O IRB (IRBR3) finalmente saiu do calvário? Lucro da resseguradora quase triplica no 4T24, mas volatilidade segue no radar
A empresa de resseguros teve um lucro líquido de R$ 112,4 milhões no quarto trimestre de 2024, expansão de 196,9% em relação ao mesmo período do ano anterior

Depois de cinco anos desde a revelação de uma fraude contábil que derrubou as ações na bolsa, o IRB (IRBR3) parece enfim ter saído do calvário.
A empresa de resseguros reportou lucro líquido de R$ 112,4 milhões no quarto trimestre de 2024, quase triplicando a cifra vista no mesmo período do ano anterior, em uma expansão de 196,9%.
No acumulado do ano, o lucro chegou a R$ 372,7 milhões, avanço de 226,2% no comparativo anual.
- VEJA MAIS: 35 empresas divulgam resultados do 4T24 esta semana, e BTG Pactual revela suas projeções para as principais
Segundo a empresa, o resultado é fruto da combinação de uma subscrição de qualidade e da aplicação adequada dos ativos financeiros.
O Ebit (resultado antes dos impostos e participações) atingiu R$ 112 milhões, bem abaixo do esperado pelos analistas, mas 35% maior do que o 4T23. O indicador foi pressionado pela marcação ao mercado de títulos e ajustes no valor de recebíveis judiciais, segundo o Goldman Sachs.
“Em 2024, alcançamos um marco na companhia, encerrando o período de turnaround com crescimento no resultado operacional. Estamos falando mais do futuro do que do passado”, afirmou Marcos Falcão, CEO do IRB(Re), em nota.
Leia Também
A estratégia da empresa ao longo de 2024 foi concentrar os negócios no Brasil, país em que é líder de mercado e que apresenta potencial de crescimento local e um “gap de proteção existente”.
O índice de sinistralidade chegou a 64% no quarto trimestre, um aumento de 8,8 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023.
No ano de 2024, a sinistralidade foi de 63,9%, 6,1 p.p menor do que o ano anterior, incluindo o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul.
Por sua vez, o resultado de underwriting (subscrição) foi positivo em R$ 451,8 milhões.
Já o índice combinado total – que inclui sinistralidade, comissionamento e demais despesas – caiu 6,3 p.p na base anual, para 101,2% em 2024.
As ações do IRB iniciaram o dia em queda na bolsa brasileira. Logo na abertura, os papéis marcavam desvalorização de 3,42%, cotados a R$ 53,05.
O fim do calvário do IRB (IRBR3)?
Na avaliação do BTG Pactual, o IRB apresentou resultados mistos, mas surpreendeu na linha de lucratividade.
“Embora os números tenham sido mistos, com o Ebit abaixo das expectativas devido a maiores despesas operacionais e menor receita financeira, e um resultado líquido positivo parcialmente impulsionado por um imposto de renda corporativo positivo, os resultados de subscrição terminaram em território positivo, sugerindo que o IRB pode finalmente ter saído de sua fase de turnaround”, afirmou o banco.
Para os analistas do BTG, a gestão do IRB continua priorizando a rentabilidade em detrimento do crescimento, garantindo renovações de contratos a preços competitivos e concentrando suas operações no Brasil.
A visão mais otimista acontece exatamente cinco anos após a descoberta de possíveis inconsistências contábeis pela gestora carioca Squadra, anunciada em fevereiro de 2020.
A empresa manteve sua trajetória de recuperação após a fraude contábil revelada nos resultados financeiros da empresa em 2020 que derrubou as ações da companhia. Desde aquela época, o IRB amarga uma perda de quase 96% na B3.
Naquele ano, a gestora Squadra Investimentos publicou uma carta com uma análise sobre o balanço da empresa do 3T19 e calculou que, sem a ajuda de itens considerados extraordinários, a companhia na verdade teve um prejuízo de R$ 112 milhões no período.
Meses após a divulgação da carta, o IRB confirmou a existência de inconsistências contábeis e precisou passar por duas capitalizações.
No entanto, segundo o BTG, a reestruturação do IRB parece ter chegado ao fim — e o lucro líquido de 2024, de R$ 373 milhões, já estabelece um piso de ganhos de pelo menos R$ 100 milhões por trimestre, visto como “algo impensável até pouco tempo atrás”.
“As razões regulatórias permanecem confortáveis, e à medida que continua a melhorar os resultados, esperamos que comece a pagar dividendos em algum momento de 2025, uma vez que tenha eliminado totalmente as perdas acumuladas em seu balanço patrimonial”, afirmaram.
O BTG manteve recomendação de compra para as ações do IRB (IRBR3), com a visão otimista sustentada pelo aumento da taxa Selic e pela expectativa de recuperação no desempenho da receita bruta devido ao aumento da demanda por seguros e resseguros, impulsionada pelos efeitos climáticos.
No entanto, os analistas preveem volatilidade à frente. “As ações avançaram significativamente desde dezembro e acreditamos que podem ter subido um pouco demais. Por isso, acreditamos ser natural esperar alguma volatilidade de curto prazo nas ações, embora ainda vejamos oportunidades interessantes no IRB.”
Já o Goldman Sachs tem recomendação neutra para as ações do IRB.
MRV (MRVE3) ensaia retorno aos bons tempos com geração de caixa no 2T25 e até Resia fica no azul — mas nem tudo foi festa
De acordo com a prévia operacional divulgada nesta segunda-feira (14), a MRV&Co voltou a gerar caixa no 2T25 — mas a operação principal ainda ficou no vermelho
BRB entra na mira da CVM — e nova investigação não tem nada a ver com o Banco Master, segundo jornal
Todo o comando do Banco de Brasília está sendo processado pela autarquia por irregularidades financeiras; entenda
Ações da Embraer (EMBR3) caem 11% em uma semana e JP Morgan diz que o pior ainda está por vir
O banco norte-americano acredita que, no curto prazo, a fabricante brasileira de aeronaves continuará volátil, com ações sendo usadas como referência para o risco tarifário
Dupla listagem do Méliuz (CASH3): bilhete premiado ou aposta arriscada? O BTG responde
A plataforma aposta na listagem na OTC Markets para aumentar liquidez e fortalecer sua posição no mercado de criptomoedas, mas nem tudo são flores nessa operação
Petrobras indica nova diretora de sustentabilidade e passa a ser comandada por maioria feminina
Com a nomeação da engenheira Angélica Garcia Cobas Laureano, funcionária de carreira da Petrobras, a diretoria executiva da companhia passa a ter 55% de mulheres
Um novo vilão para o Banco do Brasil (BBAS3)? Safra identifica outro problema, que pode fazer as coisas piorarem
Apesar de o agronegócio ter sido o maior vilão do balanço do 1T25 do BB, com a resolução 4.966 do Banco Central, o Safra enxerga outro segmento que pode ser um problema no próximo balanço
Marfrig (MRFG3) avança na BRF (BRFS3) em meio a tensão na fusão. O que está em jogo?
A Marfrig decidiu abocanhar mais um pedaço da dona da Sadia; entenda o que está por trás do aumento de participação
SpaceX vai investir US$ 2 bilhões na empresa de Inteligência Artificial de Elon Musk
Empresa aeroespacial participa de rodada de captação da xAI, dona do Grok, com a finalidade de impulsionar a startup de IA
Taurus (TASA4) é multada em R$ 25 milhões e fica suspensa de contratar com a administração do estado de São Paulo por dois anos
Decisão diz respeito a contratos de fornecimento de armas entre os anos de 2007 e 2011 e não tem efeito imediato, pois ainda cabe recurso
Kraft Heinz estuda separação, pondo fim ao ‘sonho grande’ de Warren Buffett e da 3G Capital, de Lemann
Com fusão orquestrada pela gestora brasileira e o Oráculo de Omaha, marcas americanas consideram cisão, diz jornal
Conselho de administração da Ambipar (AMBP3) aprova desdobramento de ações, e proposta segue para votação dos acionistas
Se aprovado, os papéis resultantes da operação terão os mesmos direitos das atuais, inclusive em relação ao pagamento de proventos
Acionistas da Gol (GOLL54) têm até segunda (14) para tomar decisão importante sobre participação na empresa
A próxima segunda-feira (14) é o último dia para os acionistas exercerem direito de subscrição. Será que vale a pena?
Braskem (BRKM5) volta ao centro da crise em Maceió com ação que cobra R$ 4 bilhões por desvalorização de 22 mil imóveis
Pedido judicial coletivo alega perdas imobiliárias provocadas pela instabilidade geológica em cinco bairros da capital alagoana, diz site
É hora de adicionar SLC Agrícola (SLCE3) na carteira e três analistas dizem o que chama atenção nas ações
As recomendações de compra das instituições vêm na esteira do Farm Day, evento anual realizado pela companhia
MRV (MRVE3) resolve estancar sangria na Resia, mesmo deixando US$ 144 milhões “na mesa”; ações lideram altas na bolsa
Construtora anunciou a venda de parte relevante ativos da Resia, mesmo com prejuízo contábil de US$ 144 milhões
ESG ainda não convence gestores multimercados, mas um segmento é exceção
Mesmo em alta na mídia, sustentabilidade ainda não convence quem toma decisão de investimento, mas há brechas de oportunidade
Méliuz diz que está na fase final para listar ações nos EUA; entenda como vai funcionar
Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa
Governo zera IPI para carros produzidos no Brasil que atendam a quatro requisitos; saiba quais modelos já se enquadram no novo sistema
Medida integra programa nacional de descarbonização da frota automotiva do país
CVM adia de novo assembleia sobre fusão entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3); ações caem na B3
Assembleia da BRF que estava marcada para segunda-feira (14) deve ser adiada por mais 21 dias; transação tem sido alvo de críticas por parte de investidores, que contestam o cálculo apresentado pelas empresas
Telefônica Brasil (VIVT3) compra fatia da Fibrasil por R$ 850 milhões; veja os detalhes do acordo que reforça a rede de fibra da dona da Vivo
Com a operação, a empresa de telefonia passará a controlar 75,01% da empresa de infraestrutura, que pertencia ao fundo canadense La Caisse