Ibovespa fecha em queda de 2,24% puxado pelo mau desempenho no exterior
Bolsa caiu forte com aumento da aversão a risco no mundo; dólar subiu globalmente e recompôs queda de ontem

O Ibovespa fechou hoje em forte queda de 2,24%, aos 83.847 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 1,15%, em R$ 3,7277, assim como os juros futuros. O DI com vencimento em janeiro de 2021 fechou em 8,51%, de 8,414%. Já o DI para janeiro de 2023 fechou em 9,63%, de 9,453%.
Os mercados locais refletiram a forte aversão a risco vista no exterior, que levou as bolsas americanas e europeias a fecharem em queda, e o dólar a fechar em alta frente a quase todas as moedas.
O dia começou com movimentos mais modestos nos mercados. Mas na hora do almoço, as perdas nas bolsas do Brasil e do mundo começaram a se intensificar.
Internamente, o dia teve agenda fraca, sem nenhum fato muito relevante. Assim, investidores aproveitaram para realizar lucros pela manhã e aguardar a pesquisa Datafolha de intenção de voto para o segundo turno, a ser divulgada hoje à noite.
O único fato da corrida eleitoral mencionado como preocupante para o mercado hoje foi a reportagem publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo" nesta manhã, denunciando ligação de uso ilegal do WhatsApp à campanha de Jair Bolsonaro.
Alguns profissionais do mercado ouvidos pelo "Broadcast", serviços de notícias em tempo real do "Estadão", citaram algum desconforto com a matéria.
Leia Também
No fim do dia, uma notícia da agência "Bloomberg" de que o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, se prepara para deixar a instituição, pode ter ressoado mal. Dólar e juros futuros apontaram para cima no "after market".
Dólar e juros
Após uma queda expressiva nos últimos dias e de fechar abaixo de R$ 3,70 ontem, o dólar hoje apresentou certa recuperação, em parte pelo entendimento de que ficou "barato".
A aversão a risco no exterior também puxou o dólar para cima globalmente.
No entanto, operadores ouvidos pelo "Broadcast" acreditam que o viés do dólar no curtíssimo prazo é de queda, pela redução da percepção de risco em relação ao Brasil.
O movimento dos juros futuros também foi influenciado pela maior aversão a risco lá fora e pela recomposição de posições depois de muitas sessões de perdas.
Outro fator que influenciou a alta dos contratos futuros de DI foi o leilão de títulos prefixados promovido pelo Tesouro nesta manhã. Foram ofertados quatro vezes mais títulos do que em agosto, refletindo a melhora recente do humor local com as eleições.
Ao comprarem títulos prefixados, os investidores estão apostando na queda dos juros, o que faz o preço desses papéis subirem. Para se proteger do risco de uma alta de juros, os investidores compram contratos futuros de DI, cujas taxas, então, sobem.
Os juros futuros também sobem por conta de especulação. Antes dos leilões de prefixados, grandes investidores podem comprar muitos contratos futuros de DI, notadamente os de mais longo prazo, elevando os juros futuros e obrigando o Tesouro a emitir títulos prefixados com remuneração maior. Afinal a remuneração dos prefixados é influenciada pelas perspectivas para a taxa DI.
Quem sobe e quem desce
As ações da Smiles (SMLS3) subiram 5,16%, na maior alta do dia. A ação se recupera de um tombo de quase 40% na segunda-feira, depois que a Gol anunciou a incorporação da companhia de uma forma que desagradou os acionistas.
A Braskem (BRKM5) teve a segunda maior alta, de 3,58%, com a expectativa de venda do controle para a holandesa LyondellBasell.
O mau humor das bolsas internacionais foi refletido principalmente nas ações da Vale, das siderúrgicas e da Petrobras.
As ações da Vale (VALE3) foram afetadas sobretudo pela expectativa de que a China divulgue um crescimento do PIB de apenas 6,6% no trimestre, ante uma alta de 6,7% no trimestre anterior. A desaceleração da economia chinesa afeta os papéis da mineradora mais do que o preço do minério, que subiu no mercado internacional. A ação fechou em baixa de 3,91%.
Bradespar (BRAP4), que investe nas ações da Vale, caiu 3,23%. No setor de siderurgia, Gerdau (GGBR4) caiu 3,79%, Metalúrgica Gerdau (GOAU4) recuou 3,96%, CSN (CSNA3) teve baixa de 2,87% e Usiminas (USIM5) recuou 2,23%.
As ações da Petrobras recuaram 2,84% (PETR4) e 3,21% (PETR3), com a queda no preço do petróleo em razão dos altos estoques divulgados pelos EUA na última semana.
O pior desempenho do Ibovespa ficou com a MRV, que fechou em baixa de 4,18%. Reportagem do jornal "O Globo" de hoje noticia que a equipe de Bolsonaro estuda uma reforma que permita a aplicação dos recursos do FGTS no mercado de capitais.
A construtora é bastante focada em imóveis para baixa renda, com alto volume de financiamentos com recursos do FGTS. Qualquer notícia no sentido de redução de recursos do fundo para financiamento imobiliário repercute mal nos papéis.
Ata do Fed e mau humor na Ásia ressoaram em NY
As bolsas americanas tiveram fortes quedas hoje, com os investidores ainda "digerindo" a ata da última reunião do Fed, divulgada ontem. O tom adotado levou o mercado a entender que o banco central americano pode mesmo subir mais o juro do que está previsto, por enquanto.
Com isso, aumenta a aversão a risco no mundo, com os recursos migrando para os títulos do Tesouro americano, mais rentáveis, e sacrificando os preços das ações. É por isso que as bolsas americanas recuam.
Outro fator que contaminou Nova York foi o mau humor na Ásia, onde as bolsas fecharam com quedas em torno de 3%.
A onda vendedora no Oriente se deveu à preocupação dos investidores com o aumento dos rendimentos dos títulos públicos americanos, as relações comerciais entre EUA e China e o crescimento do país asiático, cujo PIB será conhecido hoje à noite. Há temor de que o indicador já apareça prejudicado pela guerra comercial.
Nos Estados Unidos, ações de empresas de tecnologia e comunicação e de petrolíferas (influenciadas pela queda do petróleo) puxaram os índices para baixo. Os mercados também reagiram mal à não participação do secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, na Conferência de Investimentos na Arábia Saudita.
Os investidores passaram, então, a migrar para os títulos do Tesouro americano em busca de proteção, derrubando os juros desses papéis.
O Dow Jones fechou em queda de 1,26%, aos 25.383 pontos; o S&P500 perdeu 1,42%, aos 2.769 pontos; e a Nasdaq teve queda de 2,06%, aos 7.485 pontos.
Na Europa, as bolsas chegaram a ensaiar recuperação depois que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que, caso o Reino Unido decida estender o período de transição após a saída da União Europeia, isso será considerado pelo bloco.
Ele afirmou ainda que sente que o estágio final para um acordo para o Brexit está perto.
Porém, o movimento de aversão a risco mostrado nas bolsas americanas prevaleceu, e as bolsas europeias também fecharam em queda.
*Com Estadão Conteúdo
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel