Após adiar balanço, AgroGalaxy (AGXY3) divulga prejuízo bilionário no 3T24 e ação cai forte na B3
A expectativa era que o resultado saísse em dezembro, mas a companhia atribuiu o atraso ao processo de reestruturação interna após o pedido de recuperação judicial
Depois de adiar a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2024, a AgroGalaxy (AGXY3) finalmente divulgou na segunda-feira (20) seus últimos resultados financeiros.
Com dívidas de R$ 4,6 bilhões, a varejista de insumos agrícolas registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 1,58 bilhão no 3T24, aumento de 1.679% em relação ao prejuízo de R$ 88,7 milhões de igual período de 2023, de acordo com o balanço financeiro da companhia.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia ficou negativo em R$ 1,2 bilhão, ante resultado positivo de R$ 74,4 milhões um ano antes. Enquanto isso, a receita líquida caiu 48,6%, para R$ 1,2 bilhão.
A divulgação do balanço do terceiro trimestre do ano passado foi adiada duas vezes. Inicialmente prevista para novembro, a publicação foi postergada após a empresa solicitar prazo adicional à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) devido às exigências do processo de recuperação judicial e à necessidade de revisão aprofundada das contas.
Ação reage em forte queda na B3
Desde o pedido de recuperação judicial da AgroGalaxy, protocolado na Justiça de Goiás em setembro do ano passado, as ações da varejista de insumos e serviços agrícolas passam por um mau momento na bolsa brasileira. Os papéis AGXY3 acumulam queda de 47,15% no período, e hoje valem menos de R$ 1.
Leia Também
Nesta terça-feira (21), após a divulgação do prejuízo bilionário, o cenário não é diferente.
Por volta das 13h30, a ação operava em queda forte de 9,59%, a R$ 0,66. Atualmente, a AgroGalaxy vale R$ 183,34 milhões na bolsa brasileira. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,05%, aos 122.791,17 pontos.
O 3T24 da AgroGalaxy
De acordo com a empresa, os números refletem uma série de ajustes contábeis não recorrentes.
“Com o advento da RJ, praticamente fizemos um fechamento de ano. O nível de exigências é elevado, fomos testados ao máximo nos nossos níveis de controle e contabilizações”, disse o diretor financeiro da companhia, Luiz Conrado Sundfeld.
Entre os principais impactos estão o reconhecimento de R$ 220 milhões em ajustes no custo das mercadorias vendidas (CMV), relacionados ao cancelamento de contratos de fornecimento e reavaliação de estoques.
A companhia também registrou baixa de R$ 250 milhões em créditos tributários diferidos, valor que poderá ser revertido após a aprovação do plano de recuperação judicial.
O CEO Eron Martins destacou que a retração dos resultados reflete um cenário mais amplo de dificuldades no setor. “Diferentemente de ciclos anteriores, a recuperação acontece de forma mais lenta, com toda a cadeia produtiva prejudicada pelo recuo no preço das commodities, alta dos juros e condições climáticas adversas”, afirmou.
As condições climáticas entre 2023 e 2024 agravaram o cenário. “Praticamente não tivemos safrinha no Brasil porque o comportamento de chuva na janela de plantio foi muito escasso. Isso fez com que o produtor tirasse o pé ou investisse pouco dinheiro”, explicou Martins.
Segundo ele, a combinação desses fatores aumentou os custos dos produtores e reduziu sua produtividade.
Reestruturação e fechamento de lojas
A empresa também reconheceu despesas com fechamento de lojas e baixa de impostos relacionados a operações descontinuadas. No total, os ajustes na linha de despesas somaram cerca de R$ 770 milhões.
O diretor financeiro ressaltou que muitos dos ajustes contábeis não têm efeito imediato no caixa da companhia. “São efeitos que serão diluídos ao longo do período de implementação do plano de recuperação”, disse Sundfeld, acrescentando que a empresa vem otimizando seu mix de produtos, com foco em defensivos e sementes de especialidade.
A AgroGalaxy fechou o terceiro trimestre com 74 lojas, após reduzir sua rede em 50% como parte do plano de reestruturação.
A empresa também cortou 40% do quadro de funcionários e tem buscado reforçar sua liquidez com a venda de carteira de recebíveis e a retomada das operações do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) Terra Magna.
AgroGalaxy firma acordo para a venda de carteira de créditos
Nesta terça-feira, a companhia também anunciou a celebração de um memorando de entendimentos para a potencial venda de um portfólio de dívidas vencidas e não judicializadas, decorrentes da revenda de insumos agrícolas a seus clientes.
Conforme a companhia, a operação envolve um montante total de aproximadamente R$ 760 milhões, no entanto, o preço ainda está sujeito à confirmação por diligência.
A cessão da carteira de créditos da AgroGalaxy está ainda em fase preliminar e sujeita ao cumprimento de condições precedentes usuais para transações dessa natureza, incluindo a realização de auditoria jurídica, autorização judicial e anuência de terceiros.
*Com informações do Money Times e Estadão Conteúdo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação
Embraer (EMBJ3) pede truco: brasileira diz que pode rever investimentos nos EUA se Trump não zerar tarifas
A companhia havia anunciado em outubro um investimento de R$ 376 milhões no Texas — montante que faz parte dos US$ 500 milhões previstos para os próximos cinco anos e revelados em setembro
A Rede D’Or (RDOR3) pode mais: Itaú BBA projeta potencial de valorização de mais de 20% para as ações
O preço-alvo passou de R$ 51 para R$ 58 ao final de 2026; saiba o que o banco vê no caminho da empresa do setor de saúde
Para virar a página e deixar escândalos para trás, Reag Investimentos muda de nome e de ticker na B3
A reestruturação busca afastar a imagem da marca, que é considerada uma das maiores gestoras do país, das polêmicas recentes e dos holofotes do mercado
BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%
O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero
Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
