🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Acima dos 100 mil pontos

Ibovespa fecha em leve alta e termina o semestre com ganho acumulado de quase 15%

O Ibovespa terminou o primeiro semestre de 2019 muito perto do topo histórico em termos nominais. Os avanços na reforma da Previdência e a perspectiva de cortes de juros no mundo deram ânimo ao índice nas últimas semanas, levando-o para além da marca dos 100 mil pontos

Victor Aguiar
Victor Aguiar
28 de junho de 2019
10:26 - atualizado às 14:32
Alpinista chega ao topo da montanha
Ibovespa encontrou dificuldades pelo caminho, mas teve uma escalada intensa no primeiro semestre deste ano - Imagem: Shutterstock

Há uma espécie de lenda que corre entre as mesas de operação: o último pregão do semestre sempre termina no campo positivo. Afinal, é hora de passar a régua nas carteiras e nos investimentos e prestar contas. Qual foi o lucro (ou o prejuízo) acumulado no período?

A lógica é muito simples: tentar maximizar ainda mais os ganhos (ou minimizar as perdas) do semestre na bacia das almas. E, bom, lenda ou não— tem quem jure de pés juntos que é tudo verdade — fato é que, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o pregão dessa sexta-feira (28) foi ligeiramente positivo.

No entanto, mesmo que esse mito fosse desconstruído hoje, creio que ninguém teria motivos para reclamar: afinal, o Ibovespa fechou o semestre na marca dos 100.967,20 pontos — um leve ganho de 0,24% hoje, mas uma alta acumulada de 14,88% desde o início do ano.

Em Nova York, o tom foi semelhante: Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registraram valorizações de mais de 10% nos primeiros seis meses de 2019.

É claro que a trajetória dos mercados acionários não foi linear ao longo do semestre: por aqui, as instabilidades políticas trouxeram turbulência ao Ibovespa e, lá fora, a guerra comercial foi responsável por fortes oscilações nos preços dos ativos.

No entanto, os agentes financeiros fecharam o mês de junho com um sabor de vitória. No Brasil, os avanços da reforma da Previdência injetaram confiança nos mercados — no exterior, a perspectiva de cortes de juros nas principais economias do mundo diminui a aversão ao risco.

Leia Também

O dólar à vista também terminou o semestre com uma nota de alívio. A moeda americana fechou o pregão de hoje em leve alta de 0,18%, a R$ 3,8404 — mas, no saldo dos últimos seis meses, acumulou queda de 0,80%, também na esteira das oscilações dos cenários local e externo.

Uma escalada de respeito

Ao fim de 2018, as perspectivas eram amplamente positivas para os mercados do Brasil. O início do governo Jair Bolsonaro e as promessas de implantação de uma agenda econômica liberal — capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes —, elevaram as expectativas dos agentes financeiros.

As atenções estavam todas voltadas à reforma da Previdência, pauta tratada como prioritária pela nova gestão. E, a cada sinal de progresso em relação às novas regras para a aposentadoria, o Ibovespa ia avançando e buscando novas máximas.

Essa escalada ocorreu de maneira quase ininterrupta até março, quando os primeiros atritos a respeito da articulação política do novo governo começaram a trazer ruídos à tramitação da reforma. E as instabilidades em Brasília culminaram num período de oscilações no Ibovespa ao longo dos meses seguintes.

Mas, apesar dos atritos entre os principais atores da cena política, o texto da reforma foi avançando — muitas vezes num ritmo mais lento que o desejado pelo mercado, mas foi avançando.

A proposta enviada pelo governo, considerada forte pelos agentes financeiros — com economias de mais de R$ 1 trilhão nos próximos 10 anos — passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e, agora, está prestes a ser votada na comissão especial da Casa.

E, por enquanto, o texto não sofreu maiores desidratações, o que anima o mercado. E, além disso, ainda há a perspectiva de que a proposta seja votada na comissão especial e no plenário da Câmara antes do próximo dia 18, quando o Congresso entra em recesso.

Com os avanços na tramitação, o mercado voltou a ganhar confiança na segunda metade de maio e, na semana passada, o Ibovespa finalmente conseguiu fechar acima dos 100 mil pontos — permanecendo acima desse patamar desde então. Com isso, o índice fecha o semestre em seu topo histórico, em termos nominais.

Ganhadores e perdedores

Ao fim do semestre, não há um setor que se destaque entre as maiores altas ou maiores quedas do Ibovespa no semestre: os papéis que ocupam os dois pódios são bastante diversificados, mostrando que o noticiário corporativo também teve peso no desempenho das ações ao longo dos últimos seis meses.

O ativo com o melhor desempenho do índice foi CSN ON (CSNA3), que acumulou um ganho de 98,22% desde o início do ano. O top 5 ainda conta com Qualicorp ON (QUAL3), JBS ON (JBSS3), MRV ON (MRVE3) e Sabesp ON (SBSP3), nesta ordem.

Diversos motivos ajudam a explicar essa disparada das ações da CSN, com destaque para a forte valorização dos preços do minério de ferro no exterior e as dificuldades enfrentadas pela Vale desde o rompimento da barragem em Brumadinho (MG) — a empresa possui um braço forte de mineração e ocupou o 'vácuo' deixado pela Vale.

Na ponta negativa, o destaque foi Braskem PNA (BRKM5), que acumulou baixa de 26,07% no semestre, seguido por Ultrapar ON (UGPA3), B2W ON (BTOW3), Cielo ON (CIEL3) e CVC ON (CVCB3).

Vale lembrar que as ações da Braskem foram fortemente impactadas pelo encerramento das negociações entre LyondellBasell com a Odebrecht — a empresa holandesa queria comprar a fatia da Braskem detida pelo grupo brasileiro.

Mas é claro que a cena política local e o noticiário corporativo não foram os únicos fatores que influenciaram o Ibovespa no semestre. Lá fora, os últimos meses foram bastante movimentados — mas, ao fim do período, o exterior também deu um empurrão para o mercado local.

Euforia, mas com estresse

As bolsas americanas também tiveram desempenhos fortes desde o início do ano. E, lá fora, os últimos meses também foram marcadas pelas idas e vindas dos mercados — a guerra comercial trouxe tensão aos agentes financeiros, mas os movimentos dos Bancos Centrais geraram euforia às negociações.

Estados Unidos e China, que pareciam perto de fechar um acordo comercial, rasgaram o script: o diálogo entre as potências regrediu e novas taxações foram adotadas por ambos os lados. E a questão ainda está em aberto.

Donald Trump e Xi Jinping, líderes dos dois países, abrirão neste fim de semana uma nova rodada de conversas — e o mercado aguarda por alguma sinalização de alívio nas tensões comerciais.

Afinal, cresce cada vez mais a percepção de que a guerra comercial irá afetar a economia mundial como um todo. Na Europa, a atividade econômica tem patinado há um bom tempo e, na China, os dados de produção industrial e balança comercial mostram que o gigante asiático enfrenta dificuldades para manter seu ritmo de expansão.

E os Estados Unidos também dão sinais de que irão aderir à onda de fraqueza econômica, uma vez que os dados econômicos mais recentes mostram que a atividade do país tem patinado. E, em meio a esse cenário, os Bancos Centrais começam a agir.

No velho continente, o Banco Central Europeu (BCE) já deu indícios de que pode cortar juros para estimular a economia da zona do euro. E o Federal Reserve (Fed) não ficou para trás: também mostrou-se aberto a um movimento de ajuste negativo nas taxas americanas, de modo a evitar um declínio maior nos dados econômicos do país.

Assim, quase que paradoxalmente, os temores com a guerra comercial e a desaceleração econômica no mundo criaram uma situação que foi favorável aos mercados acionários, uma vez que, com taxas de juros potencialmente mais baixas, diminui a aversão ao risco por parte dos agentes financeiros.

E, nesse contexto, as bolsas americanas também fecharam o semestre com um saldo amplamente positivo, apesar das incertezas no meio do caminho. No acumulado dos últimos seis meses, o Dow Jones teve ganhos de 14,03%, o S&P 500 subiu 17,35% e o Nasdaq teve alta de 20,66%.

Leve alta no dólar

Ativo que está sujeito ao maior número de fatores exógenos, o dólar à vista também passou por uma montanha-russa ao longo dos últimos meses. E a história se repetiu no mercado de moedas: apesar das instabilidades no meio do caminho, a foto da linha de chegada mostrou alívio, embora bem menor que o do Ibovespa.

Os avanços da reforma da Previdência e a perspectiva de corte de juros nas principais economias do mundo neutralizou as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e os atritos de articulação política do governo Bolsonaro, levando o dólar à vista para a faixa de R$ 3,84 — ligeiramente abaixo do nível do fim de 2018.

A queda acumulada de 0,8% pode não parecer muita coisa, mas vale ressaltar que a moeda americana chegou a bater os R$ 4,10 em meados de maio — período em que as tensões políticas locais e a tensão com a guerra comercial chegaram ao ápice. Assim, em menos de dois meses, a cotação passou por um amplo movimento de alívio.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ABRINDO A TEMPORADA

Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?

30 de abril de 2025 - 11:58

Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram

TREINO ATIVO

Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas

30 de abril de 2025 - 11:08

Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio

Mundo FIIs

Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento

30 de abril de 2025 - 11:06

Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

EM ALTA

Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa

29 de abril de 2025 - 12:02

Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos

MERCADO DE METAIS ESSENCIAIS

Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis

29 de abril de 2025 - 9:15

Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais

GOVERNANÇA CORPORATIVA

Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho

29 de abril de 2025 - 8:30

Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

AÇÕES EM PETRÓLEO

Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI

26 de abril de 2025 - 16:47

Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.

CONCESSIONÁRIAS

Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1

26 de abril de 2025 - 12:40

Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira

BOLSA BRASILEIRA

Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano

26 de abril de 2025 - 11:12

Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.

3 REPETIÇÕES DE SMFT3

Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP

25 de abril de 2025 - 19:15

Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre

QUEDA LIVRE

Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea

25 de abril de 2025 - 18:03

No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira

Conteúdo Empiricus

Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são

25 de abril de 2025 - 14:58

Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar