Ibovespa comemora o acordo preliminar entre EUA e China e fecha em alta de quase 2%
O Ibovespa assumiu um tom mais positivo desde o início do dia, apostando que as conversas entre EUA e China iriam progredir

Os mercados globais começaram a semana cabisbaixos. A guerra comercial entre EUA e China estava prestes a entrar numa fase decisiva, e as perspectivas não eram exatamente promissoras: notícias de bastidores apontavam para uma falta de alinhamento entre as partes. Nesse cenário, o Ibovespa e as bolsas globais tiveram dias difíceis.
O índice brasileiro, por exemplo, chegou a perder o nível dos 100 mil pontos na terça-feira (8) e deu indícios de que poderia entrar numa rota intensa de correção — em Nova York, os mercados acionários também tiveram perdas expressivas nos dois primeiros dias da semana.
Mas esse cenário deu um giro de 180º: nesta sexta-feira (11), o bom humor prevalecia entre as mesas de negociação e a confiança deu o tom às bolsas mundiais. Tanto é que o Ibovespa terminou a sessão de hoje em alta de 1,98%, aos 103.831,92 pontos, fechando a semana com um ganho acumulado de 1,25%.
As bolsas americanas também participaram dessa virada súbita: o Dow Jones (+1,21%), o S&P 500 (+1,09%) e o Nasdaq (+1,34%) tiveram altas firmes nesta sexta-feira — com isso, os três índices também terminaram a semana no azul, revertendo as perdas acumuladas na segunda e na terça-feira.
E o que aconteceu para essa melhora expressiva dos mercados acionários globais, e em tão pouco tempo?
A partir de quarta-feira (9), Estados Unidos e China começaram a sinalizar que poderiam sim chegar a algum tipo de acordo, diminuindo as tensões no front das disputas comerciais. E, conforme os dias foram passando, maiores foram ficando as indicações.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Esse aumento nas expectativas teve um ápice nesta sexta-feira, com o encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro da China, Liu He. E, no fim da tarde, ambos vieram a público para anunciar o fechamento da "primeira fase" de um acerto entre as partes.
É verdade que o anúncio formal ocorreu já no apagar das luzes da sessão desta sexta-feira, dando pouco tempo para que os mercados pudessem reagir à novidade. Mas, ao longo da tarde, os mercados já vinham mostrando amplo otimismo quanto ao fechamento de algum tipo de acordo, antecipando-se às movimentações políticas.
Mas, para entender melhor o movimento dos agentes financeiros nos últimos dias, vamos fazer uma rápida retrospectiva dos últimos acontecimentos. De qualquer maneira, o gráfico do comportamento do Ibovespa ao longo da semana dá uma boa ideia das mudanças de humor dos mercados nos últimos dias:
Do inferno ao céu
No início da semana, os bastidores da nova rodada oficial de negociações entre EUA e China trazia elementos preocupantes: de uma menor propensão da delegação de Pequim a fazer concessões até a inclusão, pelo governo americano, de uma lista de empresas chinesas de tecnologia numa 'lista negra' — tudo levava a crer que o clima era desfavorável para o fechamento de um acordo.
Mas, a partir de quarta-feira, a maré começou a virar: o noticiário internacional começou a trazer informações quanto ao tom mais conciliador assumido pelas autoridades de ambas as partes — e isso às vésperas do início do encontro, na quinta.
Na quinta-feira, foi a vez de Trump dar um sinal que agradou os mercados: via Twitter, ele confirmou que se encontraria com Liu He nesta sexta, o que foi entendido pelos agentes financeiros como um indício de que as negociações estavam caminhando bem.
Nesta sexta, o presidente americano voltou à rede social para dizer que as conversas entre as delegações tiveram evoluções positivas, e que o tom entre as partes estava bem mais ameno; durante a tarde, a agência Bloomberg noticiou que americanos e chineses já teriam fechado um 'acerto preliminar'.
Depois de todo esse frenesi dos bastidores, Trump, Liu He e outras autoridades americanas vieram a público para confirmar: os EUA e a China acertaram a 'primeira fase' de um acordo parcial.
Do lado de Pequim, há um comprometimento para aumentar a compra de produtos agrícolas dos Estados Unidos, um acerto para tomar medidas relativas à propriedade intelectual e uma série de concessões ligadas ao sistema financeiro e cambial.
Do lado de Washington, o aumento tarifário sobre as importações chinesas que seria implantado nesse mês foi adiado indefinidamente — não há uma decisão para altas previstas para dezembro.
O desdobramento das negociações ao longo da semana — da tensão vista na segunda-feira até a 'primeira fase' do acordo nesta sexta — trouxe enorme alívio aos mercados e pode continuar sendo repercutido na próxima semana, conforme mais detalhes a respeito do acerto forem divulgados.
Alívio doméstico
Por aqui, o mercado também teve boas notícias: em Brasília, um acordo foi fechado no Congresso para a partilha dos recursos do megaleilão do pré-sal, abrindo caminho para que a tramitação da reforma da Previdência seja votada em segundo turno pelo plenário do Senado no dia 22.
Os atrasos e percalços que o texto vinha enfrentando na Casa eram motivo de estresse para os agentes financeiros, que consideravam a etapa do Senado como protocolar. No entanto, as discussões entre os senadores mostraram-se mais difíceis que o esperado.
Na semana passada, o projeto sofreu com uma desidratação adicional e sucessivos atrasos no cronograma de tramitação, o que trouxe estresse ao Ibovespa. Mas, com o acerto entre deputados e senadores, a tendência é a de que as novas regras da aposentadoria continuem avançando, sem sofrer novos adiamentos.
Outro ponto de destaque foi a queda de 0,04% na inflação medida pelo IPCA em setembro. O resultado reforçou ainda mais a percepção de que o Banco Central (BC) tem espaço para continuar cortando a Selic, de modo a estimular a economia local.
Considerando essa conjunção de fatores domésticos e internacionais, o dólar à vista fechou a sessão desta sexta-feira em baixa de 0,68%, aos R$ 4,0948, acumulando alta de 0,95% na semana.
Já a curva de juros passou por um forte ajuste negativo. Hoje, os DIs para janeiro de 2021 caíram de 4,64% para 4,59%, os com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 5,75% para 5,59%, e os para janeiro de 2025 foram de 6,44% para 6,25%.
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.