Após três anos da privatização, Eletrobras (ELET3) ainda não atingiu as expectativas do mercado; entenda o que está travando a ex-estatal
A companhia do setor elétrico avanços nesse período, contudo, o desempenho das ações ainda está aquém do esperado pelo mercado

O tempo voou e a Eletrobras (ELET3) completou nesta semana três anos como uma empresa privada, celebrando avanços operacionais e na gestão, como a redução de custos operacionais e passivos de empréstimos compulsórios.
No entanto, o desempenho de suas ações ainda não reflete as expectativas do mercado. A ação ordinária da companhia está cotada a R$ 41,03, abaixo dos R$ 42 estabelecidos durante sua oferta pública de ações (IPO), quando analistas projetavam preço-alvo entre R$ 60 e R$ 70.
O que explica a Eletrobras não ter destravado o valor projetado? Entre os fatores que se encontram a estagnação das ações, que enfrentam o cenário desafiador do setor elétrico, com sobreoferta de energia e preços baixos para o megawatt-hora (MWh), além de desafios regulatórios e políticos.
- VEJA TAMBÉM: O que você precisa saber para investir agora? O Touros e Ursos, podcast do Seu Dinheiro, convida os principais especialistas do mercado para dar o veredito; assista aqui
A disputa com o governo, que questionou sua limitação de poder de voto, também afetou o ritmo das reformas internas. O mercado segue atento à relação da Eletrobras com o governo, que ainda detém uma participação significativa da companhia, o que pode influenciar sua estratégia e os planos de alocação de capital.
Acordo da Eletrobras com governo deixou ‘gosto amargo’
Para Vitor Sousa, da Genial Investimentos, a ação ajuizada pelo governo Lula junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), em maio de 2023, levou a empresa a postergar medidas que levariam a um processo mais acelerado de melhoria (turnaround), mas que seriam polêmicas do ponto de vista político, como a incorporação das subsidiárias Chesf e Eletronorte e cortes mais profundos de funcionários.
“Tenho impressão que parte da letargia diz respeito à suspensão de uma agenda mais sensível. A empresa seguiu com outras agendas, como descruzamento de ativos, redução dos empréstimos compulsórios, mas uma parte do turnaround foi desacelerado”, diz.
Leia Também
Na visão dele, apesar do desfecho relativamente favorável do acordo com a União – que manteve o limite de 10% de poder de voto ao governo, embora cedendo mais assentos no conselho da companhia – “ficou um gosto amargo”, diante da avaliação de que a tese da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) não prosperaria em julgamento.
O mercado segue atento às potenciais influências do governo na companhia após o acordo. João Pimentel, do Citi, lembra que a União permanece como acionista com mais de 40% do capital total.
- LEIA TAMBÉM: As recomendações mais “premium” do BTG Pactual gratuitamente – veja como acessar uma curadoria semanal de relatórios do banco
“Isso apresenta um risco político contínuo, já que a Eletrobras deve navegar suas relações com o governo tanto como acionista quanto como autoridade reguladora. Mudanças nas políticas regulatórias ou aumento da intervenção governamental poderiam impactar a direção estratégica da Eletrobras, potencialmente afetando sua estratégia de dividendos e planos de alocação de capital”, escreve, em relatório.
Além disso, cita que a liderança da Eletrobras deve equilibrar interesses dos stakeholders públicos e privados, o que poderia limitar certas decisões operacionais.
Já o analista da Suno Research Bernardo Viero considera que a falta de valorização dos papéis desde a capitalização está atrelada ao atual momento do mercado acionário, esquecido frente à renda fixa por causa das elevadas taxas de juros.
“Isso faz com que a geração de resultados das empresas de maneira geral não esteja bem refletida nos preços, que na minha visão estão em desacordo com o real valor de uma boa parte dos negócios”, disse Viero.
O analista da Ativa Ilan Arbetman, por sua vez, destaca o “percalço” enfrentado pela companhia no primeiro trimestre de 2025 por causa de sua estratégia de comercialização, que a levou a um desempenho operacional abaixo do esperado.
“Mas a tese segue intacta, e os preços de longo prazo da energia estão subindo, o que favorece quem está mais descontratado”, afirma Arbetman.
Energia para venda
A liberação gradual da energia contratada sob o regime de cotas de garantia física para comercialização no mercado livre foi classificada inicialmente como um dos principais impulsos para companhia com a privatização, uma vez que o megawatt-hora (MWh) que era remunerado a cerca de R$ 90 poderia ser comercializado a valor maior.
A chamada "descotização", correspondente a cerca de um terço da capacidade da companhia, é gradual e será concluída em 2027.
Wellington Senter, diretor da Fitch Ratings, lembra que o cenário de preços futuros da energia traçado à época da privatização foi alterado significativamente, tendo em vista o crescimento mais acelerado que o projetado na geração solar distribuída, movimento que intensifica a sobreoferta de eletricidade no País.
"O que estava no controle da companhia, ela entregou a contento, mas o que não estava, que é o cenário para o setor, principalmente de preços de energia, é mais preponderante", explica Senter.
Ele avalia, porém, que os preços estão um pouco melhores do que há um ou dois anos, embora ainda abaixo do vislumbrado à época da privatização. Isso permitiu a recente alteração na perspectiva do rating da companhia, de negativa para neutra. A classificação, porém, segue abaixo da nota do Brasil, enquanto antes da privatização acompanhava o rating soberano.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Vale (VALE3) consegue licença para projeto de US$ 290 milhões no Pará; ações sobem mais de 3% na bolsa
A mineradora informou que investirá os recursos na fase de implantação do novo projeto, que pretende dobrar a produção de cobre na próxima década
Americanas (AMER3) consegue “colher de chá” de R$ 500 milhões para pagar o que deve à União
Em meio à recuperação judicial, a varejista alcançou um acordo com a PGFN para quitar dívidas fiscais milionárias
Acionistas minoritários são favoráveis à fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) — mas ainda há outras etapas para oficializar o casamento
Nos votos à distância reportados pela BRF, houve 35% favoráveis à fusão, ante 16% contrários
Do canteiro de obras ao mercado financeiro: como uma incorporadora de alto padrão conseguiu captar meio bilhão com títulos verdes
Tegra estrutura política de sustentabilidade e capta R$ 587 milhões com debêntures e CRI verdes; experiência aponta caminhos possíveis para o setor
Nelson Tanure contrata Rothschild para estruturar oferta pela Braskem (BRKM5), diz jornal
O empresário pretende adquirir a participação da Novonor indiretamente, comprando as ações da holding que controla a fatia da petroquímica
Alpargatas (ALPA4) fecha acordo com Eastman Group, que será distribuidora exclusiva da Havaianas nos Estados Unidos e Canadá
O acordo de distribuição marca uma mudança importante no modelo de operação da companhia na América do Norte
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), fecha contrato bilionário para decolar com seus ‘carros voadores’ nos céus de São Paulo
Atualmente, a capital paulista possui mais de 400 helicópteros registrados e cerca de 2 mil decolagens e aterrissagens diárias
“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital
O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real