucro, Borges investiu na Gol em janeiro de 2003. Dois anos depois, levou a empresa aérea para a bolsa valendo dez vezes mais.

Foi durante um evento no qual ele narrava o investimento na companhia aérea que eu conheci o executivo, que em 2009 se juntou ao escritório do Carlyle, então recém-chegado ao país. À frente do fundo americano, assinou a maior parte dos cheques justamente durante o governo Dilma. Inclusive o maior deles, de R$ 1,75 bilhão, por uma participação na Rede D'Or de hospitais, em maio de 2015.

Os fundos de private equity correm um risco maior do que os tradicionais porque investem normalmente em empresas de capital fechado. Ou seja, não têm como simplesmente vender as ações na bolsa no dia seguinte. Mas, como mostra o caso do investimento na Gol e outros fechados pelas gestoras, os retornos costumam compensar.

Pelo risco mais alto e a falta de liquidez, esses fundos geralmente são restritos aos investidores institucionais e profissionais, aqueles que têm mais de R$ 10 milhões para aplicar. Mas ouvir o que pensam os gestores é sempre bom para se ter um termômetro das perspectivas de longo prazo da economia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para quem já passou por tantas fases da economia, o atual cenário de incerteza política não assusta o executivo do Carlyle. "O momento é bom para investir no Brasil", disse Borges, que me recebeu no escritório da gestora.

Leia Também

Com a típica visão de longo prazo que caracteriza um investidor de private equity, Borges me disse que vê os próximos dez anos no país melhores do que foi a década passada.

“Temos um governo com uma ótima equipe econômica e que é claramente pró-negócios”, afirmou.

Mal na fita

O negócio mais recente do Carlyle no país foi a compra de 23% da rede de restaurantes Madero, por R$ 700 milhões, em janeiro deste ano. Os recursos para o investimento vieram de fundos globais da gestora, que tem mais de US$ 200 bilhões em ativos em todo o mundo. A perspectiva é de que o dinheiro para os próximos negócios também venham de fora.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas se o momento é favorável para a compra, não seria oportuno, então, captar um novo fundo dedicado ao país para investir mais ativamente em outros negócios?

A resposta de Borges é “não”. Isso porque a imagem do Brasil segue negativa para os investidores estrangeiros, que são os principais cotistas do Carlyle.

“As notícias que chegam lá fora é que o governo quer desmatar a Amazônia e que o presidente não consegue receber uma homenagem em Nova York.”

Para o executivo, a agenda política do governo não cai bem entre os estrangeiros e não há muita expectativa de que isso mude. Mas ele espera que a pauta econômica também comece a ganhar espaço no exterior à medida que ela avance.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um potencial gatilho para essa mudança de percepção seria a aprovação da reforma da Previdência. Aliás, o cenário positivo do gestor para o país nos próximos anos considera, é claro, que uma reforma robusta vai passar pelo Congresso.

Menos concorrência e câmbio favorável

De todo modo, o Brasil hoje surge como um mercado mais atraente para gestoras internacionais como o Carlyle, pelo menos na comparação com outros países emergentes.

Uma das razões é a menor competição. Nos anos de recessão da economia, várias firmas estrangeiras de private equity que aportaram no país, como Apax, KKR e TPG, fizeram as malas. Essa situação tem deixado vários negócios de fusões e aquisições praticamente sem competição.

A bolsa, que também costuma competir com os fundos pelas empresas, segue restrita para as ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês). Neste ano, a empresa de varejo esportivo Centauro foi a única a abrir o capital na B3.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por essa mesma razão, o gestor do Carlyle disse que não tem planos imediatos de levar nenhuma das empresas do portfólio para o mercado. A gestora tem vendido as ações das companhias do portfólio em operações pontuais. No ano passado, por exemplo, negociou 25% da rede de ensino Uniasselvi para o fundo americano Neuberger Berman.

Outra variável determinante para os fundos estrangeiros que investem por aqui é o câmbio. No ano passado, a incerteza eleitoral inibiu os negócios, já que o dólar poderia tanto subir para R$ 5 como cair para R$ 3 dependendo do resultado. Para Borges, a moeda americana nos patamares atuais parece ajustada, o que também favorece o investimento.

Todo esse otimismo para investir não significa que o gestor do Carlyle espera encontrar pechinchas no mercado. O fundo em geral investe em empresas mais maduras e consolidadas em seus setores.

“Não são companhias baratas, então não vou comprar na bacia das almas. Se estiver muito barato é porque tem algo errado”, afirmou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Termômetro da economia real

Como os fundos de private equity participam ativamente das empresas investidas, os gestores costumam ter um bom pulso da chamada "economia real".

Borges me contou que as companhias investidas pelo fundo sentiram o baque da freada da economia no primeiro trimestre. Além do Madero e da Rede d'Or, o Carlyle é sócio de empresas como a rede de lojas de móveis e decoração Tok&Stok e a varejista de brinquedos Ri-Happy.

"Depois de um quarto trimestre muito bom, nossa expetativa era muito alta, mas ainda assim houve crescimento em relação a 2018", disse.

O ambiente melhorou no segundo trimestre, mas a comparação com o mesmo período do ano passado nesse caso fica mais difícil em razão da greve dos caminhoneiros em maio de 2018.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Queda de braço com a Receita

Apesar do otimismo com a economia, uma disputa com a Receita Federal pode frear o investimento de fundos que investem em empresas. O Fisco passou a autuar as gestoras por não revelar a identidade de seus investidores estrangeiros.

A Receita desconfia que entre os cotistas gringos dos fundos estão brasileiros que querem escapar da tributação, já que os estrangeiros são isentos de imposto de renda sobre o ganho de capital nos investimentos.

O problema é que as gestoras não têm essa informação, porque seus cotistas diretos são normalmente investidores institucionais, como fundos de pensão.

O gestor do Carlyle me disse que a situação prejudica o investimento dos fundos, mas não quis entrar em detalhes porque o tema é tratado pela Abvcap, a associação do setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As firmas de private equity veem a preocupação da Receita como legítima. Mas temem que, ao tratar genericamente todos como infratores, acabe inviabilizando o investimento em private equity no Brasil.

Seria uma perda considerável. Afinal, os fundos encerraram o ano passado com quase R$ 40 bilhões disponíveis para investir no Brasil, segundo um estudo feito pela Abvcap, em parceria com a KPMG.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
POR POUCO

Quase lá, BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3)? Cade vota para aprovar fusão, mas uma pessoa ‘empata’ decisão

20 de agosto de 2025 - 16:31

A fusão entre BRF e Marfrig, que resultará em uma gigante do setor frigorífico com receita de R$ 152 bilhões, ainda aguarda aprovação final do Cade depois de um pedido de vista

NOVA EMISSÃO

Minerva (BEEF3) anuncia aumento de capital social com direito a nova emissão de ações; o que muda para os acionistas?

20 de agosto de 2025 - 13:56

Ao todo, foram emitidas 44.815 novos papéis ordinários da companhia, com valor de R$ 5,17

COMPRAR OU VENDER?

Itaú BBA retoma cobertura da Brava Energia (BRAV3) com recomendação de compra e projeção de valorização de 50% para as ações

20 de agosto de 2025 - 13:29

Analistas veem progresso operacional e estratégia focada em offshore impulsionando valor a longo prazo, apesar de desafios no curto prazo

MAIS UM PASSO

Compra do Banco Master pelo BRB finalmente vai sair? Câmara Legislativa do DF autoriza, mas a operação ainda precisa passar por crivo final

20 de agosto de 2025 - 10:01

Negócio ainda aguarda aval do Banco Central e enfrenta denúncia de calote e ocultação de passivos que pode paralisar a venda

SÓ NO ‘BLACK’

Por que o Nubank quer acabar com os 200% de CDI no cartão Ultravioleta? Diretora revela os planos para o público de alta renda

20 de agosto de 2025 - 7:56

Em entrevista ao Seu Dinheiro, a diretora do Nubank Ultravioleta, Ally Ahearn, contou sobre os planos estratégicos para cativar os clientes endinheirados e fazê-los migrarem para o banco digital roxinho

CHEGOU A HORA?

Prio (PRIO3) em queda: paralisação no campo de Peregrino derruba ação — para o Itaú BBA, essa pode ser uma janela de oportunidade

19 de agosto de 2025 - 18:49

Segundo comunicado, a ANP suspendeu temporariamente a atividade do campo da petroleira, que tem produção diária de cerca de 100 mil barris

DEU RUIM?

Ações da XP caem 8% após os resultados do 2T25; entenda o que está por trás da queda

19 de agosto de 2025 - 17:29

O lucro líquido da corretora atingiu R$ 1,3 bilhão no período e superou as estimativas do Itaú BBA, mas bancos mantém a cautela para o papel

DO DIGITAL AO FÍSICO

Banco Inter abre café no Parque Ibirapuera e contrapõe proposta de exclusividade do Nubank. O que está por trás dessa estratégia?

19 de agosto de 2025 - 16:01

O banco digital inaugurou hoje uma nova unidade do Inter Café em São Paulo, e o CEO revelou por que decidiu tornar o espaço acessível a todos

DAS MÍNIMAS ÀS MÁXIMAS

Intel salta na Nasdaq com aporte de US$ 2 bilhões do Softbank e rumores de participação de 10% do governo dos EUA

19 de agosto de 2025 - 15:02

Após semanas de turbulência com a Casa Branca, a fabricante de chips ganha fôlego com o aporte do SoftBank e a possibilidade de o governo assumir uma fatia bilionária na companhia

É HORA DE COMPRAR?

Nubank (ROXO34) ganha nova recomendação do BTG, Citi e Itaú BBA: o que esperar do futuro da fintech?

19 de agosto de 2025 - 13:54

Os bancos têm uma visão otimista impulsionada principalmente pela melhora das condições macroeconômicas domésticas no Brasil

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Banco do Brasil (BBAS3) cai mais de 5% e Ibovespa recua 2,1% em dia de perdas generalizadas; dólar sobe a R$ 5,509

19 de agosto de 2025 - 13:07

Apenas cinco ações terminaram o pregão desta terça-feira (19) no azul no Ibovespa; lá fora, o Dow Jones renovou recorde intradia com a ajuda de balanços, enquanto o Nasdaq foi pressionado pelas fabricantes de chip

BALANÇO DOS BALANÇOS

Banco do Brasil (BBAS3) numa ponta e Itaú (ITUB4) na outra: após resultados do 2T25, o investidor de um destes bancos pode se decepcionar 

19 de agosto de 2025 - 7:03

Depois dos resultados dos grandes bancos no último trimestre, chegou a hora de saber o que o mercado prevê para as instituições nos próximos meses

EM REESTRUTURAÇÃO

Do fiasco do etanol de segunda geração à esperança de novo aporte: o que explica a turbulenta trajetória da Raízen (RAIZ4)

19 de agosto de 2025 - 6:04

Como a gigante de energia foi da promessa do IPO e da aposta do combustível ESG para a disparada da dívida e busca por até R$ 30 bilhões em capital

MAIS UM CAPÍTULO

Cade aceita participação da Petrobras (PETR4) em negociações de ações da Braskem (BRKM5), diz jornal

18 de agosto de 2025 - 20:00

De acordo com jornal Valor Econômico, a estatal justificou sua intervenção ao alegar que não foi notificada da intenção de venda

BAIXANDO A TEMPERATURA

Petrobras (PETR4) joga balde de água fria em parceria com a Raízen (RAIZ4)

18 de agosto de 2025 - 19:04

Em documento enviado à CVM, a estatal nega interesse em acordo com a controlada da Cosan, como indicou o jornal O Globo no último sábado (16)

MENOS É MAIS

David Vélez, CEO do Nubank (ROXO34), vende US$ 435,6 milhões em ações após resultados do 2T25; entenda o que está por trás do movimento

18 de agosto de 2025 - 17:29

A liquidação das 33 milhões de ações aconteceu na última sexta-feira (15), segundo documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA

BALANÇO

Lucro da XP (XPBR31) sobe a R$ 1,3 bilhão no 2T25, mas captação líquida despenca 70% em um ano

18 de agosto de 2025 - 17:15

A XP teve um lucro líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 18% na base anual; veja os destaques do resultado

AGORA VAI?

Copel (CPLE6) marca assembleia sobre migração para o Novo Mercado; confira a data

18 de agosto de 2025 - 15:51

Além da deliberação sobre o processo de mudança para o novo segmento da bolsa brasileira, a companhia também debaterá a unificação das ações

O BC ESTÁ DE OLHO

Banco Central aciona alerta de segurança contra possível ataque envolvendo criptoativos

18 de agosto de 2025 - 15:00

Movimentações suspeitas com USDT no domingo gerou preocupações no BC, que orientou empresas de pagamento a reforçarem a segurança

A DESPEDIDA ESTÁ MAIS PRÓXIMA

Credores da Zamp (ZAMP3) dão luz verde para a OPA que vai tirar a dona do Burger King da bolsa

18 de agosto de 2025 - 12:59

A oferta pública de aquisição de ações ainda precisa da adesão de dois terços dos acionistas minoritários

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar