Bolsonaro é a razão da tarifa mais alta para o Brasil, admite membro do governo dos EUA — mas ele foge da pergunta sobre déficit comercial
Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, falou em “frustração” de Trump em relação à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ante a Justiça brasileira, mas evitou responder sobre o fato de os EUA terem superávit comercial com o Brasil
O diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, admitiu neste domingo (13) que a tarifa de importação sobre o Brasil é "muito mais alta" que a de outros parceiros comerciais dos Estados Unidos por causa da "frustração" do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação à situação em que se encontra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
"As ações do Brasil chocaram Trump. A tarifa do Brasil é muito mais alta por conta da frustração de Trump sobre Bolsonaro, e o fato de que Bolsonaro, ele mesmo, você sabe…", disse Hassett ao programa "This Week" da ABC nesta manhã, sendo interrompido pelo entrevistador.
Na última quarta-feira (9), Trump anunciou uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros que entrarem nos EUA, uma alíquota muito mais alta do que os percentuais anunciados para outros países, como Canadá, México e União Europeia. As tarifas devem entrar em vigor em 1 de agosto.
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Ao defender a sobretaxa de 50% contra o Brasil, o presidente norte-americano exigiu a imediata suspensão dos processos contra Jair Bolsonaro.
O ex-presidente é réu no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023, dias depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, Bolsonaro responde pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e organização criminosa armada.
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E o déficit comercial?
Ao ser questionado novamente, Hassett atrelou as tarifas brasileiras também a preocupações com a "segurança nacional" dos EUA e a necessidade de ampliar a produção local de bens.
No entanto, o conselheiro evitou responder diretamente ao ponto sobre os Estados Unidos manterem superávit comercial com o Brasil e sobre possível interferência no Poder Judiciário brasileiro.
O déficit comercial que os Estados Unidos mantêm com diversos países têm sido o principal motivo alegado por Trump para tarifar importações.
"Sempre colocamos a América em primeiro lugar. Isso é sobre a América focando na sua Era de Ouro e colocando tarifas e outras políticas onde precisa", afirmou.
Hassett defendeu que Trump possui o direito de tarifar o Brasil por suas ações e políticas, como ameaça à segurança nacional, sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEPA, em inglês).
Tarifa entra em vigor em 1 de agosto sim, diz Hassett
A jornalistas neste domingo, o ministro brasileiro da Casa Civil, Rui Costa, levantou a hipótese de que a tarifa de 50% não seja efetivada em agosto.
"Se a tarifa for efetivada, porque ele [Trump] já mudou de posição outras vezes, adotaremos várias medidas para proteger a economia, o emprego e a atividade econômica do nosso país", disse.
O ministro disse que o tarifaço de Trump "é um absurdo, chega a ser inacreditável".
"Quando vimos a notícia, nos primeiros momentos, ninguém acreditou. Teve de confirmar com a Embaixada se era verdade ou não. Isso nunca aconteceu na história da diplomacia internacional, seja por enviar a carta por rede social. A carta até hoje não chegou fisicamente. Muito menos fazer a chantagem a um país ou nação", afirmou, referindo-se ao fato de Trump ter associado a tarifa ao inquérito de que Bolsonaro é alvo.
Na sua entrevista à rede ABC, entretanto, Kevin Hassett disse que o fim do prazo para negociar as tarifas recíprocas será mesmo em 1 de agosto, e que reduzir as alíquotas já anunciadas até o momento exigirá "acordos melhores".
Segundo o diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Trump está em contato direto com o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e as equipes de negociação. "As tarifas serão reais se não houver acordo bom o suficiente", frisou.
Hassett também defendeu que as tarifas não estão afetando diretamente a inflação americana. "A inflação não está subindo, está em um dos níveis mais baixos nos últimos anos. Ganhamos evidência empírica que a posição de Trump está correta com base em dados", ressaltou.
O conselheiro ainda comentou sobre a gestão do Federal Reserve (Fed), afirmando que o banco central americano tem "muitas explicações a dar" sobre os custos de renovação da instituição, mas reiterou que a decisão de demitir ou não Jerome Powell como presidente caberá a Trump, caso haja justificativa.
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Lei de reciprocidade deve ser regulamentada até terça-feira (15)
Também neste domingo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a regulamentação da chamada Lei da Reciprocidade deve ser publicada até terça-feira (15).
A legislação, aprovada pelo Congresso Nacional, autoriza o Brasil a adotar medidas tarifárias e não tarifárias contra países que impuserem barreiras às exportações brasileiras, como é o caso dos Estados Unidos com a tarifa de 50%.
"O Congresso Nacional aprovou uma lei importante chamada de reciprocidade, dizendo: o que tarifa lá, tarifa aqui. Ela permite não só questões tarifárias, mas também não tarifárias. E a regulamentação, que é por decreto, deve estar saindo amanhã ou terça-feira", declarou Alckmin, em entrevista concedida após evento em Francisco Morato (SP).
A retaliação é vista com preocupação pelo mercado, que não a considera a melhor saída para o imbróglio, preferindo a diplomacia. Mas Alckmin destacou também que o governo está trabalhando para reverter o tarifaço e que pretende levar o tema à Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Não se justifica essa tarifa, ela inclusive prejudica também o consumidor norte-americano", disse o vice-presidente. "Além disso, dos dez produtos que eles mais exportam para nós, oito não têm imposto. Nós vamos trabalhar para reverter isso."
Segundo ele, a resposta brasileira também será construída em diálogo com o setor privado. "A ideia é conversar com setores importantes da agricultura e da indústria, como laranja, café, carne, aço… Há uma integração entre os países de produção, especialmente na siderurgia e na indústria automotiva, e o mundo econômico precisa de estabilidade e previsibilidade", afirmou.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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