Véspera de feriado traz cautela
Sexta-feira da Paixão é celebrada no Brasil e em várias partes do mundo, o que tende a esvaziar a liquidez dos negócios globais

A véspera do fim de semana prolongado deve ser marcada pela cautela no mercado financeiro doméstico, em uma sessão que tende a ser esvaziada, em termos de liquidez, por causa do feriado amanhã no Brasil e em várias partes do mundo. Por aqui, os investidores saem para a pausa da Páscoa preocupados com os recentes episódios políticos, que estressaram os ativos locais ontem.
A última sessão da CCJ terminou muito pior do que o mercado esperava, o que içou o dólar para além de R$ 3,90, pressionando a ponta longa dos juros futuros, e fez a Bolsa brasileira cair pouco mais de 1%. Além de não votar o texto da reforma da Previdência, abriu-se a possibilidade de revisão do parecer do relator, o deputado Marcelo Freitas.
E os investidores não esperavam por isso. A estratégia da oposição, que fez o que lhe cabe, e as ameaças do Centrão, de ressuscitar o texto de mudanças nas regras da aposentadoria do governo Temer, escancararam a falta de articulação política do PSL e a ausência de uma base aliada de centro-direita capaz de defender a proposta do governo Bolsonaro.
Tudo ficou, então, em suspense. O parecer revisado do relator será apresentado até a próxima terça-feira, dia 23. Se houver alterações, será necessário fazer uma nova leitura do texto para, então, colocá-lo em votação, prolongando a discussão ainda na fase inicial. O problema é que ainda é muito prematuro abrir margem para mudanças na proposta.
O mercado espera alterações no texto somente na etapa seguinte, na comissão especial. Ainda assim, apesar do susto, os investidores seguem confiantes na aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. Provavelmente no segundo semestre, talvez ao final do terceiro trimestre ou já nos últimos meses de 2019.
Déjà vu
Leia Também
Esse otimismo lembra a época das eleições presidenciais do ano passado, quando os investidores apostavam em uma reação do então candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), na disputa. Porém, o tucano não decolou e, na reta final do primeiro turno do pleito, o mercado migrou em peso o voto útil em direção a Jair Bolsonaro, por causa do viés liberal do prometido ministro da Economia, Paulo Guedes.
Aliás, o mercado financeiro segue muito na torcida, basicamente por causa do Chicago Oldie. O viés liberal e as propostas visionárias de Guedes faz com que o investidor mantenha o benefício da dúvida ao governo. Mas muitos já começaram a desanimar, dizendo até que a lua-de-mel já acabou.
A aproximação do dólar para a faixa de R$ 4,00 foi um recado do mercado sobre a insatisfação com a cena política. E não se trata apenas do impasse na CCJ sobre a reforma da Previdência. O ruído envolvendo a Petrobras e a política de preços de combustíveis também trouxe desconforto aos negócios locais.
Mas assim que foi colocado “panos quentes” na questão, explicando ao presidente Jair Bolsonaro, a petrolífera não perdeu tempo. Menos de uma semana após ter cancelado um reajuste de 5,7% no preço do diesel a pedido do presidente, a Petrobras anunciou ontem um aumento de R$ 0,1038 nas refinarias.
Trata-se de uma alta menor que a anunciada antes, de 4,84%. A ver, então, não apenas como o mercado, mas também os caminhoneiros irão reagir a esse aumento. A categoria fala em nova greve em maio, quando se completa um ano da paralisação que causou desabastecimento, freando a economia. Fica, então, aquela sensação de déjà vu…
Exterior pesado
No exterior, os investidores também voltam a velhos temas. A notícia de que Estados Unidos e China devem assinar um acordo comercial no fim de maio ou início de junho não animou os mercados internacionais, em meio a falta de detalhes sobre as tratativas. As principais bolsas da Ásia fecharam no vermelho e Nova York também amanhece em queda.
A delegação norte-americana deve viajar novamente para Pequim na última semana de abril, abrindo a décima rodada de negociações entre os dois países. Na semana seguinte, é a vez de os chineses desembarcaram em Washington, no que se tornou a ponte-aérea mais movimentada, em termos políticos, desde que a guerra comercial teve início, há um ano.
Relatos de que a Coreia do Norte testou uma nova arma tática guiada, pela primeira vez desde novembro, também pesam nos negócios, reacendendo as tensões geopolíticas. Com isso, o dólar é visto como porto seguro, o que enfraquece as demais moedas e também pesa nas commodities. Esse sinal negativo entre os ativos de risco tende a elevar a cautela no mercado doméstico.
Agenda fraca antes do feriado
O calendário econômico perde força nesta véspera de feriado no Brasil e em várias partes do mundo. Amanhã, as bolsas brasileira, europeias e norte-americanas não abrem, devido às celebrações da Sexta-feira da Paixão. Na próxima segunda-feira, ainda será feriado no Reino Unido, o que mantém os negócios em Londres fechados, enxugando a liquidez.
Já nesta quinta-feira, a agenda econômica doméstica está esvaziada, sem a previsão de nenhum indicador. Em Brasília, o feriado prolongado da Páscoa começou hoje, adiando as discussões sobre a proposta da reforma da Previdência para a semana que vem.
No exterior, merecem atenção os dados sobre as vendas no varejo dos EUA em março e sobre a atividade industrial na região da Filadélfia em abril, ambos às 9h30. Os números podem dar pistas sobre o ritmo da economia norte-americana na virada do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
No mesmo horário, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA. Às 11h, serão conhecidos os indicadores antecedentes do mês passado e os estoques das empresas em fevereiro. Na Europa, tem dados preliminares sobre o desempenho da indústria e do setor de serviços neste mês.
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) entram no Ibovespa a partir de hoje; veja quem sai para dar lugar a elas
A nova composição é válida para o período de maio a agosto de 2025
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Fim do sufoco? Gol (GOLL4) fecha novo acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA
Companhia aérea avança no processo do Chapter 11 com apoio financeiro e mira retomada das operações com menos dívidas; ações avançam na bolsa brasileira
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Entenda por que Bolsonaro pode se beneficiar se ação penal de Ramagem for suspensa no caso da tentativa de golpe de Estado
Câmara analisa pedido de sustação da ação contra o deputado Alexandre Ramagem; PL, partido de Bolsonaro, querem anulação de todo o processo
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus