Mercado desloca foco para próxima fase da Previdência
Com aprovação da reforma na CCJ ontem, atenção dos investidores se volta para a comissão especial, onde a batalha pode ser mais árdua

O mercado financeiro deve respirar aliviado com a aprovação do texto da reforma da Previdência ontem na CCJ, por 48 votos a 18. Porém, a falta de diálogo do governo e as alterações da proposta já na fase inicial mostram que a batalha na próxima etapa, na comissão especial, pode ser mais árdua, o que tende a manter os investidores ressabiados.
Até porque, o apoio do Centrão ao governo na primeira votação não é garantia de que o bloco de partidos de centro-direita manterá amparo à proposta. Tudo vai depender da boa vontade do Executivo em liberar cargos e salários aos parlamentares, em troca de votos. Caso não consigam nada, o Centrão deve se juntar à oposição para tumultuar a pauta.
O problema é que, agora, as discussões envolvem o mérito da proposta. Questões como a aposentadoria rural e o benefício a idosos e deficientes que não aposentaram - o chamado BPC - já estão praticamente descartadas do texto. Ao mesmo tempo, crescem as críticas ao regime de capitalização (poupança), em substituição ao atual, de repartição (taxação).
A desidratação da proposta nesses pontos, somado a outros que podem surgir durante as discussões na comissão especial, pode diminuir a potência fiscal da reforma da Previdência para menos que o R$ 1 trilhão em dez anos pretendido pela equipe econômica. Além dessa diluição, o tempo até o aval final do Congresso deve ir além do esperado.
Benefício da dúvida
O mercado financeiro ainda acredita na aprovação das novas regras para aposentadoria neste ano. Mas já não se espera pelo desfecho entre os parlamentares até a virada do semestre. O mais provável é que o texto seja aprovado pelos senadores ao final do terceiro trimestre ou já em meados do último trimestre de 2019.
Ou seja, por mais que haja demora na tramitação e alterações no texto original, os investidores seguem confiantes na aprovação de uma reforma da Previdência com potência fiscal, em até R$ 800 bilhões. Um adiamento da pauta ou arquivamento da matéria por falta de votos, bem como uma economia pequena aos cofres públicos, tende a levar a uma correção cruel no preço dos ativos brasileiros, sendo que o dólar já está cada vez mais perto da faixa de R$ 4,00.
Leia Também
Fosse em outros tempos, quando o mercado estava em lua de mel com o governo, essa confiança na aprovação seria capaz de manter os negócios locais menos sensíveis ao noticiário político. Agora, a volatilidade tende a reinar, deixando o mercado doméstico refém do ambiente conturbado no dia a dia em Brasília.
Por isso, vencida a primeira disputa na Câmara, o foco se desloca, agora, para as negociações do governo com os parlamentares na comissão especial, que será instalada amanhã. Nessa fase, as discussões devem durar, ao menos, dez sessões, para os parlamentares apresentarem as emendas e modificar o texto. A partir da 11ª sessão, o relator pode apresentar o parecer.
Com isso, o prazo de negociação na comissão especial se estende até, no mínimo, meados de maio. Na próxima quarta-feira é feriado nacional, o que dificulta o avanço da pauta na semana que vem, adiando para o dia 7 o início da contagem dos prazos. Os protestos organizados por centrais sindicais para o Dia do Trabalho também podem elevar a pressão no Congresso em relação à aprovação de novas regras para a aposentadoria.
Exterior realiza lucros
Enquanto aguarda novidades sobre a reforma da Previdência, os investidores monitoram o comportamento dos mercados no exterior, onde se ensaia uma realização de lucros, após Wall Street encerrar em recorde de alta ontem, embalado pela temporada de balanços. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em baixa hoje.
As principais bolsas da Ásia também fecharam em queda, ao passo que Xangai teve leve alta (+0,1%), o que enfraquece a abertura do pregão europeu, onde as ações de montadoras, mineradoras e bancos figuram entre os destaques de baixa. Os bônus europeus e norte-americanos sobem, enquanto o dólar se fortalece e as commodities caem.
Lá fora, merece atenção a notícia de que as negociações comerciais entre Estados Unidos e China serão retomadas na semana que vem, com a delegação norte-americana chegando a Pequim no próximo dia 30. Os dois lados tentam chegar a um acordo preliminar até o fim de maio para, então, chegar a um memorando de entendimento em junho.
Questões como propriedade intelectual, transferência de tecnologia e barreiras não tarifárias seguem em aberto. Depois, autoridades chinesas devem desembarcar em Washington, a partir de 8 de maio, para dar continuidade às discussões e acertar os detalhes para uma cúpula final com os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
Mais um dia de agenda fraca
A agenda econômica desta quarta-feira segue com poucas divulgações relevantes, no Brasil e no exterior. Por aqui, o destaque fica com os dados parciais deste mês sobre a entrada e saída de dólares (fluxo cambial), às 12h30. Pela manhã, saem leituras prévias sobre a inflação ao consumidor (IPC) em algumas cidades brasileiras.
Também merece atenção a pesquisa do Ibope, encomendada pela CNI, com a avaliação do governo Bolsonaro e o grau de confiança da população no presidente. O levantamento foi feito entre os dias 12 e 15 de abril com 2 mil pessoas em pouco mais de 120 municípios e será divulgado às 10h.
No exterior, logo cedo, será conhecido o índice IFO de confiança do empresário na zona do euro em abril e, no fim do dia, o Banco Central do Japão (BoJ) anuncia a decisão de política monetária. Já nos EUA, destaque para o relatório oficial sobre os estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país, às 11h30.
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel