Ser Educacional (SEER3): com ação subindo 126% no ano, CEO diz que nova regulação do EaD é ‘oportunidade’ e aposta no curso de medicina
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Jânyo Diniz conta por que enxerga oportunidade com a nova regulamentação, fala sobre os resultados da empresa e o pagamento de dividendos

A Ser Educacional (SEER3) vem se mostrando uma aluna exemplar na bolsa de valores em 2025. Com os papéis subindo 126% desde janeiro, o mercado já reconhece o esforço do turnaround que a empresa vem fazendo nos últimos dois anos.
Assim, nem a “prova” mais temida para o setor — leia-se: a nova regulamentação do ensino à distância, sancionada pelo governo Lula na última semana — parece ser capaz de reduzir o ímpeto dos papéis da companhia, diante dos resultados fortes do primeiro trimestre de 2025 e as iniciativas que vêm sendo promovidas pela diretoria.
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Jânyo Diniz, CEO da Ser Educacional, avaliou a nova regulamentação como positiva para a empresa. Para ele, a principal mudança foi a reintrodução da fiscalização, que deve trazer uma regulação mais rigorosa da oferta no setor.
“Isso é um benefício para nós porque estamos bem estruturados do ponto de vista de laboratórios e de cumprimento da regra até anterior. Isso deve, provavelmente, melhorar a qualidade da oferta. Ou seja, reduzir muito essa pressão de preço que tem afetado o mercado do ensino à distância”, explica.
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Sobre uma possível fusão entre as concorrentes Cogna e Yduqs, que voltou a ser aventada pelo mercado, Diniz afirma que não é uma preocupação. “Qualquer mudança de direção requer tempo, geralmente anos. Enquanto eles estiverem fazendo essa integração, se é que isso acontecerá de fato, a gente está livre para manobrar o nosso navio com mais rapidez, mais velocidade.”
Veja abaixo os principais pontos da conversa com o executivo.
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A nova regulamentação do ensino à distância
O governo sancionou o novo marco regulatório para o ensino à distância no Brasil, estabelecendo regras mais rígidas para a oferta dos cursos EaD.
Uma das principais mudanças é que cursos de direito, enfermagem, medicina, odontologia e psicologia deverão ser ofertados exclusivamente de forma presencial. Cursos presenciais terão, no máximo, 30% de conteúdo à distância, reduzindo o limite anterior de 40%.
Nesta reportagem, o Seu Dinheiro dá mais detalhes sobre as mudanças.
Diniz não nega que deve haver mudanças para a Ser, mas, segundo ele,serão marginais. “A gente tem poucos ajustes para fazer e eles serão analisados caso a caso. Conseguimos aliviar o receio de uma nova regra que ficou dois anos sendo discutida, mas agora finalmente saiu”, afirma.
Ele afirma que a empresa já praticava preços acima da média do mercado para o EaD; assim, os custos não devem ser tão afetados.
O executivo também destaca que a implementação do modelo semipresencial pode trazer benefícios para a empresa, que tem buscado expandir suas operações em estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Isso porque a nova modalidade favorece instituições que possuem estrutura para desenvolver esses polos.
Cabe destacar que, para o JP Morgan, Cogna e Ser são as empresas mais afetadas pelas mudanças para os cursos de enfermagem. Já o BTG acredita que players mais expostos ao EaD tendem a se sentir mais. De acordo com um relatório do banco, a Ser aparece como uma das menos afetadas, com cerca de 3% de exposição.
Os resultados e o programa Ser Solidário
A Ser Educacional teve resultados fortes no primeiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo do mesmo período do ano passado, e chegou a ter o melhor dia de sua história na bolsa no pregão seguinte à divulgação do balanço. Você pode conferir os números nesta reportagem.
O CEO atribui esses resultados a três fatores: o processo de reestruturação que vem sendo implementado na companhia, o Ser Solidário — programa de pagamento oferecido para financiar matrículas em cursos de graduação — e o foco em cursos de medicina.
“Essas três frentes caminharam em paralelo: houve um aumento de 90% na base de cursos de medicina em várias unidades, melhorias operacionais e otimização dos recursos disponíveis. Além disso, a mudança pedagógica proporcionou uma experiência melhor para os alunos, o que refletiu no aumento constante da captação nos últimos três anos”, afirma.
O programa Ser Solidário havia despertado certa preocupação entre analistas do JP Morgan, que apontavam para possíveis efeitos negativos no fluxo de caixa da companhia. Isso porque se trata de um programa que permite o parcelamento da matrícula para novos alunos do ensino híbrido.
Essa forma de parcelamento facilita o ingresso dos alunos e ajuda na captação, mas adia parte do recebimento integral da matrícula, o que poderia impactar temporariamente o fluxo financeiro da Ser Educacional, segundo um relatório do JP Morgan.
No entanto, o CEO da Ser Educacional destaca que a companhia tem feito provisões para se prevenir da inadimplência com o programa.
“Esse é o segundo semestre que fazemos o Ser Solidário, ele vai se consolidando em termos de caixa na medida em que vai crescendo. Ele ainda é muito pequeno, mas a gente não olha com nenhuma preocupação quanto ao impacto no caixa, até porque a gente tem uma provisão razoável já para isso”, diz.
De acordo com o balanço do primeiro trimestre de 2025, a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) relacionada ao programa atingiu R$ 8,9 milhões entre janeiro e março de 2025, contra R$ 4,3 milhões no segundo semestre do ano anterior.
Na entrevista, o diretor de Relação com os Investidores, Rodrigo Alves, também estava presente. Ele enfatizou que a alternativa ao programa era conceder descontos na matrícula, o que seria “deixar dinheiro na mesa”.
“A opção de fazer um parcelamento sempre vai incrementar a geração de caixa, porque mesmo que eu tenha uma influência, é melhor do que conceder esses descontos”, salienta. Ele ainda afirma que o programa foi um avanço importante no sentido de captar alunos, o que deve impactar positivamente na geração de caixa no futuro.
“Para você ter uma ideia, a inadimplência desse programa é de 23%. Nós estamos provisionando 38%. Ou seja, estamos adotando uma postura conservadora, já que o programa é bastante cauteloso — financia apenas a entrada, e não o valor total do curso”, explica Alves.
O que esperar da Ser Educacional daqui para a frente?
“A ideia é manter o crescimento orgânico mais planejado, reduzir endividamento e melhorar a nossa operação para ter uma melhor geração de caixa”, conta o CEO. Ele aponta para o foco no curso de medicina como uma das principais avenidas de crescimento.
“Estamos realmente apostando nos cursos de medicina, principalmente porque já temos um crescimento garantido. Obtivemos um aumento de 90% das vagas, com 480 novas vagas por ano, além de outras que ainda vão se concretizar. Esse crescimento já foi autorizado pelo MEC e está sendo implementado em nossas unidades, então agora é apenas questão de capturá-lo”, sublinha.
Ele ainda diz que há muito o que ser melhorado internamente, com a possibilidade de otimizar a operação e cortar custos. Diniz diz que não enxerga o mercado se expandindo com muito vigor nos próximos anos. Para ele, o mercado já está maduro.
“No passado, todo mundo dizia que daqui para frente tudo vai ser diferente. Hoje eu digo: daqui para frente tudo pode ser igual, nós é que temos que ser diferentes”.
Ele ainda aponta que “com a captação que realizamos, estamos renovando nossa base de alunos por meio de contratos mais sólidos, com prazos de 3 a 4 anos. Isso nos permite construir uma base mais saudável, capaz de sustentar o crescimento nos próximos dois anos, mesmo que a captação futura seja semelhante ou ligeiramente inferior”.
E os dividendos?
“Nós esperamos voltar a pagar dividendos normalmente, aumentando-os gradualmente e dosando esse crescimento com a redução da nossa alavancagem”, pondera o CEO da Ser Educacional.
A prioridade no momento é a redução na alavancagem — que atualmente está em 1,35 vezes dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação), cerca de 0,6 ponto percentual menor na comparação com o primeiro trimestre de 2024.
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