Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China

Pode ser uma referência para os mais antigos, ou então para os “retrô”, que amam aquele chiadinho enquanto toca a música. Pois os discos continuam vivos na memória — ou na sala de estar — de muita gente.
Parece até mágica como de uma agulha encostada num pedaço de plástico se tiram os mais bonitos acordes. Mas quando o disco está riscado, não tem jeito. É preciso levantar do sofá e tomar uma atitude.
Pois bem, foi isso o que aconteceu com o Bradesco. No fim de 2023, após uma sequência de resultados ruins e músicas desafinadas, o bancão decidiu virar o disco.
A primeira grande mudança foi no comando do transatlântico, trocando Octavio de Lazari Junior por Marcelo Noronha — o primeiro presidente da história da instituição que não era 100% "prata da casa".
E, a pelo que indicam os resultados do último trimestre, a transformação começou a surtir efeito. O que parecia um cenário de incertezas e promessas não cumpridas passou a ganhar contornos positivos para o Bradesco nos primeiros três meses de 2025.
Agora, tem muito analista comprando essa ideia e dançando no mesmo ritmo que o bancão.
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E sabe quem não virou o disco? A equipe econômica do governo, que continua propondo o aumento de impostos, em vez de buscar discutir cortes de gastos.
Na noite de ontem, foi publicada a Medida Provisória com o recuo no aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e as medidas alternativas, que incluem, como antecipado, o fim da isenção de IR para LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas.
Fique de olho no Seu Dinheiro que a gente explica tudo ao longo do dia.
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Mais um episódio do SD Explica está no ar! Se você quer tomar melhores decisões pelo seu dinheiro, o primeiro passo é estar bem-informado. Confira os assuntos que abordamos neste novo episódio e como eles podem mexer com seus investimentos.
Esquenta dos mercados
Contra tudo e todos, o Ibovespa encerrou o pregão de ontem em alta e voltou a alcançar o patamar dos 137 mil pontos.
O principal índice da bolsa brasileira foi na contramão de Wall Street, pressionada pela desaceleração da inflação nos EUA, e do próprio cenário doméstico.
Os investidores passaram o dia à espera da publicação das medidas alternativas ao IOF. A espera acabou na noite de quarta-feira (11), quando o governo publicou a medida provisória. Mas a proposta tem tudo para colocar água no chope do Ibovespa, com o aumento de outros impostos.
E não é apenas o cenário interno que adiciona pressão aos mercados. Donald Trump declarou ontem que chegou a um acordo comercial com a China. O problema é que faltam detalhes sobre o que foi definido.
Em meio às incertezas, as bolsas asiáticas fecharam esta quinta-feira sem direção única. E não foi só por lá: na Europa, os principais índices acompanham o movimento.
Já os índices futuros de Nova York operam em leve baixa, enquanto investidores aguardam dados da inflação ao produtor (PPI) nos EUA.
Outros destaques do Seu Dinheiro:
AGORA VAI?
Trump anuncia conclusão de acordo entre EUA e China: ‘O relacionamento está excelente!’. Tarifas, no entanto, permanecem; veja o que disse o presidente americano na sua rede social, Truth Social.
CARTA MENSAL
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”. Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação.
VAI, MAS NÃO VOLTA
Cadê meu imposto? Brasileiros são os que menos sentem o retorno da carga tributária — e não é de hoje. Estudo com 30 países revela que o Brasil continua na última posição no ranking de desempenho do retorno dos impostos à sociedade há mais de uma década.
FECHANDO CAPITAL
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação. Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA.
LUXO RAIZ
Temporada de trufas negras começa e ingrediente vira destaque em cardápios em São Paulo; veja onde comer. Mais frequente desde o fim de maio, trufa negra estivo tem sabor mais suave, mas é tipo mais comum em cardápios, mesmo a um oceano de distância de suas origens europeias; confira onde comer em SP.
AMIGOS OU RIVAIS
Vão voltar às boas? A nova declaração de Elon Musk que pode mudar os rumos da briga pública com Donald Trump. Há quem diga que um deles pode retomar a amizade depois de declarar arrependimento das declarações recentes.
COM A PALAVRA, O MINISTRO
“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário. O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos.
MUDANÇA NOS IMPOSTOS
Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis. No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários.
SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu. Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas.
EM BUSCA DE FUNDING
Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta. Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria.
NA BOCA DO POVO
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores.
TEM POTENCIAL
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações. Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026.
ANOTE NA AGENDA
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber. A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos.
A MAIOR ALTA DO IFIX
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa. Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII.
DE OLHO NA CONTA
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber. A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023.
“ACUSAÇÕES SÉRIAS DEMAIS”
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita. Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão.
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Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados
O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
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Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
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