No andar do plano 60-30-30: CEO do Inter (INBR32) no Brasil indica a chave para construir 30% de rentabilidade até 2027
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Alexandre Riccio conta quais as alavancas para atingir o ambicioso plano financeiro nos próximos anos

Quando o Inter (INBR32) anunciou, em 2023, o ousado plano “60-30-30”, com a promessa de se tornar mais rentável do que os grandes bancos até 2027, o mercado não se deu por convencido. Mas, com mais da metade do prazo já cumprido, o banco deu passos concretos rumo às metas ambiciosas — e Alexandre Riccio, CEO do Inter no Brasil, vê potencial para acelerar ainda mais.
“Muita gente pergunta se o Inter vai desacelerar ou se já temos contas demais. Nós não enxergamos esse cenário. O que temos visto é até uma aceleração. Ainda há muito a ser conquistado”, disse Riccio, em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro.
“Não temos preocupações em relação ao tamanho do mercado. Há muito a ser entregue ali. Não precisamos entrar em novos mercados para encontrar um pote grande o suficiente para entregar a ambição do 60-30-30”, acrescentou.
O objetivo do Inter é chegar a 60 milhões de clientes, mantendo uma eficiência de 30% e alcançando um ROE de 30%, maior que o do Itaú, até o fim de 2027.
- VEJA TAMBÉM: Descubra como os gigantes do mercado estão investindo: o podcast Touros e Ursos traz os bastidores toda semana; acompanhe aqui
Em que pé o Inter está em relação ao plano 60-30-30
O banco encontra-se mais ou menos na metade do caminho em direção ao plano de cinco anos — com alguns indicadores um pouco mais avançados que outros.

No fim do segundo trimestre, o banco digital havia percorrido cerca de 46% do terreno em direção aos 60 milhões de clientes, atingindo a marca de 40 milhões de clientes em agosto.
Leia Também
O índice de eficiência do banco também melhorou, atingindo 47,8% no 2T25, representando um avanço de mais de 60% em relação ao ponto de partida.
Quanto ao objetivo de rentabilidade, o Inter já percorreu 51,5% da trajetória para alcançar um ROE de 30%, com um retorno de 14,5% no fim de junho.
Lembrando que, quando o plano foi lançado, o banco partia de 23 milhões de clientes, uma eficiência de 75% e uma rentabilidade negativa de quase 2%.
A jornada do Inter (INBR32) rumo ao ROE de 30%
Poucos bancos hoje rodam com um ROE próximo de 30%. Trata-se de uma meta ambiciosa, especialmente se compararmos com o Itaú (ITUB4), cujo ROE é de 23%. Mas Riccio afirma que alcançar esse patamar no Inter é “totalmente factível”.
A chave para construir os 30% de rentabilidade está nos negócios não financeiros, afirmou o CEO.
- LEIA TAMBÉM: Descubra quais títulos da renda fixa podem render acima do Tesouro Selic: acesse um guia gratuito com recomendações aqui
“Quando vemos bancos muito bem administrados operando um pouco acima de 20%, percebemos um elemento importante no modelo de negócio do Inter: os negócios não financeiros. Ao contrário de um banco, eles não demandam capital. Então, se eu tenho um banco bem administrado operando a 20% de ROE, e os negócios não financeiros trazem uma contribuição significativa das receitas, você constrói esses 10% adicionais”, disse ao Seu Dinheiro, em evento de inauguração do Inter Café.
Um dos principais motores dessa rentabilidade será o novo consignado privado, que tem grande aderência ao canal digital do Inter, especialmente entre os mais jovens, segundo o CEO.
O banco possui uma pequena fatia do mercado de crédito ao trabalhador, mas Riccio afirma que esse número pode crescer consideravelmente nos próximos meses.
Hoje, o Inter tem uma penetração de cerca de 5% do mercado de consignado privado, considerando o número absoluto de contratações divulgadas — que contabiliza também os tombamentos de carteiras, mesmo sem a originação efetiva de novos créditos.
Já quando levamos em conta apenas as novas orientações do consignado privado no Brasil, o market share do Inter sobe para 10%, segundo o executivo.
Questionado sobre o tamanho da participação de mercado que o Inter almeja com o consignado privado, Riccio traçou um paralelo com o Pix, em que a fintech já detém cerca de 8% das transações no Brasil.
Para ele, esse número de penetração é suficiente para gerar um aumento expressivo de receita, mesmo sem aumentar proporcionalmente a base de clientes, devido ao cross-selling de produtos. “A penetração de 8% em outros mercados nos levaria muito além das metas financeiras do 60-30-30”, afirmou.
A estratégia do Inter também inclui o crescimento da carteira de crédito, o ganho de margem financeira e o aumento do engajamento dos clientes. O Inter Shop, marketplace do banco digital, também entra como um pilar importante dessa estratégia.
“O crescimento da margem financeira será sempre um componente importante, mas a parte de serviços, onde o Inter é comissionado e não envolve risco de crédito, também cresce e tende a continuar crescendo à medida que evoluímos a execução do negócio.”
Selic de 15% ao ano não atrapalha os planos do Inter, diz CEO
Apesar do cenário macroeconômico conturbado, com a taxa básica de juros (Selic) a 15% ao ano e perspectivas de desaceleração econômica para os próximos meses, o CEO se diz confiante no potencial de crescimento do banco digital.
“É o cenário ideal? Definitivamente não. Nós também preferimos um juro mais baixo, que torna a economia mais forte e o crédito mais barato e que cabe no bolso”, afirmou.
No entanto, o CEO diz que a diversidade da carteira de crédito do banco — sendo dois terços colateralizada e um terço sem garantias — é um trunfo que o coloca em uma “posição privilegiada para poder crescer mesmo em um cenário de 15% de Selic”.
- LEIA TAMBÉM: O futuro começa com uma boa decisão hoje: Faça agora uma simulação gratuita e veja quanto seu dinheiro pode render ao investir em previdência privada
“Nós não precisamos ‘pisar no freio’ no crescimento. Além disso, nos créditos onde poderíamos ter uma preocupação maior, sem colateral, evoluímos muito na capacidade de operar a inadimplência e temos conseguido manobrar e crescer nos cenários com juros de 15% ao ano.”
Na visão de Riccio, o Brasil traz boas oportunidades para que o Inter mantenha a expansão, com mercados grandes e um ambiente regulatório favorável ao crescimento. “Estamos em um bom ambiente para crescer, então estamos construtivos com o cenário para o Inter.”
“Se estivermos vivendo um Brasil normal — e o Brasil normal é conturbado e com muito barulho —, o Inter precisa crescer de forma muito desproporcional. Não importa o que esteja acontecendo no macro. Não podemos nunca dizer que não crescemos por causa do Brasil, porque há uma assimetria tão grande entre nossas próprias expectativas e o que acontece no país, que temos que estar prontos para crescer.”
Expansão para Argentina e EUA
Embora tenha alguns lançamentos no pipeline, o Banco Inter pretende focar no amadurecimento dos produtos já existentes para fortalecer a principalidade dos clientes.
No radar para as próximas semanas está a estreia oficial da conta global na Argentina.
- SAIBA MAIS: Receba uma carteira diversificada com recomendações de ativos para buscar ganho de capital apurada pela Empiricus Research; veja como
“Não será um banco digital completo para argentinos, mas o acesso do cliente argentino à conta global que o brasileiro já tem. Queremos levar esse produto para outras geografias”, afirmou Riccio.
Os planos não param por aí: os esforços na Global Account do Inter também se estendem aos Estados Unidos.
Recentemente, o banco lançou um cartão de crédito e débito para residentes no país, e pretende continuar ampliando sua oferta por lá.
“As próximas geografias serão mais uma consequência dessa continuidade do projeto”, acrescentou o CEO.
Família Diniz avança no comando do Pão de Açúcar — mas não é aquela que você conhece; saiba quem são os Coelho Diniz
Os novos maiores acionistas do GPA são os Coelho Diniz, que pouco têm a ver com a família do antigo dono, Abilio Diniz, falecido no ano passado
Por que o BTG Pactual está cauteloso com as ações de varejo — e quais os nomes favoritos do banco
A primeira metade de 2025 apresentou resultados sólidos em diversos segmentos de consumo, mas a atenção agora se volta para os ventos desfavoráveis que podem afetar o setor
Petrobras (PETR4) e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Margem Equatorial; entenda por que isso importa
Apesar de ser vista como a nova fronteira de exploração de petróleo, a proximidade de ecossistemas sensíveis na Margem Equatorial gera preocupações
JBS (JBSS3) aprova distribuição de R$ 820 milhões em dividendos intercalares para a JBS NV
Os recursos serão direcionados para a holding que abriu capital nos Estados Unidos recentemente, segundo informa a própria companhia
Fundo imobiliário que integra o TRX Real Estate (TRXF11) vende mais um imóvel alugado pelo Assaí; entenda os impactos para os cotistas
No fim de maio, o fundo já havia anunciado a alienação de um outro ativo, que estava sendo alugado pela varejista, por R$ 69 milhões
BB Seguridade (BBSE3), Itaúsa (ITSA4) e mais: 8 empresas pagam dividendos e JCP nesta semana; confira
Oito companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas nesta última semana de agosto
Mudanças à vista no alto escalão do GPA (PCAR3): família Coelho Diniz eleva participação e pede eleição de novo conselho
O objetivo da família é tornar a representatividade no conselho proporcional à atual participação societária, segundo comunicado ao mercado
Com nova fábrica, marca de chocolates Dengo escala apoio a produtores de cacau da BA e caminha para o lucro
A empresa está investindo R$ 100 milhões na segunda unidade de produção em Itapecerica da Serra (SP) e vai quintuplicar a capacidade de abrir lojas a partir de 2026
BB denuncia vídeo de Eduardo Bolsonaro por fake news e pede ação da AGU contra corrida bancária
Segundo ofício encaminhado pelo banco, os ataques nas redes sociais começaram na última terça-feira (19)
Petrobras e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Foz do Amazonas
Atividade é a última antes de concessão de licença ambiental para exploração de petróleo
Que fim levou o Kichute, a mistura de tênis e chuteira que marcou época nos pés dos brasileiros?
Símbolo da infância de gerações, o tênis da Alpargatas chegou a vender milhões de pares nos anos 1970, mas acabou perdendo espaço com a chegada das marcas internacionais
Banco do Brasil (BBAS3) quer ser o maior player no mercado de carbono no país, do projeto à certificação
Para o VP de Sustentabilidade do BB, José Ricardo Sasseron, a forte relação com o agronegócio, a capilaridade do banco e seus mais de 200 anos de história podem ajudar nessa empreitada
Intel tem semana para ninguém botar defeito: depois do Softbank, governo dos EUA confirma participação na companhia
O cenário de mercado, no entanto, tem sido desafiador para a gigante dos microprocessadores. Em 2024, as ações da Intel desabaram 60%
Na guerra com Mercado Livre, Shopee anuncia redução no prazo de entrega para BH, Rio e mais de 75 cidades
Na Grande São Paulo, uma em cada quatro encomendas foi entregue até o dia seguinte, enquanto 40% chegaram em até dois dias
Chegou chegando: H&M abre primeira loja no Brasil neste sábado (23); saiba mais sobre a marca e qual a média dos preços
Varejista de moda sueca deve trazer mais concorrência para nomes como C&A, Renner e Riachuelo
Mais uma notícia negativa no front da Braskem (BRKM5), e desta vez veio da agência de rating S&P
Em comunicado divulgado ao mercado, a empresa reforçou “o seu compromisso com a sua higidez financeira”
iPhone 16 é o celular mais vendido no Brasil em 2025 — e talvez fique para trás em breve
O celular mais vendido do país combina desempenho e durabilidade, mas custa caro
Banco do Brasil (BBAS3) critica campanha de difamação nas redes sociais e diz que tomará providências legais
Banco citou “publicações inverídicas e maliciosas” para gerar pânico e prejudicar o banco
Dividendos bilionários mantêm otimismo do UBS BB com a Petrobras (PETR4); confira qual é a cifra esperada pelo banco
Segundo o banco suíço, a produção da estatal deve crescer cerca de 20% entre 2024 e 2028, bem acima dos seus pares europeus e latino-americanos
Vorcaro fora do jogo: BRB confirma que dono do Banco Master não fará parte da gestão do possível conglomerado
O potencial acordo de acionistas dos bancos estabelece a formação de um novo grupo de controle, sem a participação dos atuais controladores