Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
Se você é jovem demais ou tem memória curta, vale lembrar que 2021 foi um ano bastante agitado para a bolsa brasileira. Ao todo, 46 empresas estrearam na B3. E uma das novatas na casa foi a Dotz (DOTZ3), empresa de programa de fidelidade criada em 2000.
O IPO da Dotz no Novo Mercado da B3 foi sofrido. A ação foi precificada a R$ 13,20, no piso da faixa, que ia até R$ 16,60, e a oferta foi restrita a investidores institucionais.
De todo modo, a empresa levantou R$ 400 milhões e foi avaliada em R$ 1,75 bilhão, e com a chancela do chinês Ant Group, braço financeiro do gigante Alibaba, que ainda detém 4,99% das ações da companhia.
- VEJA MAIS: Especialistas revelam os ativos mais promissores do mercado para investir ainda hoje; confira
Só que os tempos em seguida não saíram como o planejado, e a Dotz entrou para o rol das empresas que viram seus problemas se multiplicarem após o IPO.
O valor de mercado da Dotz hoje está abaixo de R$ 50 milhões (mais precisamente, R$ 47,6 milhões), numa impressionante queda de 97%.
O free-float da empresa é baixo, na casa de 13%, e a ação DOTZ3 hoje opera por volta de R$ 3,50.
Leia Também
Dotz (DOTZ3) em busca de novas fontes de receita
A Dotz divulgou seu balanço após o fechamento de mercado nesta quinta-feira (27) e o CEO, Otávio Araujo, espera conseguir, com ele, dar algum ânimo ao mercado. No momento, a empresa não tem cobertura de analistas.
No cargo há menos de um ano, Araujo era director de operações e assumiu o novo posto após a renúncia do fundador Roberto Chade.
O desafio de Araujo é manter (e escalar) a estratégia de recuperação da Dotz, que vem sendo, em grande parte, resultado de uma pivotagem nos negócios.
- E MAIS: A isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil ainda não vale em 2025 - quais são as regras para declarar neste ano e quem precisa prestar contas ao Leão?
Se, por duas décadas, a empresa esteve focada em seu programa de fidelidade, com a troca de pontos (os Dotz) por benefícios na rede de parceiros, nos últimos quatro ou cinco anos o impulso nos resultados passou a vir de outra frente: uma techfin.
Com uma base de mais de 50 milhões de usuários inscritos (a empresa não abre quantos são ativos) em seu programa de fidelidade, a companhia decidiu oferecer produtos financeiros, como crédito e seguro prestamista, com foco especialmente nas classes C e D – que, como Araujo destaca, “têm problemas para chegar ao fim do mês”.

A techfin, que em 2020 representava 6% do faturamento da Dotz, fechou 2024 com 37% da receita total da companhia. Em contrapartida, a participação do negócio de fidelidade na receita despencou de 85% para 58% no mesmo período, enquanto a do marketplace passou de 8% para 5%.
Segundo Araujo, a empresa não tem um guidance para estes números, mas a ideia é manter-se nesta toada.
“Essa é a jornada que a Dotz se comprometeu a fazer no IPO e que eu diria que o ano passado a gente entregou de forma completa. Foram dois, três anos de bastante construção, mas o que tinha de construção está completo, e todos esses elementos estão hoje operando, e com bastante escala”, afirmou o CEO, em entrevista ao Seu Dinheiro.
- SAIBA MAIS: Entregar a declaração do Imposto de Renda no fim do prazo pode aumentar a sua restituição em mais de 4%; entenda
A empresa, porém, não abre números de usuários da techfin – apenas diz que “a conta digital já tem 7 milhões de downloads” e que há “volumes altos de originação de crédito”, com avanço de 51% em 2024 na comparação com o ano anterior.
No quarto trimestre de 2024, a techfin faturou R$ 24,6 milhões, alta de 39% ante o mesmo período de 2023. No consolidado de 2024, a alta foi de 46% ante 2023.
Mais resultados da Dotz em 2024
A companhia atingiu o break-even no terceiro trimestre do ano passado, e manteve resultado positivo no último trimestre de 2024. Ainda assim, não conseguiu fechar o ano no azul, com os resultados do primeiro semestre pesando na conta.
No 4T24, a Dotz teve lucro líquido de R$ 500 mil. No consolidado de 2024, a empresa registrou prejuízo de R$ 16,5 milhões, mas com ganho de R$ 44 milhões ante 2023.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no quarto trimestre foi de R$ 11 milhões, ajudando a fechar o ano com R$ 22,5 milhões – comparado a –R$ 29,4 milhões em 2023.
A margem bruta no quarto trimestre foi de 64% (alta de 17 pontos percentuais), e de 57% no consolidado de 2024 (alta de 10 pontos percentuais).
“À medida que a gente for entregando resultado, a gente espera que o mercado também vá entendendo que faz sentido essa aposta ou esse investimento, e aí que a gente comece a ver realmente impacto nas ações”, disse Araujo. Agora, resta aguardar para ver.
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista
