Mercado vive dia de cautela com Datafolha e déficit fiscal na Itália
Ibovespa fechou em queda e dólar em alta em razão de apreensão dos investidores estrangeiros com déficit fiscal na Itália; por aqui, mercado aguardava ansiosamente pela divulgação do Datafolha

O Ibovespa encerrou o pregão em queda de 0,82%, aos 79.342 pontos, encerrando setembro com alta de 3,48%. No ano, o principal índice da bolsa acumula valorização de 3,85%. Já o dólar à vista fechou em alta de 1,34% para R$ 4,051.
A concessionária de rodovias CCR liderou as altas na bolsa nesta sexta, com ganho de 4,44% (CCRO3). A recuperação ocorreu após queda de quase 6% na última quarta-feira, com o anúncio de uma nova fase da Lava-Jato investigando casos de corrupção ligados aos procedimentos de concessão das rodovias federais. Em razão disso, a agência de classificação de risco Moody's colocou em revisão para rebaixamento os ratings corporativos da CCR em escala global (Ba2) e na escala nacional (Aa2.br), além dos ratings de emissor (Ba3/A2.br).
A maior baixa ficou por conta das units da Via Varejo (VVAR11), que fecharam em queda de 9,47%. Para os analistas ouvidos pelo Broadcast, do Estadão, não estava claro o porquê do movimento, mas para um deles o contexto da ação ficou complicado depois que o Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou a intenção de vender sua participação e posteriormente decidiu pela migração da empresa para o Novo Mercado da B3.
O desempenho da bolsa e do dólar hoje foram influenciados pelos problemas fiscais na Itália, que abalaram o bom humor no exterior, e à cautela dos investidores antes da divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha no "Jornal Nacional". Outro fator que aumentou essa preocupação foi o adiamento da alta hospitalar do candidato líder nas pesquisas Jair Bolsonaro (PSL), por conta de uma infecção bacteriana.
Desandou a massa do macarrão
Ontem à noite, a Itália anunciou que projeta déficit fiscal de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2019. Esse percentual é três vezes maior que o planejado pelo governo anterior. Como reflexo, as bolsas na Europa fecharam em queda e respingaram esse mau humor para o outro lado do Atlântico.
Para o analista-chefe da Spinelli Glauco Legat, ouvido pelo Broadcast, o que pesou negativamente no Ibovespa são os papéis de bancos, puxados para baixo pelas ações em queda das instituições financeiras negociadas nas bolsas americanas. No fechamento, BB (BBAS3) recuou 2,77%, Itaú (ITUB4) caiu 0,85%, as units do Santander (SANB11) recuaram 1,38% e Bradesco caiu 1,87% (BBDC3) e 1,88% para as preferenciais (BBDC4).
Leia Também
De olho no pré-sal
Hoje a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) leiloou quatro áreas do pré-sal na 5ª Rodada de Partilha. A Petrobras arrematou somente o último bloco ofertado no leilão, o Sudoeste de Tartaruga Verde, pelo percentual mínimo de lucro-óleo de 10,01% e sem nenhuma concorrência. As ações preferenciais da companhia (PETR4) recuaram 1,72%, e as ordinárias (PETR3), 1,10%.
Vale lembrar que ontem a estatal atingiu valor de mercado de R$ 302,5 bilhões, superando a Ambev (que tem valor de R$ 288,6 bilhões) como a segunda empresa em valor de mercado na bolsa. A primeira é a Vale, com valor de R$ 309,1 bilhões pelo fechamento de ontem.
Privatização bloqueada
A Cesp também foi uma das empresas que tiveram um dia ruim na bolsa após a 16ª Vara do Trabalho conceder uma liminar que suspende o leilão de privatização da companhia pelo prazo de 60 dias. Com a decisão, que atendeu a pedidos do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Energia Elétrica de Campinas (STIEEC), as ações preferenciais da companhia (CESP6) fecharam o dia em queda de 2,88%.
A privatização foi suspensa pela proximidade da data do leilão e a Justiça intimou a Cesp e a Fazenda Pública do Estado de São Paulo, responsável pelo processo, para que se manifestarem no prazo de cinco dias sobre as alegações.
Datafolha, déficit fiscal e desemprego
O mercado passou o dias esperando ansiosamente a divulgação da pesquisa de intenções de voto do Datafolha no "Jornal Nacional", além de acompanhar o estado de saúde do líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro. No último Datafolha (20), Bolsonaro liderava com 28%, contra 16% de Haddad, 13% de Ciro, 9% de Alckmin e 7% de Marina.
O Banco Central também divulgou, nesta sexta, dados do déficit fiscal do setor público. O déficit nominal foi de R$ 76.928 bilhões em agosto. Em julho, o resultado havia sido de déficit de R$ 29.162 bilhões, e em agosto do ano passado, de R$ 45.541 bilhões. No ano, até agosto, o déficit nominal do setor público consolidado é de R$ 323.490 bilhões, o que equivale a 7,15% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada hoje, o desemprego no país teve leve queda de 12,3% para 12,1%, no trimestre encerrado em agosto.
Ainda dá para falar de Ptax
A taxa definida hoje, a última do mês de setembro, ficou em R$ 4,0039, valor 0,13% menor do que o observado ontem, 27. A taxa definida hoje é importante porque vai servir de base para a liquidação dos contratos futuros de câmbio que vencem em setembro, para os ajustes dos vencimentos subsequentes de dólar futuro e de swap cambial e ajustes nos balanços corporativos de fim de ano.
A Ptax acumula em setembro queda de 3,18%. Já no acumulado do ano, até o final deste mês, a taxa tem alta de 21,04%.
*Com Estadão Conteúdo
Fusão entre Marfrig e BRF inclui dividendo de R$ 6 bilhões — mas só terá direito à bolada o investidor que aprovar o casamento
Operação ainda deverá passar pelo crivo dos investidores dos dois frigoríficos em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) convocadas para junho
O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig
Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes
Warren Buffett não quer mais o Nubank: Berkshire Hathaway perde o apetite e zera aposta no banco digital
Esta não é a primeira vez que o bilionário se desfaz do roxinho: desde novembro do ano passado, o megainvestidor vem diminuindo a posição no Nubank
Você está buscando no lugar errado: como encontrar as próximas ‘pepitas de ouro’ da bolsa
É justamente quando a competição não existe que conseguimos encontrar ações com grande potencial de valorização
BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se unem para criar MBRF. E agora, como ficam os investidores com a fusão?
Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim resultará no nascimento de uma nova companhia
Ibovespa melhor do que o S&P 500? Por que os gestores seguem vendidos em bolsa americana, segundo pesquisa da Empiricus
O levantamento mostrou que, pelo segundo mês consecutivo, a bolsa brasileira superou a bolsa americana em sentimento positivo dos gestores; descubra as razões
Agronegócio não dá trégua: Banco do Brasil (BBAS3) frustra expectativas com lucro 20% menor e ROE de 16,7% no 1T25
Um “fantasma” já conhecido do mercado continuou a fazer peso nas finanças do BB no primeiro trimestre: os calotes no setor de agronegócio. Veja os destaques do balanço
Mais um recorde para conta: Ibovespa fecha acima dos 139 mil pontos pela primeira vez; dólar cai a R$ 5,68
A moeda norte-americana recuou 0,80% e terminou a quinta-feira (13) cotada a R$ 5,6831, enquanto o Ibovespa subiu 0,66% e encerrou o dia aos 139.334,38 mil pontos
Americanas (AMER3): prejuízo de R$ 496 milhões azeda humor e ação cai mais de 8%; CEO pede ‘voto de confiança’
A varejista, que enfrenta uma recuperação judicial na esteira do rombo bilionário, acabou revertendo um lucro de R$ 453 milhões obtido no primeiro trimestre de 2024
Ação da Oi chega a subir mais de 20% e surge entre as maiores altas da bolsa. O que o mercado gostou tanto no balanço do 1T25?
A operadora de telefonia ainda está em recuperação judicial, mas recebeu uma ajudinha para reverter as perdas em um lucro bilionário nos primeiros três meses do ano
Banco Pine (PINE4) supera rentabilidade (ROE) do Itaú e entrega lucro recorde no 1T25, mas provisões quadruplicam no trimestre
O banco anunciou um lucro líquido recorde de R$ 73,5 milhões no primeiro trimestre; confira os destaques do resultado
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Subiu demais? Ação da JBS (JBSS3) cai na B3 após entregar resultado sólido no 1T25
Os papéis figuram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira (14); saiba o que fazer com eles agora
Ação da Casas Bahia (BHIA3) sobe forte antes de balanço, ajudada por vitória judicial que poderá render mais R$ 600 milhões de volta aos cofres
Vitória judicial ajuda a impulsionar os papéis BHIA3, mas olhos continuam voltados para o balanço do 1T25, que será divulgado hoje, após o fechamento dos mercados
Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25
O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Nubank (ROXO34) atinge lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, enquanto rentabilidade (ROE) vai a 27%; ações caem após resultados
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco digital do cartão roxo atingiu a marca de 27%; veja os destaques do balanço
Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60
A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado
Com bolsa em alta, diretor do BTG Pactual vê novos follow-ons e M&As no radar — e até IPOs podem voltar
Para Renato Hermann Cohn, diretor financeiro (CFO) do banco, com a bolsa voltando aos trilhos, o cenário começa a mudar para o mercado de ofertas de ações
Yduqs no vermelho: Mercado deixa ações de recuperação após balanço fraco. Ainda vale a pena ter YDUQ3 na carteira?
Para os analistas, a Yduqs (YDUQ3) apresentou resultados mistos no 1T25. O que fazer com os papéis agora?