Azul (AZUL4) lidera altas do Ibovespa depois de reestruturar dívidas; confira os próximos passos da companhia aérea a partir de agora
A Azul concluiu o processo de renegociação com praticamente todos os detentores de títulos de dívida e finalmente obteve acesso a quase R$ 3 bilhões em financiamento
A Azul (AZUL4) conseguiu efetivamente sair do outro lado da reestruturação de dívidas com credores — e agora sobrevoa o Ibovespa como a maior alta do índice de ações da B3 na manhã desta quarta-feira (29).
Por volta das 11h42, os papéis subiam 3,60% na bolsa brasileira, negociados a R$ 4,61. No acumulado de 12 meses, porém, a aérea ainda marca desvalorização de 66% na B3, avaliada hoje a cerca de R$ 1,5 bilhão.
A companhia anunciou na noite passada a conclusão, enfim, do processo de renegociação com praticamente todos os detentores de títulos de dívida, arrendadores, fabricantes e fornecedores.
O fechamento das negociações era a etapa que faltava para a empresa conseguir finalmente colocar mãos nos recursos das duas captações anunciadas em outubro do ano passado, garantindo o acesso a cerca de R$ 3 bilhões em financiamento.
- VEJA TAMBÉM: Quais são as melhores ações para investir em 2025? E-book gratuito mostra as perspectivas da Empiricus Research, Trígono Capital e BTG Pactual
A renegociação de dívidas da Azul (AZUL4)
A Azul (AZUL4) anunciou a liquidação das ofertas de troca de dívidas com credores de notas superprioritárias com vencimentos em 2030, no valor de principal de US$ 525 milhões (equivalente a R$ 3,09 bilhões no câmbio atual), e de outros títulos de dívida da companhia.
No total, a Azul emitiu pouco mais de US$ 1,048 bilhão em notas sêniores da Azul Secured Finance LLP garantidas em uma base de primeiro grau.
Leia Também
Com a troca, os investidores receberam novas notas sêniores garantidas em primeiro grau, com o mesmo vencimento em 2028 e juros de 11,930%.
Além disso, a empresa lançou outras duas ofertas de trocas:
- Em torno de US$ 238,015 milhões em valor principal para detentores de notas sêniores da Azul garantidas em segundo grau e remuneração de 11,500% com vencimento em 2029; e
- Aproximadamente US$ 546,62 milhões referentes a notas sêniores garantidas em segundo grau e juros de 10,875% com vencimento em 2030.
Agora, após a consumação das ofertas de troca, é que acontecerá a troca das dívidas dos arrendadores (lessores) e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) por uma participação equivalente em ações AZUL4.
Com a conversão dos débitos em ações preferenciais, a Azul precisará emitir milhões de novos papéis AZUL4. A aérea prevê levantar pelo menos US$ 200 milhões (R$ 1,17 bilhão) de recursos líquidos com a nova oferta de ações específica para os credores.
Veja o cronograma da conversão:
- 35% do valor principal da dívida deverão ser convertidos em ações até 30 de abril de 2025;
- 12,5% do valor principal da dívida serão convertidos em ações após a conclusão da oferta de ações da Azul;
- As novas notas remanescentes, equivalentes a 52,5%, serão trocadas, até 30 de abril de 2025 em novos papéis trocáveis de 2030 com juros a uma taxa de 4,0% em dinheiro mais 6,0% PIK.
E MAIS: Hoje é dia de Super Quarta – veja como as decisões do Copom e Fed podem mexer com seus investimentos
Melhora da estrutura de capital
De acordo com a Azul (AZUL4), o financiamento foi crucial para a reestruturação da dívida da empresa e para garantir uma maior flexibilidade financeira no futuro.
Segundo a aérea, os novos acordos com arrendadores, fabricantes e outros fornecedores devem melhorar o fluxo de caixa da companhia em mais de US$ 150 milhões no curto prazo, com melhorias adicionais no fluxo de caixa de mais de US$ 300 milhões nos anos de 2025, 2026 e 2027.
A companhia afirmou que as transações reduzem a dívida total em quase US$ 1,6 bilhão e aumentam a liquidez em US$ 425 milhões, com a liquidação das notas superprioritárias.
Com a reestruturação, a Azul conseguiu melhorar sua estrutura de capital e reduziu a alavancagem de 4,8 vezes para 3,4 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos últimos 12 meses, considerando o último balanço financeiro.
Além disso, as transações aumentam a geração de caixa da Azul ao reduzir o pagamento de juros em quase R$ 1 bilhão em 2025 e nos anos seguintes.
Fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)
No início deste mês, Azul (AZUL4) e a Abra, controladora da Gol (GOLL4), anunciaram a assinatura de memorando de entendimento (MOU) — uma espécie de acordo de compromisso — para avaliar uma combinação de negócios.
O documento estabelece os entendimentos entre as partes sobre a governança da futura empresa resultante dessa operação e reforça o compromisso das companhias em seguir com as negociações relacionadas à proposta de troca de ações e outras condições da transação.
Juntas, as duas companhias teriam uma participação aproximada de 60% no mercado nacional, superando os 40% da rival Latam, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%
O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero
Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
Dividendos robustos e corte de custos: o futuro da Allos (ALOS3) na visão do BTG Pactual
Em relatório, o banco destacou que a companhia tem adotado cautela ao considerar novos investimentos, na busca por manter a alavancagem sob controle
Mercado torce o nariz para Casas Bahia (BHIA3): ações derretem mais de 20% com aumento de capital e reperfilamento de dívidas
Apesar da forte queda das ações – que aconteceu com os investidores de olho em uma diluição das posições –, os analistas consideraram os anúncios positivos
Oncoclínicas (ONCO3): grupo de acionistas quer destituir conselho; entenda
O pedido foi apresentado por três fundos geridos pela Latache — Latache IV, Nova Almeida e Latache MHF I — que, juntos, representam cerca de 14,6% do capital social da companhia
Por que o Itaú BBA acredita que a JBS (JBSS32) ainda pode mais? Banco elevou o preço-alvo e vê alta de 36% mesmo com incertezas no horizonte
Para os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama, a tese de investimento permanece praticamente inalterada e o processo de listagem nos EUA segue como um potencial catalisador
Black Friday 99Pay e PicPay: R$ 70 milhões em recompensas, até 250% do CDI e descontos de até 60%; veja quem entrega mais vantagens ao consumidor
Apps oferecem recompensas, viagens com cashback, cupons de até R$ 8 mil e descontos de 60% na temporada de descontos
Uma pechincha na bolsa? Bradesco BBI reitera compra de small cap e calcula ganho de 167%
O banco reiterou recomendação de compra para a companhia, que atua no segmento de logística, e definiu preço-alvo de R$ 15,00
Embraer (EMBJ3) recebe R$ 1 bilhão do BNDES para aumentar exportações de jatos comerciais
Financiamento fortalece a expansão da fabricante, que prevê aumento nas entregas e vive fase de demanda recorde
Raízen (RAIZ4): membros do conselho renunciam no meio do mandato; vagas serão ocupadas por indicados de Shell e Cosan
Um dos membros já havia deixado cargo de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Cosan
A hora da Localiza (RENT3) chegou? O que levou mais esse banco a retomar o otimismo com as ações
Depois de o Itaú BBA ter melhorado projeções para a locadora de veículos, agora é a vez de o BTG Pactual reavaliar o desempenho da companhia
Executivos da empresa que Master usou para captar R$ 12,2 bilhões do BRB também foram sócios em fintech suspensa do Pix após ataque hacker, diz PF
Nenhum dos dois executivos da Tirreno, empresa de fachada usada pelo Master, estavam na Nuoro quanto esta foi suspeita de receber dinheiro desviado de golpe bilionário do Pix
Americanas (AMER3) aceita nova proposta da BandUP! para a venda da Uni.Co, dona da Imaginarium e Pucket; entenda o que falta para a operação sair do papel
A nova oferta conta com os mesmos termos e condições da proposta inicial, porém foi incluído uma provisão para refletir novas condições do edital de processo competitivo
Vale tudo pelos dividendos da Petrobras (PETR4)? O que esperar do plano estratégico em ano de eleição e petróleo em queda
A estatal está programada para apresentar nesta quinta-feira (27) o novo plano de negócios para os próximos cinco anos; o Seu Dinheiro foi atrás de pistas para contar para você o que deve ser divulgado ao mercado
Lula mira expansão da Petrobras (PETR4) e sugere perfuração de gás em Moçambique
O presidente afirmou que o país africano tem muito gás natural, mas não tem expertise para a extração — algo que a Petrobras pode oferecer
Mais um adeus à B3: Controladora da Neoenergia (NEOE3) lança OPA para comprar ações e retirar empresa da bolsa
A espanhola Iberdrola Energia ofereceu um prêmio de 8% para o preço dos papéis da Neoenergia; confira o que acontece agora
Banco Master: Light (LIGT3) e Gafisa (GFSA3) dizem não ter exposição ao banco, após questionamentos da CVM
A Light — em recuperação judicial — afirmou que não mantém qualquer relação comercial, operação financeira ou aplicação ligada ao Banco Master ou a instituições associadas ao conglomerado.
Hapvida (HAPV3) revive pesadelo do passado… só que pior: além do balanço, o que realmente está por trás da queda de 42% em um dia?
Não é a primeira vez que as ações da Hapvida são dilaceradas na bolsa logo após um balanço. Mas agora o penhasco foi maior — e tem muito mais nisso do que “só” os números do terceiro trimestre
Sem esclarecer irregularidades, Banco Master diz não ser responsável por R$ 12,2 bilhões repassados ao BRB
Segundo o Master, a empresa que deu origem ao crédito foi a responsável pela operação e pelo fornecimento da documentação com irregularidades
Após privatização e forte alta, Axia Energia (AXIA3), Ex-Eletrobras, ainda tem espaço para avançar, diz Safra
O banco Safra reforçou a recomendação outperform (equivalente a compra) para a Axia Energia após atualizar seus modelos com os resultados recentes, a nova política de dividendos e premissas revisadas para preços de energia. O banco fixou preço-alvo de R$ 71,40 para AXIA3 e R$ 77,60 para AXIA6, o que indica retorno potencial de 17% […]