A Bula da Semana: O pacote de Guedes
Ministro da Economia e presidente Jair Bolsonaro entregam nesta semana ao Congresso pacote de medidas para contas públicas

O ministro Paulo Guedes deve apresentar amanhã um pacote de medidas que propõe cortes de incentivos tributários concedidos pela União e um novo pacto federativo. Também deve ser apresentada a reforma administrativa. As propostas a serem enviadas ao Congresso nesta semana visam mudar a gestão das contas públicas, redesenhando a arquitetura fiscal do país de modo a cobrir o rombo nos cofres do governo.
O pacote de Guedes será dividido em três propostas de emenda à Constituição (PEC), que tratam de cinco eixos. A principal é a PEC “Mais Brasil”, que aumenta os repasses federais para estados e municípios. A mesma PEC trata de desonerações, desindexações e desvinculações, tirando as “amarras” do Orçamento.
Outra PEC cria o “estado de emergência fiscal” para União, Estados e nos municípios, com previsão de corte de gastos em todas as esferas e um controle maior sobre os incentivos fiscais. Uma terceira PEC trata da desvinculação de fundos setoriais, que autorizará o uso de recursos arrecadados ao longo do tempo e não utilizados para abater a dívida pública.
Também será encaminhada a reforma administrativa, que busca reduzir o número de carreiras no serviço público, extinguindo alguns órgãos e ministérios e reorganizando a estrutura do funcionalismo. A nova reforma também visa diminuir o salário inicial dos novos servidores, mexendo também na estabilidade de emprego.
Já a reforma tributária, que trata da simplificação dos impostos, só será enviada depois e as medidas para o emprego devem ser divulgadas na sexta-feira ou na próxima semana. A equipe econômica estuda ainda enviar um projeto de lei para acelerar as privatizações, antecipando ao Congresso uma lista de empresa estatais.
Com isso, a equipe econômica quer passar (aos empresários e investidores) a mensagem de que, após a aprovação da reforma da Previdência, o governo Bolsonaro segue empenhado em colocar as contas públicas em ordem. O objetivo principal de Guedes é reconquistar em breve o selo de grau de investimento do país, perdido em 2015.
Leia Também
Atualmente, o Brasil está dois degraus abaixo da nota, pelas três principais agências de classificação de risco. O chamado investment grade é dá um carimbo aos investidores, estrangeiros, principalmente, para investir no país e a atração de recursos externos tende a dar tração à recuperação da atividade econômica, que segue fraca e instável.
Não vai ser fácil
Para alcançar tal objetivo, Guedes e o presidente Jair Bolsonaro irão pessoalmente ao Congresso, onde serão recebidos pelos presidentes Rodrigo Maia (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado). Maia já afirmou que o Legislativo deve priorizar a articulação da PEC que aciona gatilhos de ajuste fiscal, em caso de descumprimento da chamada “regra de ouro” pelo governo federal.
Porém, ao contrário das mudanças de novas regras na aposentadoria, a expectativa dos parlamentares é de que haja grandes mudanças no pacote que o ministro da Economia vai enviar ao Congresso. O argumento é de que as propostas ainda necessitam de um “bom debate”. Por isso, a votação de boa parte das medidas deve ficar só para 2020.
Além disso, sabe-se que Câmara e Senado disputam com o Executivo por um “protagonismo” político, de modo a tirar poder das mãos do governo. Ainda mais em um momento em que o presidente Bolsonaro enfrenta dificuldades para conseguir apoio até mesmo dentro do seu próprio partido, o PSL, e ainda cogita deixar a sigla, criando um novo partido, o Militar Brasileiro.
É bom lembrar que os senadores ainda precisam votar a chamada “PEC Paralela” da reforma da Previdência. A proposta, que inclui estados e municípios nas novas regras para aposentadoria, entre outras mudanças, deve ser apreciada na CCJ do Senado na quarta-feira. Se aprovada, será encaminhada ao plenário no mesmo dia.
A semana promete
No mesmo dia 6, acontece o megaleilão da cessão onerosa. Grandes petrolíferas estrangeiras e a Petrobras devem disputar a reserva excedente, estimada em até 15 bilhões de barris em campos do pré-sal, o que pode levantar, pelo menos, US$ 50 bilhões. Portanto, a licitação deve atrair um ingresso maciço de dólares ao país, diante da expectativa de ágios elevados para algumas áreas ofertadas.
Com isso, o dólar tende a seguir em queda no início deste mês, após encerrar a semana passada abaixo de R$ 4,00 - o que não acontecia desde meados de agosto. Já o Ibovespa tende a ser impulsionado para novos topos, diante da volta do apetite dos “gringos”, que colocaram mais de R$ 2,5 bilhões na renda variável nos últimos dias de outubro, reduzindo o saldo negativo recorde acumulado no mês passado e em 2019.
Porém, caso haja menor interesse por parte das empresas estrangeiras no leilão, a entrada de fluxo externo pode ser frustrada, afetando o comportamento da moeda norte-americana e respingando nos demais ativos domésticos. No mês passado, o Ibovespa renovou o recorde de pontuação durante seis pregões, encerrando a sexta-feira com nova máxima intraday.
Por sua vez, o mercado de juros futuros ainda tenta se convencer de que os estímulos por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) terminam neste ano. A ata da reunião da semana passada e o resultado de outubro da inflação oficial do consumidor brasileiro (IPCA) são os grandes destaques da agenda doméstica e devem esquentar o debate sobre se a última queda da Selic será em dezembro, com a taxa indo a 4,5%, ou se cabem ajustes adicionais no início de 2020, levando o juro básico a 4% - ou menos.
Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia:
Segunda-feira: A semana começa com apenas uma das tradicionais publicações do dia no Brasil, a Pesquisa Focus (8h25), já que hoje não serão conhecidos os dados da balança comercial referentes apenas à sexta-feira passada, quando novembro teve início. Na safra de balanços, sai o resultado trimestral do Itaú, após o fechamento do pregão local que, aliás, passa a funcionar até as 18h. No exterior, saem dados (PMI) sobre a indústria na zona do euro, o setor de serviços na China, além das encomendas às fábricas nos EUA.
Terça-feira: A ata da reunião da semana passada do Copom é o grande destaque do dia. No documento, o mercado irá procurar novas pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária. Também será divulgado o índice de preços ao produtor (IPP) nacional em setembro. Já a agenda econômica norte-americana tem dados sobre a balança comercial, o setor de serviços e o total de vagas de emprego disponível.
Quarta-feira: O leilão da cessão onerosa está programado para acontecer hoje e concentra as atenções na agenda nacional, que traz ainda os dados da Anfavea sobre a indústria automotiva. No exterior, saem dados sobre a produtividade e o custo da mão de obra nos EUA no trimestre passado, além de dados de atividade no setor de serviços e no varejo da zona do euro.
Quinta-feira: Dados de inflação estão em destaque na agenda do dia, com a divulgação do resultado de outubro do IGP-M e do IPCA. No exterior, merece atenção a decisão de juros do Banco Central da Inglaterra (BoE), na primeira reunião após o novo adiamento do Brexit, para janeiro de 2020.
Sexta-feira: O calendário doméstico está esvaziado hoje, enquanto no exterior, será conhecida a leitura preliminar do índice de confiança do consumidor norte-americano, além dos estoques no atacado dos EUA. Também são esperados para hoje os dados de outubro da China sobre a balança comercial e a inflação (ao produtor e ao consumidor).
