Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Você sabia que a regra de tributação de dividendos vai mudar a partir do ano que vem? Se não sabia, fique sabendo, porque isso pode impactar diretamente os seus investimentos.
A partir de 2026, quem receber mais de R$ 50 mil por mês de dividendos de uma mesma companhia passará a ter 10% dos rendimentos retidos na fonte.
À primeira vista, a mudança parece ser ruim para todos os investidores, mas não é bem assim. Vamos combinar que não são muitas as pessoas que recebem mais de R$ 50 mil por mês em dividendos — ainda mais de uma única empresa.
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Pensando bem, entre estar isento ou ser taxado por receber mais de R$ 50 mil por mês, eu queria mesmo era ter de pagar imposto. Um dia eu chego lá!
Por outro lado, essa mudança está forçando algumas companhias a anteciparem seus proventos, em uma medida que já está beneficiando tanto grandes quanto pequenos investidores.
Driblando a Receita
Como a nova regra começa a valer só no ano que vem, muitas empresas estão antecipando para 2025 dividendos que originalmente seriam anunciados apenas mais adiante. Isso porque os proventos declarados neste ano poderão ser pagos até 2028 sem incidência da nova alíquota.
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Para grandes investidores e famílias controladoras, é uma forma inteligente de evitar a taxação, já que eles costumam receber valores bem acima do limite de isenção.
E como é que os pequenos investidores se beneficiam? Simples: recebendo agora uma série de dividendos que só chegariam em um futuro bem mais distante.
É o caso de Itaú e Vale, que juntas anunciaram R$ 38 bilhões em dividendos — dos quais R$ 28 bilhões são extraordinários — com pagamento até abril do ano que vem.
E o mais interessante é que ainda existem várias companhias que podem seguir por esse mesmo caminho. Entre elas destaco Direcional e Gerdau, que inclusive fazem parte da série Vacas Leiteiras.
Tributação de dividendos à vista: empresas aceleram pagamento de proventos
Cuidado com as falsas antecipações de dividendos
O que Gerdau e Direcional têm em comum para serem boas candidatas a antecipar dividendos? Além de grandes reservas de lucros, ambas são pouco endividadas e não pretendem realizar investimentos muito agressivos nos próximos anos.
Isso significa que elas conseguem antecipar alguns anos de proventos mantendo o endividamento sob controle e sem estressar o balanço.
Como você deve imaginar, esse não é o caso de várias outras empresas listadas. Mesmo assim, suspeito que muitas delas vão aproveitar a onda e antecipar dividendos de qualquer jeito.
Ao distribuir proventos que não deveriam, essas companhias podem elevar o endividamento para níveis perigosos e se colocar em uma posição delicada lá na frente. Ou seja, ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário.
O grande erro dos investidores de dividendos
Aliás, esse é o principal conselho que eu daria para quem investe em empresas pagadoras de dividendos: não focar apenas nos montantes já distribuídos, mas sim na qualidade do balanço e na capacidade da companhia de pagar ainda mais no futuro.
É com base nessas métricas que escolhemos as ações da Carteira Mensal de Dividendos, e a tática vem dando certo: a carteira fechou novembro com alta de 9,3% e já sobe 53% desde que foi criada — contra 40% do Ibovespa no mesmo período.
Se você já tem conta no BTG, pode investir nessa carteira de forma automatizada clicando aqui. O aporte mínimo é de R$ 5 mil, e depois você não precisa se preocupar em comprar ou vender os ativos recomendados. Também pode escolher se deseja receber os dividendos ou reinvesti-los automaticamente.
Para dezembro, a grande novidade é a entrada de Gerdau, que, como vimos, pode nos brindar com uma bela antecipação de dividendos.
Um abraço e até a próxima!
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