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Monique Lima

Monique Lima

Repórter de finanças pessoais e investimentos no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo, também escreve sobre mercados, economia e negócios. Já passou por redações de VOCÊ S/A, Forbes e InfoMoney.

TOUROS E URSOS #220

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) têm fôlego para pagar bons dividendos, mas só uma delas oferece perspectiva de ganho de capital, diz analista da Empiricus

No podcast Touros e Ursos desta semana, Ruy Hungria fala sobre impacto do tarifaço de Donald Trump no lucro de duas das maiores empresas do Ibovespa e diz o que o investidor deve esperar dos proventos

Monique Lima
Monique Lima
30 de abril de 2025
15:05 - atualizado às 14:12
Capa do podcast Touros e Ursos
Ruy Hungria, analista da Empiricus, é o convidado do Touros e Ursos #220 e fala sobre Petrobras, Vale e dividendos - Imagem: YouTube/@Seu Dinheiro

Falou em dividendos, falou em Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). Ambas são pagadoras de proventos bilionários e, não à toa, fazem parte dos rankings internacionais das chamadas vacas leiteiras da bolsa. 

A geração de caixa das companhias é tão forte que nem mesmo o tarifaço de Donald Trump deve mudar a perspectiva de bons dividendos em 2025, segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research e convidado do podcast Touros e Ursos desta semana. 

No entanto, ele alerta que os pagamentos não devem chegar nos exorbitantes 60% de dividend yield que a Petrobras já apresentou no passado, ou nos 20% recordes da Vale em 2022 — está mais para os volumes de companhias tradicionais, na faixa dos 9% a 10%.

A guerra comercial de Trump criou um cenário de incerteza global que tende a diminuir a atividade econômica no mundo, e isso tem um impacto direto na demanda por commodities como o petróleo e o minério de ferro, as matérias-primas de Petrobras e Vale. 

E justamente por isso, a expectativa de Hungria é de que o caixa de ambas as empresas não seja tão farto esse ano. Mas nem tudo está perdido para as estrelas da B3. Concorrentes internacionais de Petrobras e Vale devem ter mais dificuldade do que as brasileiras — com chances de paralisar suas operações. 

“Petrobras e Vale estão na categoria de produtoras eficientes, que têm menor custo de produção”, disse o analista no podcast. 

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Ele explica que as duas brasileiras conseguem manter a produção mesmo com o preço da commodity em níveis menores, enquanto as concorrentes começam a queimar caixa e rever a operação muito antes da petroleira e mineradora. 

Atualmente, o preço do petróleo Brent, que é referência de valor para a Petrobras, está na faixa dos US$ 63 o barril. Nos Estados Unidos, alguns CEOs de petroleiras afirmaram na última temporada de balanços que começaram a apresentar dificuldades de operação com esse preço. 

Para a Petrobras chegar nesse nível de preocupação, o preço do petróleo teria que cair para a casa de US$ 50 o barril — e este é um cenário que a Empiricus não vê acontecendo, graças à famigerada oferta e demanda. 

“Muitos players internacionais não conseguem gerar caixa com o petróleo em US$ 60 e preferem fechar as portas do que queimar caixa. Isso gera um cenário de menor oferta internacional, em que os preços tendem a se equilibrar e subir novamente”, diz o analista. 

Segundo Hungria, a mesma dinâmica se aplica para a Vale.

Confira o episódio completo do Touros e Ursos da semana: 

Tem dividendos, mas tem dificuldades 

Mas isso não significa que 2025 não apresenta desafios para Vale e Petrobras

Começando pela mineradora, Hungria diz que apresenta questões internas e externas, que tem se refletido nas ações justificadamente. 

A começar por questões próprias: problemas com as barragens, produtividade, licenciamento e a divisão de metais básicos, que tem deixado a desejar há algum tempo.

“São todas questões intrínsecas que pesam nos múltiplos, nos resultados e se somam à questão interna”, diz o analista. 

O externo se resume à China

“A China é o maior cliente da Vale e não vem apresentando um cenário brilhante há algum tempo. Agora vemos o mercado revendo a projeção de atividade e não sabemos qual o impacto que as tarifas do Tump terão. Mas certamente terá algum impacto”, diz Hungria. 

Esse combo desanimador tem feito as ações da Vale negociarem a menos de 4x o valor da firma sobre o Ebitda (EV/Ebitda), o que o analista considera um múltiplo muito baixo, porém “justificável”. 

Petrobras também tem seus problemas. Para Hungria, o histórico da empresa depõe contra e será o balizador do humor do mercado na apresentação dos resultados do primeiro trimestre.

A queda na receita e no lucro está dada, segundo o analista. Na comparação anual, o preço do petróleo entre janeiro e março do ano passado era maior do que o preço neste ano, o que por si só significa uma queda de, pelo menos, 10% da receita e do lucro. 

Mas o mercado está de olho em outro indicador: o capex. 

Nos resultados do quarto trimestre, a Petrobras apresentou um volume de investimentos maior do que o guidance para o ano em US$ 2 bilhões. Isso acendeu o alerta entre os investidores, que tiveram um déjà vu com aportes insatisfatórios do passado.  

“Agora, o mercado quer entender onde está sendo colocado esse capex. Se é realmente em exploração e produção, se é no pré-sal”, diz Hungria. “Se for um investimento no campo de Búzios, como a companhia falou, realmente deveria dar um retorno positivo olhando para a frente, porque é um campo com produtividade muito boa e custo de produção bom.”

Mas até que isto seja esclarecido, a dúvida está posta — e a memória pesa. 

Que tal trocar Petrobras e Vale por …

Quando se trata de dividendos, ambas as empresas estão no mesmo patamar, segundo Hungria. 

O dividend yield deve ficar entre 9% e 10% neste ano, considerando o preço das commodities menor no mercado internacional. 

Porém, uma delas apresenta uma chance maior de ganho de capital: a Petrobras. 

“Não é uma vantagem certa. Depende de eventuais cortes de produção de petróleo pela Opep, questões de capacidade interna, pontos imponderáveis que não é possível antecipar”, diz Hungria. 

Já para a Vale, não há gatilhos no horizonte, de acordo com o analista. Nem mesmo os estímulos anunciados pelo governo chinês têm sido capazes de dar tração para a ação e Hungria explica a razão. 

“As ações VALE3 sobem 2%, 2,5% no dia do anúncio [de estímulos do governo chinês], mas depois devolvem. O investidor prefere um cenário de estímulo natural, embora seja melhor ter estímulo do que deixar o setor ruir”, diz. 

Considerando que o cenário é negativo para ambas as empresas, que dependem muito do contexto internacional, Hungria avalia que há empresas domésticas que apresentam o mesmo potencial de dividendos para 2025, mas também oferecem mais estabilidade nas negociações em bolsa. 

Ouça o podcast completo e veja quais são essas empresas. Saiba também quais são os Touros e Ursos da semana, com Jerome Powell, Vigilantes do Peso e Beyoncé entre as escolhas. 

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