Dólar mais estável faz parte do ‘novo normal’ do Brasil, diz Persevera Asset
Juros baixos e inflação controlada desenham um período de estabilidade cambial, com impacto positivo no ambiente econômico

O real não é mais o mesmo de antigamente. Ao ler essa avaliação na carta de gestão da Persevera Asset Management, seguida da estimativa de um período de surpreendente estabilidade cambial, resolvi procurar a gestora para entender melhor do que se tratava.
Quem explicou a visão da casa foi o gestor de juros e moeda da Persevera, Nicolas Saad. A questão passa pela agenda de reformas, taxa de juros e mudança no tipo de dólares que atraímos para o país.
O juro alto sempre foi um vetor de atração de capital ao Brasil, que vinha atrás das operações de carry trade, que consistem em pegar dinheiro barato no mercado externo, trazer para o Brasil e ganhar o diferencial de juro.
Mas Saad explica que existe uma fragilidade nessa estrutura na qual o fluxo de dólares é atraído pelo juro, valorizando a taxa de câmbio e trazendo uma sensação temporária de bem-estar, tanto pela inflação baixa como na relativa melhora de poder de compra.
“Por outro lado, ficamos muito sujeitos à mudança de percepção desses investidores. Qualquer situação de risco, seja por cenário externo ou crise doméstica, esses investidores se assustam e vemos uma corrida para saída”, explica.
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Usando um termo da casa, o carry trade, que sempre foi regra por aqui, “plantava as sementes” de uma forte desvalorização posterior do real.
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Exemplo da volatilidade que não devemos mais ver: a nossa crise política e econômica de 2015 resultou em uma valorização de 49% do dólar, algo não visto desde 2002. Já em 2016, com alguma melhora e manutenção de juros alto, o dólar caiu 18%.
Nova dinâmica
A visão da Persevera é que a nova dinâmica de inflação e juro baixo é algo que veio para ficar. A reforma da Previdência desenha uma nova dinâmica para o endividamento público e outros pontos da agenda de reformas apontam para um menor juro real (juro nominal descontado da inflação).
Quanto menor o juro real por aqui, em comparação com os mercados internacionais, menor o incentivo para o ingresso de capital especulativo ou “smart money/hot money”.
“Juro real mais baixo canaliza fluxo de investimento externo mais estrutural, como investimento direto e renda variável. Não vai ser um fluxo que vai se reverter no primeiro sinal de aversão ao risco”, explica Saad.
De fato, esse é um movimento que estamos observando faz algum tempo por aqui. Mesmo em períodos de acentuada crise, matemos um patamar robusto de Investimento Direto do País (IDP) na faixa de 4% a 5% do PIB.
Ilustra também essa dinâmica, a constatação do Instituto Internacional de Finanças (IIF), de que o Brasil tem sido o emergente com maior capacidade de atração de IDP, mas ocupa a última colocação entre aqueles que recebem o “hot money”.
Nossos dados de fluxo cambial também contam um pouco dessa história. Nos últimos 12 meses até junho, a saída líquida de dólar foi de US$ 28,643 bilhões, a maior desde em 1999. Aqui também entra a dinâmica de troca de dívidas externas por internas, que já comentamos outras vezes (links abaixo).
O que esperar?
Saad explica que maior estabilidade cambial melhora o ambiente econômico, pois ajuda no planejamento dos agentes. É algo que sempre ouvi na cobertura das notícias no mercado de câmbio, que o nível de taxa não importa tanto quanto a sua previsibilidade.
Estabilidade cambial também não significa que o dólar não vai mais flutuar. Mas para dar um parâmetro ao leitor, a Persevera avalia que é possível que a taxa de câmbio não caia abaixo de R$ 3,50 nem rompa os R$ 4,50 ao longo dos próximos anos.
Saad não descarta melhoras adicionais no câmbio em 2019. Mas o ponto principal é que a Persevera não acredita mais em movimentos muitos fortes que sejam determinados pelo diferencial de taxa de juros.
Visão geral e posições
Ampliando um pouco o assunto da conversa, Saad avalia que estamos passando por um prolongado processo de desalavancagem. O mundo largou na frente e estamos vivendo esse processo de redução de endividamento de empresas e famílias com certo atraso em função da política econômica focada em estímulos fiscais que tivemos até 2016. O Brasil em desalavancagem é um país deflacionário.
No cenário doméstico, especificamente, Saad avalia que ainda não digerimos por completo o processo de redução do endividamento das famílias. A melhora que temos é algo superficial, pois o desemprego segue elevado, não há demanda firme por crédito e a retomada da atividade segue decepcionando.
Por isso, a casa está posicionada, faz algum tempo, para uma retomada no ciclo de corte de juros. A dúvida é quanto à extensão e profundidade do afrouxamento adicional, assunto que tem dominado as discussões no mercado, onde há apostas de Selic abaixo de 5%.
A visão da Persevera é construtiva com relação à bolsa, apesar da avaliação mais cautelosa com relação à atividade. Saad explica que a crise levou as empresas listadas a um processo de ganho de eficiência, que impacta nas margens de lucros. Além disso, a queda dos juros reduz gastos financeiros.
“O cenário seria melhor em um ambiente de retomada forte. Mas mesmo com retomada gradual, essa melhora de margens vai se materializar de forma importante”
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Sobre a casa
A Persevera foi fundada em 2018, explica Saad, juntando profissionais de larga experiência do mercado, sendo que vários já trabalharam juntos em outros bancos e assets. A casa é capitaneada por Guilherme Abbud, que já passou pela Bradesco Asset Management e conduziu o processo de integração com o HSBC.
O produto da casa é um fundo multimercado, o Persevera Compass FIC FIM, com patrimônio de R$ 85 milhões e valorização acumulada de 6,29% no ano.
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