Bolsa fecha em baixa de 2,39% e dólar sobe 0,22%, a R$ 3,75
Ausência de boas notícias no front político impedem bolsa brasileira de subir mais; resultado da reunião do Fed fez bolsas americanas caírem e acentuou perdas do Ibovespa

Poderia ter sido um dia de alta para o Ibovespa, mas mais uma vez ficamos sem notícias que pudessem dar fôlego à bolsa brasileira. Com isso, o índice fechou em baixa de 2,39%, aos 85.620 pontos, e o dólar à vista subiu 0,22%, para R$ 3,7479.
O dia começou bem para a bolsa brasileira, que abriu em alta, na contramão do exterior. Parecia que boas notícias no cenário interno poderiam fazer o Ibovespa se recuperar.
As ações da Petrobras, por exemplo, subiam com a aprovação da urgência da votação da cessão onerosa na noite de ontem e à sinalização de que Ivan Monteiro pode ficar na presidência da estatal. Já os papéis do BB reagiam ao balanço forte divulgado hoje.
Além disso, os investidores mantinham as atenções voltadas para novidades da equipe de transição do governo, como possíveis nomes para a equipe econômica e mudanças na Previdência que possam ser feitas via projeto de lei, sem necessidade de emenda constitucional.
Mas, na falta de notícias no front político, o Ibovespa acabou recuando. No exterior, investidores passaram o dia no aguardo da reunião do Fed, o banco central americano, que ocorreu às 17 horas. Em NY, as bolsas operavam em sinais mistos.
Conforme esperado, o Fed manteve os juros na faixa de 2,00% a 2,25% e seu comunicado teve tom bastante neutro, não deixando muito clara qualquer sinalização no sentido de fazer um aperto monetário maior ou menor. Mas lançou as bases para uma nova alta dos juros em dezembro.
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Após a reunião, as bolsas americanas ampliaram as quedas, e o dólar ganhou força, mostrando que o mercado interpretou que a sinalização é de um tom mais duro na política monetária. Por aqui, o Ibovespa também aprofundou as perdas. O repórter Eduardo Campos faz uma análise da decisão do Fed.
Às 17h42, o Dow Jones recuava 0,36%, o S&P500 perdia 0,62% e a Nasdaq recuava 0,85%.
Os juros futuros fecharam em alta, com a pressão de câmbio e a falta de definição do novo governo quanto às reformas e a equipe econômica. O DI com vencimento em janeiro de 2021 subiu de 8,153% para 8,22%; já o DI para janeiro de 2023 avançou para 9,44%, de 9,313%.
Reações aos balanços
As ações da BRF (BRFS3) fecharam em queda de 5,58%, em reação aos resultados trimestrais abaixo do esperado divulgados pela companhia. A empresa reverteu lucro em prejuízo, na comparação anual, e seu Ebitda ajustado encolheu 35,7% na mesma comparação.
O BTG Pactual disse, em relatório, que o Ebitda veio um pouco abaixo das suas expectativas, mas elogiou a gestão atual e manteve a recomendação da ação em "neutro", com preço-alvo de R$ 21.
Fora do Ibovespa, as ações do Carrefour (CRFB3) fecharam em alta de 3,59%, depois que a companhia divulgou uma performance operacional considerada sólida pelos analistas no terceiro trimestre. No período, o lucro ajustado dos controladores da rede de supermercados saltou 67,6%, no comparativo anual, para R$ 391 milhões.
O Carrefour Brasil também voltou a registrar crescimento de margem bruta em seu negócio de varejo pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2017. O indicador foi de 24,9% no terceiro trimestre.
Marisa dispara com vitória em decisão judicial
Fora do Ibovespa, as ações da Marisa (AMAR3) subiram nada menos que 17,92%, refletindo a vitória da empresa em uma disputa judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins.
A varejista estima que, com a conclusão do processo, terá direito a um crédito de cerca de R$ 780 milhões, valor que ainda deve ser validado pela Superintendência da Receita Federal.
A cifra equivale a cerca de 70% do valor de mercado da companhia ou 3,4 vezes seu Ebitda de 2017, segundo cálculos do BTG Pactual. O banco reitera que a Marisa continua lutando para impulsionar as vendas em suas operações de varejo (com poucos sinais de recuperação), enquanto lida com mudanças de administração.
Destaques de queda
As ações da Estácio (ESTC3) recuaram 8,42%, depois que a companhia divulgou resultados trimestrais negativos.
A empresa teve menor captação e aumento na provisão para devedores duvidosos no terceiro trimestre (alta de 56,3% no comparativo anual, representando 6,9% da receita líquida). O Morgan Stanley cortou o preço-alvo da Estácio de R$ 36,60 para R$ 32,90.
Outras companhias do setor de educação também apanharam. Kroton (KROT3) fechou em baixa de 5,49% e a Ser Educacional (SEER3) caiu 4,14%.
O Morgan Stanley também reduziu o preço-alvo da Ser de R$ 30,30 para R$ 25,90 e, na terça, já havia derrubado a recomendação de Kroton de "overweight" (desempenho acima da média do mercado) para "equalweight" (desempenho em linha com a média do mercado), reduzindo o preço-alvo de R$ 19,90 para R$ 12,40.
As ações da Cielo (CIEL3) fecharam em queda de 9,58%. Em 2018, o papel acumula queda de quase 50%. A Cielo vem perdendo participação de mercado com o acirramento da concorrência.
*Com Estadão Conteúdo
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