🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Maria Carolina Abe

Maria Carolina Abe

É jornalista formada pela ECA-USP, com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais para Jornalistas pela B3. Tem mais de 25 anos de experiência e passagem pelas principais redações do país - entre elas, Estadão, Folha, UOL e CNN Brasil. Atualmente, é editora de Empresas no Seu Dinheiro.

PASSOU DE ANO

Cogna (COGN3) mostra ao investidor que terminou o dever de casa, retoma dividendos e passa a operar sem guidance

Em meio à pandemia, em 2020, empresa anunciou guidances audaciosos para 2024 – que o mercado não comprou muito bem. Agora, chegam os resultados

Maria Carolina Abe
Maria Carolina Abe
2 de abril de 2025
12:24 - atualizado às 8:06
Roberto Valério, CEO da Cogna Educação
Roberto Valério, CEO da Cogna Educação - Imagem: Rafael Almeida/Divulgação

Era final de 2020, bem no meio da pandemia. O cenário de restrições era desafiador para as empresas de educação e especificamente para a Cogna (COGN3), dona de marcas como Anglo, Anhanguera e Red Balloon

Em meio a esse cenário caótico, a empresa ainda anunciou ao mercado uma ampla reestruturação interna, com guidances audaciosos para 2024 – que o mercado não comprou muito bem. E os investidores continuaram incrédulos por bastante tempo, porque dali se seguiram trimestres de prejuízo. 

“Até o terceiro trimestre de 2022, a gente tinha receita [líquida] negativa e era muito criticado no mercado porque outras empresas cresciam 10%, 15% ao trimestre. A gente decrescia 19%, e o pessoal perguntava: ‘mas que loucura vocês estão fazendo aí? Vão acabar com a empresa?’”, lembra Roberto Valério, CEO da Cogna, em entrevista com um pequeno grupo de jornalistas nesta semana. 

Até que 2024 terminou e chegou a hora de mostrar os resultados do turn around. Os dois guidances prometidos, de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente e geração de caixa (GCO) após Capex, foram atingidos – e a empresa voltou à era dos dividendos aos acionistas após cinco anos.

No caso do Ebitda, que partiu de R$ 690 milhões em 2020, a meta era chegar a R$ 2,1 bilhões em 2024. A empresa alcançou R$ 2,174 bi, com uma alta de três vezes.

Já no caso do GCO, que partiu de R$ 240 milhões em 2020, a meta era atingir R$ 1 bilhão em 2024 – e a companhia fechou o ano passado com R$ 1,045 bilhão, um resultado quatro vezes superior. 

Leia Também

O CEO reitera que tudo isso foi alcançado com os mesmos ativos de 2020, sem fusões nem aquisições no meio do caminho -- apenas com uma mudança de estratégia. “A gente sempre acreditou que os ativos da empresa tinham um potencial intrínseco muito grande, e que a gente precisava fazer uma reestruturação importante na maneira como a gente operava”, diz Valério.

A empresa, que divulgou seu balanço do 4T24 em 12 de março, fez nesta quarta-feira (2) seu encontro com investidores, no chamado Cogna Day, para mostrar que fez seu dever de casa e, agora, segue para uma nova fase. 

E esta nova fase é sem guidances. “Eu acho que a gente tem esse nível de transparência, esse nível de abertura de explicar a nossa estratégia, de mostrar a consistência dos resultados para dizer que o que a gente fez nos últimos quatro anos vai continuar nesse ritmo”, explica o CEO. “Eu não preciso mais dar um guidance para você entender a empresa.”

O que teve na fase de recuperação da Cogna

Um dos pontos seguidos pela companhia foi buscar tornar-se mais asset light, tirando o pé dos cursos presenciais e apertando o acelerador nos cursos de educação à distância (EAD). Com isso, de 2020 a 2024, a empresa passou de 176 para 113 campi, e de 1.255 polos de EAD para 3.000. O mix entre presencial e EAD passou de 30-70, em 2020, para 13-87, em 2024. 

E no caso da educação básica, a empresa vendeu suas 40 escolas e passou a focar em sistemas de ensino.

No caso dos cursos de graduação, passou a apostar mais naqueles que são mais caros – como enfermagem, odontologia, direito, agronomia e até medicina. 

Também de olho na geração de caixa, encerrou seu programa Parcelamento Estudantil Privado (PEP), buscou reduzir os índices de inadimplência, tornando-se mais restritiva na rematrícula e captação de novos alunos.

Esse movimento, segundo a Cogna, não veio acompanhado de queda na qualidade nem na aprovação dos cursos pelos alunos. A empresa mostra dados de NPS subindo (alta de 26 pontos percentuais de 2020 a 2024), além de melhora na avaliação dos seus cursos pelo MEC, por exemplo.

Cogna aposta também em novas linhas de receita

Uma das vertentes desta estratégia adotada nos últimos anos, e que deve continuar em prática, segundo os executivos da Cogna, é a criação de novos negócios a partir de capacidades que a empresa já tem. 

Das receitas de 2024, 5% (R$ 350 milhões) vieram de negócios que não existiam dois anos atrás, segundo a direção da empresa, movimento que deve crescer com o tempo.

Eles citam como exemplo a criação da marca Start Anglo, franquia de escola bilíngue que não existia há dois anos e hoje já conta com 40 contratos, sete escolas ativas (inclusive o Liceu Pasteur) e R$ 12 milhões em receita em 2024.

Outro exemplo é o produto para recuperação de aprendizagem, vendido para governos municipais e estaduais que buscam melhorar a performance de seus alunos em avaliações de educação, como o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). O faturamento com esta frente passou de R$ 41 milhões, em 2020, para R$ 305 milhões, no ano passado.

  • VEJA TAMBÉM: Todos os sábados, o Lifestyle do Seu Dinheiro envia uma newsletter gratuita com as tendências de comportamento e consumo do momento; veja como receber

Finalmente, houve ainda a criação de uma plataforma para criadores de conteúdo, ao estilo Hotmart: a Voomp, que atingiu 623 clientes em 2024. 

De olho no retorno aos acionistas

O CFO da Cogna, Frederico Villa, destaca que a empresa retomou o lucro líquido em 2024, o que não acontecia desde 2019, e com isso volta a distribuir dividendos aos acionistas. Serão R$ 120,8 milhões em dividendos pagos aos detentores de COGN3, que devem ser aprovados em assembleia geral no dia 30 de abril.

Villa aponta, ainda, que a empresa lançou nos últimos anos dois programas de recompra de ações: um aprovado em 2024, com 44 milhões de ações, e outro que começou em 20 de janeiro de 2025, com 144 milhões de ações. 

“Nós estamos retomando e retornando o capital para os nossos acionistas através da elevação do preço da ação pela entrega dos nossos resultados”, diz Villa. 

Nesta quarta-feira, a ação COGN3 opera em baixa. Por volta das 12h10, o papel caía 4,63%, a R$ 2,06, enquanto o Ibovespa tinha baixa de 0,086%. 

No ano, a ação COGN3 já registra valorização de 89%.

A empresa é acompanhada por 12 analistas de bancos e corretoras, dos quais 7 têm recomendação de compra e 5, neutra.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BOLSO CHEIO

Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber

13 de junho de 2025 - 19:40

A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes

AGORA VAI?

Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação

13 de junho de 2025 - 16:43

O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa

TÁ VALENDO, MAS COM CAUTELA

Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim

13 de junho de 2025 - 14:08

Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta

COMEÇOU COM PÉ DIREITO

Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial

13 de junho de 2025 - 12:24

Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar

PARE ESTA FUSÃO

Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários

13 de junho de 2025 - 12:08

Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos

IMPACTO E RENTABILIDADE

“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática

13 de junho de 2025 - 8:54

Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas

ALÔ, ACIONISTAS

Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber

12 de junho de 2025 - 19:12

A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio

VOO COM HORA MARCADA

Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder

12 de junho de 2025 - 16:50

A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior

MAIS IMPOSTOS

Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo

12 de junho de 2025 - 16:24

Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor

BOM OU RUIM

Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem

12 de junho de 2025 - 16:03

O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?

OS ACIONISTAS ESTÃO DE OLHO

O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%

12 de junho de 2025 - 14:29

A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional

DESFEZ O MATCH?

Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento

12 de junho de 2025 - 7:32

Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real

REPORTAGEM ESPECIAL

Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar

12 de junho de 2025 - 6:07

Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital

FECHANDO CAPITAL

Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação

11 de junho de 2025 - 19:44

Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA

TEM POTENCIAL

A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações

11 de junho de 2025 - 18:01

Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026

NA BOCA DO POVO

A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa

11 de junho de 2025 - 16:21

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores

“ACUSAÇÕES SÉRIAS DEMAIS”

T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita

11 de junho de 2025 - 10:47

Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Em meio ao ânimo com o Minha Casa Minha Vida, CEO da Direcional (DIRR3) fala o que falta para apostar mais pesado na Faixa 4

11 de junho de 2025 - 6:01

O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo sobre a Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, expectativas para a empresa, a Riva, os principais desafios para a companhia e o cenário macro

UM DIA APÓS O REBAIXAMENTO

Petrobras (PETR4) respira: ações resistem à queda do petróleo e seguem entre as maiores altas do Ibovespa hoje

10 de junho de 2025 - 16:30

No dia anterior, a estatal foi rebaixada por grandes bancos, que estão de olho das perspectivas para os preços das commodity

MAIS OU MENOS

AgroGalaxy (AGXY3) reduz prejuízo no 1T25, mas receita despenca 80% em meio à recuperação judicial

10 de junho de 2025 - 16:02

Tombo no faturamento decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safrinha de milho, tradicionalmente o principal negócio do período para distribuidoras de insumos agrícolas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar