UBS herda conta salgada da fusão com Credit Suisse e vai pagar US$ 511 milhões por fraude que ajudou ricaços a sonegar US$ 4 bilhões
O banco suíço já havia enfrentado um processo judicial por ajudar norte-americanos a sonegar impostos por anos, mas seguiu com as práticas ilegais mesmo após acordo com a Justiça dos EUA
Ao final de maio de 2024, o UBS concluiu a fusão com o Credit Suisse, mas não sem antes lidar com (mais uma) crise do banco, que ganha um fim nesta terça-feira (06).
Na época, o UBS descobriu uma fraude no Credit Suisse que ajudou ricaços norte-americanos a sonegar impostos nos EUA. Nesta manhã, o Credit se declarou culpado e terá que pagar uma multa de mais de US$ 510 milhões.
Segundo a investigação, o banco suíço conspirou para esconder US$ 4 bilhões em pelo menos 475 contas offshore.
A confissão de culpa do Credit Suisse é resultado de um acordo com o UBS, que, após o anúncio da fusão, em 2023, tomou conhecimento de contas mantidas pelo então concorrente em Cingapura que pareciam não ter sido declaradas nos EUA.
Com a descoberta, o banco congelou as contas e divulgou voluntariamente informações ao Departamento de Justiça.
Com o fim do imbróglio, os papéis da UBS operam em leve alta nesta manhã. Por volta das 11h40, as ações subiam cerca de 0,23%, negociadas a US$ 30,82, na bolsa de Nova York.
Leia Também
- VEJA MAIS: Ação brasileira da qual ‘os gringos gostam’ tem potencial para subir mais de 20% em breve; saiba o porquê
A fraude em meio à fusão com o UBS
Segundo a investigação, de janeiro de 2010 até aproximadamente julho de 2021, o Credit Suisse conspirou com funcionários para ajudar clientes dos EUA a ocultar internacionalmente a propriedade e o controle dos seus ativos e fundos mantidos no banco.
Em 2014, o banco chegou a enfrentar um processo judicial por ter ajudado norte-americanos a sonegar impostos por anos. Na época, o banco suíço concordou em pagar US$ 2,5 bilhões em multas e garantiu que passaria a cumprir a lei dos EUA.
Assim, o Credit Suisse se tornou o maior banco em 20 anos a se declarar culpado de uma acusação criminal no país. Contudo, ex-funcionários relataram que as atividades ilegais continuaram após o acordo judicial.
Uma nova investigação foi iniciada e descobriu que, entre 2014 e junho de 2023, o Credit Suisse de Cingapura manteve contas não declaradas para clientes norte-americanos, com ativos totais avaliados em mais de US$ 2 bilhões.
“Ao fazer isso, o Credit Suisse AG cometeu novos crimes e violou seu acordo de confissão de culpa firmado em maio de 2014 com os Estados Unidos”, afirmou o Departamento de Justiça americano em comunicado.
Além da confissão e da multa, o Credit Suisse firmou um acordo que exige cooperação com o UBS com as investigações e divulgação de qualquer informação que os dois bancos possam vir a descobrir posteriormente sobre contas relacionadas aos EUA.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Bradesco, PRIO, Itaú Unibanco, Ambev e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
Credit Suisse: crise atrás de crise
Antes da fusão com o UBS, o Credit Suisse enfrentava uma série de crises desde 2021.
Com um ciclo de alta de juros nos Estados Unidos e a falência do Silicon Valley Bank (SVB), o Credit Suisse viu a situação se deteriorar. Além da crise financeira, o banco também enfrentou acusações de fraudes. No início de 2023, a instituição sinalizou ter encontrado “fragilidades materiais” nos balanços de 2021 e 2022.
Em meio à longa crise, que ganhou contornos dramáticos, o Credit Suisse chegou a conseguir um fôlego adicional com o anúncio de que o banco central da Suíça forneceu uma linha de crédito de US$ 54 bilhões (R$ 285 bilhões).
Considerada uma instituição “grande demais para quebrar”, as autoridades suíças intervieram, e o banco foi vendido para o UBS por mais de US$ 3,2 bilhões ainda em 2023. A fusão gerou um gigante do setor financeiro.
*Com informações da CNN, Financial Times e Estadão Conteúdo.
Orizon (ORVR3) compra Vital e cria negócio de R$ 3 bilhões em receita: o que está por trás da operação e como fica o acionista
Negócio amplia a escala da companhia, muda a composição acionária e não garante direito de recesso a acionistas dissidentes
Maior rede de hospitais privados pagará R$ 8,12 bilhões em proventos; hora de investir na Rede D’Or (RDOR3)?
Para analista, a Rede D’Or é um dos grandes destaques da “mini temporada de dividendos extraordinários”
Fim da especulação: Brava Energia (BRAV3) e Eneva (ENEV3) negam rumores sobre negociação de ativos
Após rumores de venda de ativos de E&P avaliados em US$ 450 milhões, companhias desmentem qualquer transação em curso
Virada à vista na Oncoclínicas (ONCO3): acionistas querem mudanças no conselho em meio à crise
Após pedido da Latache, Oncoclínicas convoca assembleia que pode destituir todo o conselho. Veja a proposta dos acionistas
Bancos pagam 45% de imposto no Brasil? Não exatamente. Por que os gigantes do setor gastam menos com tributos na prática
Apesar da carga nominal elevada, as instituições financeiras conseguem reduzir o imposto pago; conheça os mecanismos por trás da alíquota efetiva menor
Mais de R$ 4 bilhões em dividendos e JCP: Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Allos (ALOS3) anunciam proventos; veja quem mais paga
Desse total, a Tim é a que fica com a maior parte da distribuição aos acionistas: R$ 2,2 bilhões; confira cronogramas e datas de corte
Vale (VALE3) mais: Morgan Stanley melhora recomendação das ações de olho nos dividendos
O banco norte-americano elevou a recomendação da mineradora para compra, fixou preço-alvo em US$ 15 para os ADRs e aposta em expansão do cobre e fluxo de caixa robusto
Não é por falta de vontade: por que os gringos não colocam a mão no fogo pelo varejo brasileiro — e por quais ações isso vale a pena?
Segundo um relatório do BTG Pactual, os investidores europeus estão de olho nas ações do varejo brasileiro, mas ainda não estão confiantes. Meli, Lojas Renner e outras se destacam positivamente
Pequenos negócios têm acesso a crédito verde com juros reduzidos; entenda como funciona
A plataforma Empreender Clima, lançada pelo Governo Federal durante a COP30, oferece acesso a financiamentos com juros que variam de 4,4% a 10,4% ao ano
Antes ‘dadas como mortas’, lojas físicas voltam a ser trunfo valioso no varejo — e não é só o Magazine Luiza (MGLU3) que aposta nisso
Com foco em experiência, integração com o digital e retorno sobre capital, o Magalu e outras varejistas vêm evoluindo o conceito e papel das lojas físicas para aumentar produtividade, fidelização e eficiência
Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP
O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]
Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO
John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Fim da concessão de telefonia fixa da Vivo; relembre os tempos do “alô” no fio
Ao encerrar o regime de concessão, a operadora Vivo deixará de ser concessionária pública de telefonia fixa
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações