Agora é para valer: Carrefour avança em plano de fechamento de capital do Atacadão (CRFB3) no Brasil. Quais os próximos passos?
Os investidores terão três opções de pagamento: 100% em dinheiro, 100% em ações do francês Carrefour, ou uma mistura de dinheiro e ações da matriz francesa
O gigante francês Carrefour está pronto para dar “au revoir” à B3 — e deu mais um passo concreto no plano de fechamento do capital de sua operação brasileira Atacadão (CRFB3).
A matriz francesa celebrou nesta quarta-feira (12) um acordo de incorporação de ações entre o Carrefour S.A, o Carrefour Nederland B.V e o Carrefour Brasil/Atacadão.
O objetivo do Carrefour S.A é abocanhar a fatia restante da divisão brasileira e transformar a rede brasileira em uma subsidiária integral.
Ainda em reação à proposta, a ação do Carrefour Brasil (CRFB3) abriu em alta de 2,11% hoje, estendendo os ganhos da ordem de 10% vistos na última sessão e também na contramão da forte queda observada hoje no Ibovespa. No ano, os papéis marcam alta de 33% na B3.
Os termos do acordo entre o Carrefour e o Atacadão
O novo contrato segue os mesmos termos de reorganização societária para unificação das bases acionárias que foram detalhados no fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) ontem.
Ou seja: a incorporação da totalidade das ações da companhia pela MergerSub, uma sociedade brasileira integralmente controlada pelo Carrefour S.A.
Leia Também
Com isso, os papéis dos atuais acionistas do Atacadão seriam substituídos por ações resgatáveis da MergerSub de classes A, B ou C, de acordo com a escolha dos acionistas, durante um período de opção após a aprovação da operação.
Os investidores terão três opções de pagamento: 100% em dinheiro, 100% em ações do francês Carrefour, ou uma mistura de dinheiro e ações da matriz francesa.
Depois disso, todas as novas ações seriam resgatadas, na seguinte relação de troca:
- Cada ação resgatável Classe A será convertida em um pagamento de R$ 7,70 por ação, um valor 19% maior que o preço de fechamento de R$ 6,45 dos papéis CRFB3 na última segunda-feira (10);
- Cada ação resgatável Classe B dará ao acionista o direito de escolher entre receber 0,0454 ação do Carrefour S.A. listada na Bolsa de Paris (Euronext Paris) ou 0,0454 BDR do Carrefour S.A. na B3, além de um pagamento adicional de R$ 3,85 por ação;
- Cada ação resgatável Classe C permitirá a escolha entre 0,0909 ação do Carrefour S.A. negociada em Paris ou 0,0909 BDR do Carrefour S.A. negociado na B3.
Na visão do bloco controlador, a operação oferece aos acionistas do Atacadão (CRFB3) a “oportunidade de assegurar liquidez em termos justos e atrativos”.
Afinal, a transação representa um prêmio de 32,4% em relação ao preço médio ponderado por volume no último mês e de 27,3% sobre a relação de troca entre as ações CRFB3 e as do Carrefour S.A., considerando também o preço médio ponderado por volume nos últimos 30 dias.
Os próximos passos do plano de saída do Carrefour Brasil (CRFB3) da B3
Para o BTG Pactual, todo o processo deve ser concluído até o final do segundo trimestre de 2025, com a votação dos acionistas minoritários.
A expectativa é que o plano de fechamento de capital do Atacadão (CRFB3) seja submetido à aprovação dos acionistas em assembleia geral extraordinária (AGE), que deverá ser convocada no início de março de 2025.
Se o negócio for para frente, o Atacadão deixaria o Novo Mercado da B3 e mudaria sua categoria na CVM de “A” para “B”, deixando de emitir ações no mercado.
Além disso, em caso de sinal verde dos investidores, os acionistas terão o prazo mínimo de 15 dias corridos, contado a partir do dia útil posterior à AGE, para exercer a opção de receber Ações Classe A, Classe B ou Classe C da MergerSub.
O que dizem os analistas
A expectativa do Itaú BBA é que a maior parte das ações em circulação (free float) do Atacadão seja composta por investidores estrangeiros e que a proposta provavelmente será aprovada, considerando a valorização proposta e a “potencial sobreposição da Península caso a proposta seja rejeitada”.
Vale destacar que a transação recebeu total apoio da Peninsula, que estava considerando vender sua participação no Carrefour e na divisão brasileira e, agora, decidiu converter todas as suas ações CRFB3 em ações do Carrefour se a transação for aprovada.
Para os analistas do Itaú BBA, a ausência de um acionista local pode representar um risco para as operações do Atacadão, potencialmente beneficiando o Assaí (ASAI3), principal concorrente do Carrefour Brasil.
“Experiências desafiadoras anteriores com operações 100% estrangeiras no setor de varejo de alimentos destacaram as complexidades de operar no intrincado ambiente de negócios brasileiro sem um parceiro local. Vemos um risco potencial de deterioração operacional para o Atacadão devido à perda de suporte local estratégico tanto da Península quanto dos acionistas minoritários se a transação for aprovada”, avaliou o banco.
Na visão do BTG Pactual, os números fracos e alta alavancagem financeira nos últimos trimestres deixaram a ação do Atacadão sob pressão, o que provavelmente explica a oferta do Carrefour S.A.
Além disso, há rumores de que a família Diniz, que possui 9,2% do Carrefour Global e 10,2% do Carrefour Brasil, manifestou interesse em vender essas participações — o que faria a transação atual atender aos interesses deste grupo de investidores.
“Embora esperemos tendências gradualmente melhores nos próximos trimestres, apoiadas pelos esforços do Carrefour Brasil para otimizar seu portfólio de lojas e o recente aumento na inflação de alimentos, os resultados permanecerão sob pressão no curto prazo”, avaliou o BTG.
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
Black Friday 2025: Americanas promete até 80% de desconto e aposta em programa de fidelidade
A campanha transforma cada sexta-feira de novembro em um dia de ofertas, com novas modalidades de compra e parcelamento sem juros
Itaú Unibanco (ITUB4) supera expectativas com lucro de R$ 11,8 bilhões no 3T25; rentabilidade segue em 23%
O resultado veio acima das expectativas de analistas de mercado; confira os indicadores
Ligou o alerta? Banco Central quer impor novas regras para bancos que operam com criptomoedas
A proposta funciona como um farol para para o sistema financeiro e pode exigir mais capital de bancos expostos a bitcoin, tokens e outros ativos digitais
O homem que previu a crise de 2008 aposta contra a febre da IA — e mira Nvidia e outra gigante de tecnologia
Recentemente, a Nvidia atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado; nesta terça-feira (4), os papéis operam com queda de mais de 2% em Nova York
O golpe do cashback: como consultores aproveitaram uma falha no sistema para causar prejuízo milionário à Natura (NATU3)
Uma fraude sofisticada, que explorava falhas no sistema de cashback e distribuição de brindes da Natura, causou um prejuízo estimado em R$ 6 milhões à gigante brasileira de cosméticos
‘Ultra-hard-discount’: Como funciona o modelo de desconto extremo do atacarejo que vai desembarcar no Brasil em breve
Rede russa Vantajoso promete revolucionar o varejo alimentar brasileiro com o modelo ultra-hard-discount, que aposta em lojas compactas, margens mínimas e preços ainda mais baixos que os atacarejos
Embraer (EMBJ3): “Acionistas não devem esperar o pagamento de dividendos adicionais”, diz CEO; tarifaço também preocupa investidores, e ações caem
Ações estão em queda hoje depois da divulgação de resultados da fabricante de aeronaves. Tarifaço e dividendos afetam as ações EMBJ3
O que a Vale (VALE3) disse à CVM sobre o pagamento de dividendos extraordinários
Questionada pela CVM, a mineradora respondeu sobre o que pode levá-la a pagar dividendos extraordinários no último trimestre do ano
Itaú Unibanco (ITUB4) deve entregar mais um trimestre previsível — e é exatamente isso que o mercado quer ver no 3T25
Enquanto concorrentes tentam lidar com carteiras mais arriscadas e provisões pesadas, o Itaú deve entregar previsibilidade e rentabilidade acima dos 20%; veja o que os analistas esperam para o balanço
Por que a XP reduziu as projeções para Prio (PRIO3), Brava (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3) às vésperas dos resultados do 3T25
A XP alerta que os principais riscos incluem queda do Brent abaixo de US$ 65 por barril e fatores específicos de cada empresa
BB Seguridade (BBSE3) supera expectativas com lucro de R$ 2,6 bilhões; confira os números
No ano, a seguradora do Banco do Brasil (BBAS3) vive questionamentos por parte do mercado em meio à queda dos prêmios da BrasilSeg, também agravada pela piora do agronegócio
Quando começa a Black Friday? Confira a data das promoções e veja como se preparar
Black Friday 2025 começa oficialmente em 28 de novembro, mas promoções já estão no ar em gigantes do e-commerce; veja o calendário e se programe
Apple (AAPL), Amazon (AMZN) e outras: o que esperar das Sete Magníficas depois do balanço e como investir
Entre as sete, apenas uma, a Nvidia, ainda não divulgou seus resultados trimestrais: os números devem sair no dia 19 de novembro
No topo, o único caminho é para baixo: BTG corta recomendação da Marcopolo (POMO4) para neutro
Na visão do banco, o terceiro trimestre mostrou margens fortes com melhora do mix doméstico e contribuição relevante de ônibus elétricos. Apesar disso, o guidance da administração sugere que o trimestre marcou o pico de rentabilidade de 2025
Grupo Toky (TOKY3) quer reduzir a dívida com aumento de capital — mas ainda falta o aval dos acionistas; entenda o que está em jogo
Após concluídas, as operações devem reduzir as dívidas da empresa dona das marcas Tok&Stok e Mobly em aproximadamente R$ 212 milhões
Renault anuncia que grupo chinês Geely, dono da Volvo, comprará 26,4% da sua operação no Brasil, com fortalecimento das montadoras chinesas no país
A Renault do Brasil ficará responsável por distribuir o portfólio elétrico e híbrido da Geely no país, abrindo novas oportunidades em vendas, financiamento e serviços
Ele serve café, limpa janelas e aprende sozinho: robô do futuro entra em pré-venda, mas ainda sem previsão de chegar ao Brasil
Após quase uma década de desenvolvimento, empresa de robótica 1X lança o humanoide Neo, capaz de realizar tarefas domésticas e aprender com o tempo