BNDES corta participação na JBS (JBSS3) antes de votação crucial sobre dupla listagem nos EUA — e mais vendas podem estar a caminho
A BNDESPar reduziu a participação no frigorífico para 18,18% do total de papéis JBSS3 e agência alerta que a venda de ações pode continuar
Nubank (ROXO34) anuncia saída de Youssef Lahrech da presidência e David Vélez deve ficar cada vez mais em cima da operação
Lahrech deixa as posições após cerca de cinco anos na diretoria da fintech. Com a saída, quem assumirá essas funções daqui para frente será o fundador e CEO do Nu
Só pra contrariar: Ibovespa parte dos 140 mil pontos pela primeira vez na história em dia de petróleo e minério de ferro em alta
Agenda vazia deixa o Ibovespa a reboque do noticiário, mas existe espaço para a bolsa subir ainda mais?
Ibovespa está batendo recordes por causa de ‘migalhas’? O que está por trás do desempenho do índice e o que esperar agora
O otimismo com emergentes e a desaceleração nos EUA puxam o Ibovespa para cima — mas até quando essa maré vai durar?
Ibovespa (IBOV) encerra o pregão com novo recorde, rompendo a barreira dos 140 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,67
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Conta de luz deve ficar mais cara, mas não para todos — projeto do governo prevê isenção para baixa renda e aumento para classe média, diz jornal
Reforma do setor elétrico tem como objetivo ampliar os beneficiados pela tarifa social, mas custo excedente recairá sobre demais clientes residenciais e pequenos comerciantes
Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio
Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Méliuz (CASH3) avalia captar recursos via dívida e oferta de ações de R$ 150 milhões para investir em bitcoin (BTC)
Companhia aprovou, na semana passada, mudança no estatuto social para passar a adotar a criptomoeda como principal ativo de investimento da sua tesouraria
É hora do Brasil? Ibovespa bate novo recorde de fechamento aos 139.636 pontos, após romper os 140 mil pontos ao longo do dia
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Mobly (MBLY3) vai “sumir” da B3: ação trocará de nome e ticker na bolsa brasileira ainda neste mês
Com a decisão da Justiça de revogar a suspensão de determinadas decisões tomadas em AGE, companhia ganha sinal verde para seguir com sua reestruturação
É igual, mas é diferente: Ibovespa começa semana perto de máxima histórica, mas rating dos EUA e gripe aviária dificultam busca por novos recordes
Investidores também repercutem dados da produção industrial da China e de atividade econômica no Brasil
BDR ou compra direta de ações no exterior: qual a melhor forma de investir em empresas listadas em bolsas gringas?
Recibos de ações estrangeiras facilitam o acesso da pessoa física a esses ativos, mas podem não ser o melhor caminho a seguir, no fim das contas; entenda por quê
Porto (in)seguro? Ouro fecha a semana com pior desempenho em seis meses; entenda o que está por trás da desvalorização
O contrato do ouro para junho recuou 1,22%, encerrando cotado a US$ 3.187,2 por onça-troy, uma queda de 3,70% na semana
Sem alívio no Banco do Brasil (BBAS3): CEO prevê “inadimplência resistente” no agronegócio no 2T25 — mas frear crescimento no setor não é opção
A projeção de Tarciana Medeiros é de uma inadimplência ainda persistente no setor rural nos próximos meses, mas situação pode melhorar; entenda as perspectivas da executiva
Marfrig (MRFG3) dispara 20% na B3, impulsionada pela euforia com a fusão com BRF (BRFS3). Vale a pena comprar as ações agora?
Ontem, as empresas anunciaram um acordo para fundir suas operações, criando a terceira maior gigante global do segmento. Veja o que dizem os analistas
Ações do Banco do Brasil sentem o peso do balanço fraco e tombam mais de 10% na B3. Vale a pena comprar BBAS3 na baixa?
A avaliação do mercado sobre o resultado foi negativa. Veja o que dizem os analistas
Fusão entre Marfrig e BRF inclui dividendo de R$ 6 bilhões — mas só terá direito à bolada o investidor que aprovar o casamento
Operação ainda deverá passar pelo crivo dos investidores dos dois frigoríficos em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) convocadas para junho