🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR ESTE MÊS – ACESSE DE GRAÇA

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Mercados em rota de colisão

Poderes Executivo e Legislativo trocam farpas pela imprensa durante o fim de semana e coloca em xeque as chances de votação da reforma da Previdência neste semestre

Olivia Bulla
Olivia Bulla
25 de março de 2019
5:38 - atualizado às 13:46
Bolsonaro está convicto de suas atitudes e sinaliza que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, representa a velha política
Ouça um resumo desta notícia

A última semana de março começa com os investidores atentos à política, tanto no Brasil quanto no exterior. Após a instabilidade no mercado doméstico na última sexta-feira, que fez o dólar renovar a maior cotação do ano e derrubou o Ibovespa para o menor nível desde janeiro, a expectativa é de que a articulação pela reforma da Previdência seja retomada. Enquanto isso, nos Estados Unidos, Donald Trump mostra que está acima de Washington.

Mas os atritos entre a Câmara e o governo ainda tendem a deixar os ativos locais vulneráveis ao noticiário nacional nesta reta final do primeiro trimestre. Os investidores tendem a digerir declarações recentes do governo e de políticos, assimilando um risco maior de que a proposta de novas regras para aposentadoria tenha uma tramitação mais demorada que o esperado - e com discussões mais acaloradas.

Durante o fim de semana, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, não poupou críticas ao governo, dizendo que é um “deserto de ideias”, e acrescentou que o presidente Jair Bolsonaro precisa sair das redes sociais, ser mais proativo e não “terceirizar” sua responsabilidade pela aprovação da nova Previdência. Para o deputado, ao dizer que é contra a pauta, o presidente criar um ambiente de insegurança no Congresso.

Em resposta, Bolsonaro afirmou que Maia está se comportando de forma “agressiva” e disse que “alguns não querem largar a velha política”, acrescentando que a responsabilidade pela reforma está no Parlamento. O presidente da Câmara disse, então, que o chefe do Executivo precisa dizer “o que é a nova política”, assumindo a articulação. E ao que tudo indica, caberá ao líder na Casa, o Major Vitor Hugo, essa árdua tarefa.

Após os poderes trocarem farpas pela imprensa, o presidente Bolsonaro recebeu por duas vezes - no sábado à noite e no domingo pela manhã - o líder do governo na Câmara, que afirmou que o clima em Brasília “vai arrefecer”. Porém, ele fez pouco para suavizar o ambiente. Ao contrário, o Major Vitor Hugo indicou que Bolsonaro não negociará e fez críticas à velha política, acirrando a tensão entre os poderes.

Segundo o líder do governo, as práticas do passado não nos levaram ao caminho em que se quer estar. E o PSL é “agente” para mudar essa situação. Portanto, o presidente está “convicto de suas atitudes” e tentará aprovar a reforma da Previdência se valendo do apoio popular - principalmente nas redes sociais, entrando em rota de colisão com o Congresso. Ou seja, nesse caso, Maia representa a velha política.

Leia Também

Namoro ou Amizade?

Nesta manhã (8h30), o presidente irá se reunir com a equipe econômica e o núcleo político para tratar da reforma da Previdência. Talvez seja necessário mais que isso para convencer o mercado financeiro de que Bolsonaro irá, enfim, assumir não só a Previdência, mas também a Presidência. Há mais de 80 dias no cargo, o presidente parece ainda estar em clima de campanha e não mostra ter entendido que a grande maioria dos seus eleitores em outubro - quiçá, dois terços - escolheram o candidato por oposição ao PT.

Afinal, deixar a bola sozinha apenas no campo do Congresso, tentando aprovar a Previdência na marra, sem empenho para conquistar os 308 votos necessários para aprovar as novas regras para aposentadoria, em dois turnos, não vai sustentar o apoio popular ao seu governo, levando Bolsonaro (e seus filhos) a crises crescentes e sequenciais. Nesse caso, o presidente nem precisa se preocupar tanto com Maia, que segue a favor da reforma da Previdência e que irá “blindá-la”, deixando-a “acima do governo”.

Assim, será importante acompanhar os passos a serem dados pelo governo nesta semana no Congresso. Além de conversar com parlamentares e líderes de partidos, o secretário da Previdência, Rogério Marinho, deve manter o diálogo com as bancadas. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, será ouvido em audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Direitos Humanos (CDH), na quarta-feira.

