Para onde viajar em 2025? Turistas buscam autenticidade e experiências únicas em destinos exóticos; descubra as tendências de turismo para o ano
Mercado de turismo vive forte retomada e já supera os níveis pré-pandemia; especialistas no ramo dizem o que esperar do comportamento dos turistas nos próximos 12 meses

Ao entrar no Instagram, parece que todo mundo (menos você) está viajando. Em janeiro, o destino é Aspen ou então alguma praia paradisíaca no Nordeste. Em julho, verão europeu é a pedida. Ou então, para quem quer curtir o inverno, estações de ski no Chile. Nesse meio tempo, que tal um safári na África do Sul ou uma ida ao Japão? No final de ano, Natal em Nova York e Réveillon em Sydney também não caem nada mal.
A anedota é um exagero, claro. Mas revela um fato confirmado por todos os participantes do mercado: o turismo voltou com tudo.
O fantasma da pandemia parou de assombrar o setor, que viveu uma crise de proporções poucas vezes vista na história. Como legado, deixou um sentimento latente nos viajantes: a vida é curta, então a hora de viajar é agora.
“Eu tenho 28 anos no turismo e nunca vi um mercado tão aquecido”, declara Jacqueline Dallal, da Be Happy Viagens.
“A demanda é muito forte não apenas de brasileiros, é uma realidade mundial. Percebo até mesmo uma certa euforia nesse sentido, tudo se apresenta melhor que antes da pandemia”, reforça Tomás Perez, CEO do TP Group, responsável pela agência de viagens de luxo Teresa Perez.
Direto de uma feira em Cannes, na França, o executivo comenta que “não tem um hotel que não tenha tido um resultado superior ao de 2019, antes da pandemia. Alguns, inclusive, registraram recordes de ocupação e faturamento em 2024.”
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Nesse contexto de retomada forte do turismo, alguns destinos e tipos de viagens entram para o hype (o termo usado na internet para se referir a uma tendência) – por influência tanto das redes sociais como dos próprios agentes do mercado, que direcionam os clientes para novas partes do mundo.
Em paralelo, o overtourism – ou turismo em massa – ameaça cidades e praias antes tidas como remotas, fazendo com que muitos governos até adotem medidas anti-turistas.
Levando em conta tudo isso, o Seu Dinheiro foi atrás das principais tendências de turismo para 2025.
Prepare seu passaporte. Há muito o que ver no Brasil e no mundo este ano.
O que os viajantes querem em 2025?
Se fôssemos seguir a mesma prática do Dicionário de Oxford de definir uma palavra para o ano, no turismo, a palavra seria autenticidade.
Ao pegar um avião e cruzar o globo – ou o país –, os turistas estão atrás de experiências únicas. Sim, subir na Torre Eiffel é legal. Mas agora, as pessoas, especialmente os viajantes mais experientes e endinheirados, querem ir além do óbvio.
“Em nosso último estudo, que ouviu mais de 27 mil viajantes em 33 países, incluindo o Brasil, ficou claro que os turistas estão buscando experiências mais autênticas e uma conexão mais profunda com eles mesmos e com os outros”, comenta Maria Izabel Leme, gerente comercial da Booking.com no Brasil.
Um exemplo disso? No mesmo estudo, 64% dos brasileiros afirmaram estar em busca de “atividades astronômicas”, buscando destinos para fazer observação de estrelas e eventos cósmicos raros, como a Aurora Boreal.
Não à toa, as cidades de Tromsø, na Noruega (onde ocorre também o fenômeno do sol da meia noite), e San Pedro do Atacama, no Chile, estão entre as “apostas” do Booking para o turismo em 2025.

Alexandre Oliveira, country manager da Civitatis, resume esse cenário em três palavras: autenticidade, qualidade e individualidade,
Pensando do lado do negócio, visto que a Civitais oferece passeios e experiências para viajantes ao redor de todo o mundo, ele comenta: “a gente precisa de ofertas interessantes, aulas, oficinas, tours gastronômicos. Coisas que sejam novidades inspiradoras e bastante autênticas.”
Aprender a fazer massa italiana em Roma, fazer uma degustação de café na Colômbia e aprender a dançar tango em Buenos Aires são alguns dos exemplos citados.
O Anuário de Tendências de Luxo 2025, feito pela ILTM (International Luxury Travel Market) em parceria com o Panrotas e TRVL LAB, confirma que a mesma tendência segue para o segmento de viagens de alto padrão.
Os turistas mais endinheirados querem autenticidade e roteiros personalizados, com passeios diferenciados.
Jacqueline Dallal explica: “[O turista de luxo] não quer ir para o melhor hotel de Paris ou Nova York. Ele quer ter uma experiência diferenciada, por exemplo, fazer um safári na Tanzânia, combinando com praias – o que a gente chama de ‘beach and bush’.”
Wellness no turismo
Outra tendência observada foram as viagens focadas em bem-estar. Pense em resorts de luxo com serviços completos em ilhas remotas e retiros de meditação na Ásia. Basicamente, a parte do filme Comer, Rezar, Amar em que Julia Roberts está rezando.
É o chamado wellness, que tem se tornado uma tendência mundial não apenas no turismo, mas também em outros setores da economia, impulsionando desde o boom das maratonas até o surgimento de novos suplementos.
“Em 2025, o viajante também poderá buscar autoconhecimento, bem-estar e transformação, sem deixar de lado o interesse por explorar todas as novidades que o mundo apresenta”, prevê Tomás Perez.
A tendência se opõe fortemente ao que aconteceu no período logo após a pandemia, no qual os viajantes estavam com uma aparentemente insaciável “sede de viver”, querendo fazer tudo, em todo lugar, ao mesmo tempo.
Agora, o turismo regenerativo, com momentos de desconexão e detox digital, ganha espaço.
No relatório de tendências para 2025 da rede de hotéis Hilton, uma diferença semântica ganha destaque e descreve exatamente essa dicotomia: viajar ou tirar férias?
“Tirar férias é sobre relaxar e recarregar as energias. O ritmo é lento e as atividades são espontâneas. Viajar se concentra em experimentar diferentes culturas, conhecer pessoas interessantes e explorar novos ambientes. O ritmo é acelerado, com um itinerário completo”, diz o documento.
Passagem e… ingresso no bolso
E se, depois da pandemia, o sentimento de “só se vive uma vez” (YOLO, para usar a sigla em inglês que virou uma tatuagem comum nos anos 2010) se intensificou no setor turístico, ele também se estendeu para outro ramo: o do entretenimento.
Com isso, floresceu um fenômeno que tem tudo para continuar forte em 2025: o turismo de paixão, que se resume em viajar para eventos culturais, esportivos, festivais e shows.
Segundo pesquisa do Booking, com mais de 32 mil entrevistados em 32 países, um em cada cinco brasileiros tinha intenções de viajar para alguma festividade do tipo em 2024.
O show gratuito da Madonna no Rio de Janeiro e a final da Libertadores na Argentina foram alguns dos eventos que movimentaram o mercado turístico na América Latina, no ano passado.
A plataforma de hospedagens afirma que Buenos Aires foi o destino mais buscado pelos brasileiros no fim de novembro, com um aumento de 765% nas buscas comparado ao mesmo período em 2023.
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Turismo se recuperou ‘até demais’?
Se, por um lado, a recuperação do turismo é bem-vinda para quem está “atrás do balcão”, por outro, a infestação de pessoas em lugares como Veneza, Paris, Nova York e Barcelona começa a ser mal vista pelos governos e pelos habitantes locais.
Alguns lugares já começaram a adotar práticas para reduzir o número de visitantes simultâneos. Uma mudança recente foi a da Igreja Notre Dame, que, após a reabertura, passou a exigir reserva para visitação.
Somado a isso, lugares antes tidos como remotos e paradisíacos, como Fernando de Noronha, também vivenciam a parte ruim da retomada das viagens.
“Fernando de Noronha era um lugar para conhecer a natureza, ver as baleias, experimentar a vida local. Hoje, Noronha é um lugar para produzir conteúdo”, comenta Alexandre Oliveira.
“Esse crescimento foi positivo para o setor, mas agora enfrentamos um momento crítico em que é necessário refletir sobre a massificação turística. Se continuarmos no caminho atual, não conseguiremos sustentar este modelo de turismo no futuro”, complementa o country manager da Civitatis.

E, se o assunto é over tourism, impossível não falar sobre a influência das redes sociais e dos criadores de conteúdo no fenômeno. Ao entrar no Instagram ou no TikTok, uma rápida busca te mostra “as 10 dicas imperdíveis para visitar Roma” ou “os 5 melhores restaurantes de Buenos Aires”.
Além de terem se tornado um importante canal de vendas para muitos agentes do mercado turístico, as plataformas também intensificaram o turismo excessivo.
Para Jacqueline Dallal, o que se vê hoje é um número muito maior de turistas do que de viajantes.
“O turista quer tirar foto e postar na mídia social. Ele não tem nenhum interesse cultural e social, a viagem não serve para nenhuma transformação. E o viajante, mais autêntico, busca uma interação mais profunda, um relacionamento com o destino”, explica a fundadora da Be Happy Viagens.
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Falando dos destinos em si, Dallal cita que lugares mais exóticos e distantes do Brasil estão sendo cada vez mais buscados pelos clientes da agência.
Nesse sentido, a Arábia Saudita também está se construindo como um polo de luxo. Recentemente, o jogador Neymar causou um pico de buscas pelo país árabe, após comemorar o aniversário da filha no Ritz-Carlton Reserve, na região do Mar Vermelho.
“Para quem busca uma viagem fora do comum, vale destacar Tignes, nos Alpes Franceses, onde os viajantes podem aproveitar 300 km de pistas de esqui e snowboard na temporada de inverno, ou participar do Festival de Vinhos de Tignes no verão, em agosto”, indica Maria Izabel Leme, do Booking.
Tomás Perez, do TP Group, reforça que os safáris africanos continuam em alta para 2025, com destaque para África do Sul, Quênia, Botsuana e Zimbábue. Na Ásia, Japão, Tailândia, China e Vietnã também seguem em evidência.
Aqui no Brasil, dois destinos no Nordeste devem chamar mais atenção.
Os Lençóis Maranhenses, destino listado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, é o primeiro deles. “É um dos destinos mais originais do mundo e entrou de vez no radar, tanto do brasileiro quanto do público estrangeiro”, comenta Perez.
E João Pessoa, na Paraíba, que “oferece praias paradisíacas, rica herança cultural e encanta tanto turistas brasileiros quanto internacionais”, na visão de Leme.
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