7 museus internacionais com obras brasileiras para colocar no seu próximo roteiro de viagem
Arte brasileira de diversos períodos históricos pode ser encontrada em museus de renome, da Argentina ao Japão

Tarsila do Amaral queria ser a pintora do Brasil. Sebastião Salgado percorreu o globo, mas fez no Brasil os cliques mais marcantes da sua carreira. Candido Portinari teve reconhecimento internacional logo aos 25 anos, mas, durante todo o ano em que ficou na França, só pensava em retornar ao seu país. Hoje, nomes como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto têm obras expostas em todo o mundo, mas não se desprendem totalmente das raízes.
Por maior o apego que os artistas tenham à sua terra natal, é inegável que ter obras expostas fora do Brasil é um símbolo de prestígio. Mais que sensação de que o Brasil “chegou lá”, é a chancela de instituições de ampla pesquisa e a participação da expressão nacional no debate artístico global.
Entre mostras temporárias itinerantes e exposições do acervo fixo, os turistas que gostam de dar um toque cultural a seus roteiros não raramente conseguem fazer uma “viagem de volta à minha terra” em museus de grande renome fora do país.
Neste guia, o Seu Dinheiro selecionou museus fora do Brasil que contemplam um bom acervo fixo e/ou obras importantes da cena artística nacional.
Museus aqui do ladinho
É impossível falar de reconhecimento internacional da arte brasileira sem falar de Tarsila do Amaral, e especialmente da sua obra-prima “Abaporu” (1928).
- Em 1995, quando foi vendido ao colecionador argentino Eduardo Costantini, o quadro arrecadou um valor recorde para um trabalho brasileiro: o leilão foi finalizado com um arremate de US$ 1,35 milhão.
O quadro está exposto hoje no museu mais importante da capital argentina: o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA), do qual Constantini é fundador.
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Embora a arte-símbolo do movimento modernista seja o grande destaque da coleção brasileira, o museu hermano contempla também trabalhos de diversos outros artistas além de Amaral, como você pode conferir aqui no site oficial.
Subindo a América, a cidade de Nova York, protagonista da cena artística mundial e recheada de bons museus, tem um quê de brasilidade em dois de seus principais catálogos: o Guggenheim e o Museum of Modern Art (MoMA).
É bem provável que, mesmo sem saber da presença de obras brasileiras, você já incluísse algum dos dois em seu roteiro, devido à relevância que eles carregam para o mundo da arte.
Até o começo de setembro, Beatriz Milhazes protagoniza uma exposição solo no Guggenheim NY, intitulada Collection in Focus | Beatriz Milhazes: Rigor and Beauty.
Por lá, o público poderá ver uma seleção impressionante de peças que abrangem quatro décadas de produção artística. O conjunto os cinco trabalhos disponíveis do acervo fixo do Guggenheim – “Santa Cruz” (1995), “In albis” (1995-96), “As quatro estações” (1997), “O cravo e a rosa” (2000) e “Paisagem Carioca” (2000) –, além de empréstimos estratégicos que ajudam a contextualizar a evolução artística de Milhazes.
Outra artista que também está na coleção permanente é Adriana Varejão, com a obra “Folds 2” (2003), que é classificada como “chocante, visceral e vívida”.
Em 2022, a exposição da artista na Pinacoteca de São Paulo foi um destaque da programação, incluindo dois trabalhos inéditos, realizados especificamente para a mostra.

Percorrendo boa parte da Quinta Avenida (ou, ainda melhor, fazendo o mesmo percurso só que por dentro do Central Park), você vai do Guggenheim ao MoMA, o segundo museu nova iorquino expoente quando o assunto é arte brasileira.
Por lá, Candido Portinari é representado primordialmente por “Morro” (1933), um óleo sob tela que retrata a paisagem rural brasileira em traços tipicamente “portinarianos”. O pintor tem um espaço no museu nova iorquino desde 1940, quando a exposição Portinari of Brazil ficou em cartaz durante um tempo curto, mas significativo.
Em 2019, o MoMA também adquiriu o quadro “A Lua” (1928), de Tarsila do Amaral, por US$ 20 milhões (R$ 111 milhões). Pouco depois, a peça foi emprestada ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) para uma mostra temporária sobre a artista modernista. Até pouco tempo atrás, essa mostra detinha todos os recordes de público do museu paulista; recordes estes agora pertencentes à exposição A Ecologia de Monet.
Além de trabalhos dentro das artes plásticas, o MoMA tem no acervo trabalho de duas outras importantes figuras nacionais: a fotógrafa Claudia Andujar e a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, responsável pelo projeto arquitetônico do Masp.
De acordo com o site oficial, o museu tem 186 artistas brasileiros em seu acervo permanente.
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Além dos trópicos
Cruzando o Atlântico, seria impensável imaginar que os museus de Portugal não teriam uma influência brasileira em suas coleções.
Sem entrar em polêmicas da relação conflituosa entre império e colônia, fato é que as terras portuguesas carregam muito do brasileiro para além de apenas o idioma.
Nesse sentido, vale conhecer a coleção Teixeira de Freitas, do Museu de Arte Contemporânea e Centro de Arquitetura em Lisboa.
A conexão luso-brasileira começa com o próprio dono do acervo: Luiz Teixeira de Freitas é um colecionador nascido no Brasil, mas que reside em Portugal há 30 anos. Quem o introduziu ao mundo do colecionismo foi, inclusive, Adriano Pedrosa, atual diretor artístico do Masp.
Nas palavras do próprio museu, mesmo tendo vários artistas internacionais, a coleção “sempre ofereceu uma atenção excepcional para a arte produzida no Brasil e em Portugal, o que a torna especialmente indicada para discutir os laços luso-brasileiros.”
Logo ao lado, na Espanha, o Museo Reina Sofía tem trabalhos da pintora e escultora Lygia Clark e dos fotógrafos Pedro de Moraes e Sebastião Salgado.
Quem vai em busca de Pablo Picasso e Salvador Dalí também se depara com artistas brasileiros, sobretudo de arte moderna e contemporânea.
A caçada por arte brasileira na Europa termina no colossal Tate Modern, em Londres.
A chef-d’œuvre brasileira está localizada na seção Media Networks: a gigantesca escultura-torre “Babel” (2001) impressiona os visitantes pela seu tamanho e por seu barulho — uma cacofonia ao mesmo tempo desorientadora e cativante, segundo os próprios curadores.
A autoria é do carioca Cildo Meireles, que quis fazer uma releitura da Torre de Babel.

Do outro lado do mundo
A arte brasileira chegou também ao outro canto do mundo.
No Museu Nacional de Arte Moderna de Tóquio, os turistas encontram um acervo significativo de fotografias de Sebastião Salgado.
As imagens são provenientes de diferentes expedições do brasileiro pelo mundo, incluindo passagens por Bangladesh, Guatemala e também em Serra Pelada (PA).
Vale lembrar que diversos outros museus, galerias e instituições artísticas internacionais têm a prática de receber obras brasileiras em mostras temporárias. Foi o caso recente de Ernesto Neto no Grand Palais, em Paris, e da Tarsila do Amaral no Guggenheim de Bilbao, por exemplo.
Por isso, a dica atemporal é: fique sempre de olho nas programações. Pode ser que, na sua próxima viagem, você esteja logo ao lado de uma bela exposição de arte brasileira.
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