Ações da M. Dias Branco (MDIA3) caem mais de 12% depois de balanço desgostoso do primeiro trimestre de 2025
O BB Investimentos rebaixou a recomendação para neutra e fixou o preço-alvo em R$ 30. Já BTG Pactual e Itaú BBA mantiveram a postura cautelosa e reforçaram a indicação neutra para os papéis
As ações da M. Dias Branco (MDIA3) vinham sendo bem fermentadas na Bolsa, acumulando alta de 30% desde o início do ano até o fechamento da última sexta-feira (02).
Um sinal de que o mercado estava saboreando a reestruturação da empresa, que tentava se reerguer do sofrimento causado pelo aumento no preço de commodities, como o trigo, e pela valorização do dólar.
- VEJA MAIS: A temporada de balanços do 1T25 começou – veja como receber análises dos resultados das empresas e recomendações de investimentos
Acontece que o balanço do primeiro trimestre de 2025 caiu mal — e as ações azedaram na bolsa hoje, com uma queda de mais de 11,09% por volta das 13h30. E, agora, tudo que se vê são bolores nessa massa.
Isso porque os resultados dos últimos três meses da companhia vieram abaixo da expectativa do mercado e indicam que o futuro da empresa ainda pode guardar muitas receitas fracassadas.
“O caminho para a companhia tem sido acidentado, e ainda não estamos vendo resultados concretos do processo de reestruturação iniciado no 3T24. O cenário continua apontando para riscos de queda nas nossas estimativas e nas do consenso para o ano”, escreveram analistas do BTG Pactual em relatório.
O balanço do primeiro trimestre da M. Dias Branco
Veja alguns destaques dos resultados da empresa:
Leia Também
| Indicador | 1T25 | 1T24 | 4T24 | Variação vs 1T24 | Variação vs 4T24 |
| Receita Líquida (R$ milhões) | 2.208,90 | 2.140,40 | 2.485,20 | 3,2% | -11,10% |
| Volume de Vendas (mil ton) | 394,2 | 397,1 | 427,6 | -0,70% | -7,80% |
| Lucro Líquido (R$ milhões) | 69,4 | 154,9 | 341,9 | -55,20% | -79,70% |
| Ebitda (R$ milhões) | 160,9 | 277,3 | 433,1 | -41,90% | -62,80% |
| Margem Ebitda | 7,30% | 13,00% | 17,40% | -5,7 p.p. | -10,1 p.p. |
| Preço Médio por Kg (R$) | 5,6 | 5,39 | 5,81 | 0,039% | -3,60% |
O que frustrou o mercado?
A M. Dias Branco iniciou um processo de reestruturação em 2023 com o objetivo de melhorar sua eficiência operacional e recuperar margens de rentabilidade, que foram pressionadas por fatores como aumento nos custos de commodities e queda nos volumes de vendas.
Entre as principais medidas estão o fechamento de unidades, como a de Lençóis Paulista (SP), congelamento de aquisições e revisão de estratégias comerciais — com a implementação de novas tabelas de preços e foco em lançamentos de produtos mais assertivos.
Mas, para os analistas do Itaú BBA, o 1T25 representa mais um obstáculo no caminho da companhia rumo à recuperação da rentabilidade, já que as estratégias de precificação que a empresa adotou não compensaram o aumento dos preços de commodities como se previa.
Nos cálculos do banco, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 179 milhões — valor que já considera o fechamento de uma planta industrial — e ficou cerca de 30% abaixo da estimativa do Itaú BBA.
Embora o foco da empresa em fatores controláveis seja visto como positivo, o banco avalia que a maior volatilidade dos resultados pode afetar a confiança dos investidores.
Mesmo considerando a sazonalidade historicamente mais fraca do primeiro trimestre, o desempenho ficou aquém do esperado, com volumes de vendas abaixo das projeções e pouca clareza sobre a dinâmica de preços por categoria.
A margem Ebitda ajustada recuou para 8,1%, frente aos 17,4% registrados no 4T24, e deve continuar gerando dúvidas sobre a consistência dos resultados da companhia ao longo dos próximos trimestres.
O Itaú BBA manteve recomendação neutra para o papel, afirmando que o mercado ainda precisa ver dois avanços para embasar uma visão mais otimista: maior visibilidade sobre os efeitos das mudanças internas e mais consistência nos níveis de rentabilidade.
O BTG Pactual segue na mesma linha e destaca a receita líquida de R$ 2,2 bilhões, que representa um avanço de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior — mas ainda 2% abaixo da estimativa do banco.
Por fim, os analistas enxergam que o lucro líquido veio ligeiramente acima do esperado, impulsionado por uma alíquota efetiva de imposto de renda menor que a projetada. O banco manteve a recomendação neutra para as ações MDIA3.
BB Investimentos corta recomendação para M. Dias Branco após o balanço
Já o BB Investimentos cortou a recomendação de compra para neutra diante dos números do balanço, com o preço-alvo em R$ 30, o que representa uma alta de 22,7% em relação ao fechamento da última sexta-feira (02).
O banco aponta que a pressão dos custos de matérias-primas e a desvalorização do real frente ao dólar também pesaram sobre a rentabilidade.
Na comparação com o trimestre anterior, houve retração natural de volumes devido à sazonalidade do período e à ausência de efeitos extraordinários, que beneficiaram o 4T24.
Apesar da expectativa de melhora na margem bruta no 2T25, analistas acreditam que a continuidade da valorização das ações dependerá da recuperação de volumes nos produtos principais.
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação
Embraer (EMBJ3) pede truco: brasileira diz que pode rever investimentos nos EUA se Trump não zerar tarifas
A companhia havia anunciado em outubro um investimento de R$ 376 milhões no Texas — montante que faz parte dos US$ 500 milhões previstos para os próximos cinco anos e revelados em setembro
A Rede D’Or (RDOR3) pode mais: Itaú BBA projeta potencial de valorização de mais de 20% para as ações
O preço-alvo passou de R$ 51 para R$ 58 ao final de 2026; saiba o que o banco vê no caminho da empresa do setor de saúde
Para virar a página e deixar escândalos para trás, Reag Investimentos muda de nome e de ticker na B3
A reestruturação busca afastar a imagem da marca, que é considerada uma das maiores gestoras do país, das polêmicas recentes e dos holofotes do mercado
BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%
O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero
Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
Dividendos robustos e corte de custos: o futuro da Allos (ALOS3) na visão do BTG Pactual
Em relatório, o banco destacou que a companhia tem adotado cautela ao considerar novos investimentos, na busca por manter a alavancagem sob controle
Mercado torce o nariz para Casas Bahia (BHIA3): ações derretem mais de 20% com aumento de capital e reperfilamento de dívidas
Apesar da forte queda das ações – que aconteceu com os investidores de olho em uma diluição das posições –, os analistas consideraram os anúncios positivos
Oncoclínicas (ONCO3): grupo de acionistas quer destituir conselho; entenda
O pedido foi apresentado por três fundos geridos pela Latache — Latache IV, Nova Almeida e Latache MHF I — que, juntos, representam cerca de 14,6% do capital social da companhia
Por que o Itaú BBA acredita que a JBS (JBSS32) ainda pode mais? Banco elevou o preço-alvo e vê alta de 36% mesmo com incertezas no horizonte
Para os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama, a tese de investimento permanece praticamente inalterada e o processo de listagem nos EUA segue como um potencial catalisador