Um dia antes, na terça-feira, Guedes deve ser recebido pela CCJ para explicar sobre as propostas da reforma da Previdência geral e dos militares. O próprio líder do partido do presidente na Câmara, o deputado Delegado Waldir, do PSL, avalia que Guedes precisa explicar a proposta de reestruturação da carreira dos não civis, que impacta na economia gerada pela reforma dos militares, gerando um saldo de R$ 10 bilhões em dez anos.

Não é, portanto, apenas a oposição que vem apresentado uma série de requerimentos para a convocação do ministro. A presença de Guedes na CCJ é considerada atípica, uma vez que a comissão não analisa o mérito da proposta, apenas sua admissibilidade. Para o Delegado Waldir, o chefe da equipe econômica ter que ir até a Câmara e dizer o que foi feito com o texto dos militares, que, segundo ele, pode dificultar a escolha do relator da proposta.

Agenda carregada no Brasil

Esses eventos políticos são alguns dos destaques previstos para esta semana no Brasil, que também reserva uma série de indicadores e eventos econômicos de relevo. Amanhã, as atenções se dividem entre a prévia deste mês da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15) e a ata da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Mas os holofotes estarão sobre ele na quinta-feira, quando o BC divulga o Relatório de Inflação referente ao primeiro trimestre deste ano, juntamente com uma entrevista coletiva do comandante da autoridade monetária. De posse desses dois documentos, que já podem trazer as digitais do novo BC, os investidores irão se atentar, então, à fala de Campos Neto, em busca de sinalizações sobre o rumo da taxa básica de juros neste ano.

Já nesta segunda-feira, a pesquisa Focus (8h25) pode trazer revisões do mercado financeiro para o comportamento da Selic, do crescimento econômico, da inflação e do dólar. Ainda na quinta-feira, destaque para o IGP-M de março. No dia seguinte, sai a taxa de desemprego no Brasil, nos dados atualizados até fevereiro. Na safra de balanços, destaque para o resultado trimestral da Vale, na quarta-feira à noite.

Exterior pesado

No exterior, novas evidências sobre a desaceleração da economia global acenderam o sinal de alerta no mercado financeiro, que já vinha preocupado com a ausência de acordo comercial entre Estados Unidos e China e sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Mas lá fora, além da pauta econômica, a questão política envolvendo o líder da Casa Branca também traz preocupações.

O relatório do procurador-geral William Barr, resumindo as principais conclusões do ex-diretor do FBI Robert Mueller, foi entregue ontem ao Congresso dos EUA e mostra que não houve conluio com a Rússia durante a campanha presidencial de Trump em 2016. Segundo Barr, não há provas suficientes para acusar o presidente de obstrução da Justiça e a investigação só revela que Trump contrato funcionários corruptos.

O documento de Mueller encerra a investigação sobre a suposta interferência russa na campanha presidencial há dois anos. Trata-se de uma nuvem que paira sobre o republicano desde o início do mandato e que poderia complicar os planos dele de reeleição. Ciente disso, Trump comemorou a notícia no domingo à noite no Twitter, dizendo que o inquérito sobre a interferência da Rússia foi “ilegal e falhou”.

Apesar das comemorações, os mercados internacionais seguem no vermelho nesta manhã. As praças asiáticas ainda refletiram o tombo em Wall Street na sexta-feira passada e encerraram a sessão com fortes perdas. Tóquio liderou a queda, com -3,%, ao passo que Xangai e Hong Kong perderam 2%, cada. Na Europa, as principais bolsas também amanheceram em queda, penalizadas pelo recuo dos índices futuros em Nova York.

O temor com a economia global segue como pano de fundo, com os investidores começando a questionar o poder de reação dos bancos centrais e a capacidade das ferramentas monetárias disponíveis para estimular o crescimento econômico, normalizando as condições. Com isso, o rendimento (yield) do título norte-americano de 10 anos (T-note) está em 2,45%, abaixo do juro projeto pelos bônus mais curtos, de até três meses.

O yield do papel australiano de 10 anos caiu ao menor nível da história, enquanto o japonês JGB está no rendimento mais baixo desde setembro de 2016. Esse movimento no mercado de bônus impacta as moedas, respingando também no comportamento das commodities. O dólar mede forças em relação às moedas de países desenvolvidos e emergentes, encurtando o fôlego do petróleo, com o barril do tipo WTI abaixo de US$ 59.

Pode-se dizer que, de alguma maneira, o mercado financeiro foi complacente com os sinais de perda de tração da atividade entre as principais nações, relegando os impactos na disputa entre as duas maiores economias do mundo. Com isso, cabe agora um ajuste, uma vez que o crescimento menor - quiçá uma recessão - impacta nos preços dos ativos.

Agenda pesada lá fora

A agenda econômica do exterior também está carregada nesta semana. O destaque fica para o desembarque de uma delegação norte-americana, capitaneada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e do representante do comércio, Robert Lighthizer, em Pequim, onde têm encontros na quinta e sexta-feira.

Os dois lados estão em um estágio crítico na discussão sobre as questões mais difíceis, como a propriedade intelectual. Por um lado, a demora na elaboração de um acordo final mostra que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, estão dispostos a reunir-se apenas quando houver uma proposta definitiva. Mas o desgaste já minou a confiança mútua.

Outro foco de tensão no exterior vem do Reino Unido. Após a primeira-ministra britânica, Theresa May, conseguir uma prorrogação do prazo para o Brexit, ela precisa, agora, ganhar apoio do Parlamento para que a saída da ilha do bloco comum europeia não aconteça nesta semana. A tarefa pode ser difícil, já que ela sofreu derrotas recentes, mas a chance de extensão é grande.

Entre os indicadores econômicos, os destaques nos EUA ficam com os dados da balança comercial norte-americana em janeiro. Os números, a serem conhecidos na quarta-feira, podem esquentar as discussões do país com a China. No dia seguinte, sai a última leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA ao final do ano passado.

Na sexta-feira, é a vez dos dados sobre a renda pessoal e dos gastos com consumo nos EUA. Hoje, a agenda econômica está mais fraca. Amanhã, é a vez da confiança do consumidor norte-americano. No eixo Ásia-Europa, merecem atenção dados de atividade e inflação no Japão, além do sentimento para os negócios na zona do euro.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHANDO O ROMBO

Como vai funcionar o ressarcimento após a fraude do INSS: governo detalha plano enquanto tenta preservar a imagem de Lula

8 de maio de 2025 - 17:06

O presidente do INSS, Gilberto Waller, informou que o órgão deve notificar prejudicados na próxima terça-feira (13), mas a data de início dos pagamentos ainda segue pendente

NOVO RECORDE

Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta

8 de maio de 2025 - 16:12

Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado

COM PÉ DIREITO

Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?

8 de maio de 2025 - 11:35

Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump

8 de maio de 2025 - 8:30

Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial

ALTAS EXPECTATIVAS

Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão 

8 de maio de 2025 - 7:04

O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas

RESULTADO DO BANCÃO

Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões

7 de maio de 2025 - 18:49

Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques

LUCRO E DIVIDENDOS

Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos

7 de maio de 2025 - 14:00

Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo

COM PRESSÃO ALTA

Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda? 

7 de maio de 2025 - 12:05

Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços

7 de maio de 2025 - 8:16

Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed

BALDE DE ÁGUA FRIA?

Balanço da BB Seguridade (BBSE3) desagrada e ações caem forte na B3. O que frustrou o mercado no 1T25 (e o que fazer com os papéis agora)?

6 de maio de 2025 - 13:07

Avaliação dos analistas é que o resultado do trimestre foi negativo, pressionado pela lucratividade abaixo das expectativas; veja os destaques do balanço

OBRIGADO, TRUMP!

Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal

6 de maio de 2025 - 12:58

Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil

OS DESTAQUES DO BALANÇO

Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho

6 de maio de 2025 - 11:58

Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar

DESTAQUES DA BOLSA

É recorde: Ações da Brava Energia (BRAV3) lideram altas do Ibovespa com novo salto de produção em abril. O que está por trás da performance?

6 de maio de 2025 - 10:49

A companhia informou na noite passada que atingiu um novo pico de produção em abril, com um aumento de 15% em relação ao volume visto em março

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta

6 de maio de 2025 - 8:22

Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA

PESQUISA FOCUS

Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom

5 de maio de 2025 - 10:45

Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%

REMEXENDO

Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) entram no Ibovespa a partir de hoje; veja quem sai para dar lugar a elas

5 de maio de 2025 - 9:36

A nova composição é válida para o período de maio a agosto de 2025

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços

5 de maio de 2025 - 8:26

Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques

RECAPITULANDO

Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar

3 de maio de 2025 - 11:43

O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”

TURBULÊNCIA CONTROLADA

Fim do sufoco? Gol (GOLL4) fecha novo acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA

2 de maio de 2025 - 11:18

Companhia aérea avança no processo do Chapter 11 com apoio financeiro e mira retomada das operações com menos dívidas; ações avançam na bolsa brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta

2 de maio de 2025 - 8:21

As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar