Sem dividendos para a Cosan (CSAN3): CEO da Raízen (RAIZ4) revela estratégia após balanço fraco enquanto mercado vê pressão no curto prazo
O mote da nova estratégia da Raízen para a safra de 2025/2026 será a volta ao “core business”, com busca por eficiência e simplificação dos negócios

Depois de entregar um prejuízo bilionário e uma dívida crescente no balanço do terceiro trimestre da safra 2024/2025, a Raízen (RAIZ4) deixou claro que dividendos estão fora de cogitação nos próximos meses. Daqui para frente, todo o foco estará em estancar a queima de caixa e aumento da dívida.
“Será um ciclo marcado pela decisão de não priorizar a distribuição para os acionistas, já que estamos em um momento de preservar caixa e melhorar a estrutura de capital da companhia”, disse Rafael Bergman, diretor financeiro (CFO) e de relação com investidores (DRI) da Raízen, em teleconferência com analistas.
Ou seja, a Cosan (CSAN3), um dos maiores acionistas da Raízen, deixará de receber dividendos relevantes de uma de suas principais subsidiárias — vistos por analistas como parte crucial do processo de desalavancagem da holding de Rubens Ometto.
Por volta das 11h35, os papéis da produtora de açúcar e etanol caíam 1,69% e figuravam entre as quedas do Ibovespa, negociados a R$ 1,74. Nas mínimas do dia, as ações chegaram a recuar mais de 6%.
No acumulado do ano, RAIZ4 amarga perdas de quase 20% na B3, hoje avaliada a pouco mais de R$ 2,3 bilhões.
A estratégia da Raízen (RAIZ4) daqui para frente
Segundo o CEO Nelson Gomes, o último ciclo de crescimento acelerado da Raízen (RAIZ4) consistiu em um extenso portfólio de aquisições e na entrada em várias novas frentes de negócio.
Leia Também
Até onde vai o fundo do poço da Braskem (BRKM5), e o que esperar dos mercados nesta semana
Rio Bravo: “Momento é de entrada em fundos imobiliários de tijolo, não de saída”
“Tudo isso trouxe muita complexidade e distração para a organização, com aumento da estrutura organizacional e custos, e, no fim, um crescimento da dívida que foi amplificado pela ascensão muito rápida da taxa de juros. Isso nos traz um senso de urgência muito grande para trazer a companhia de volta ao equilíbrio”, disse o presidente da Raízen.
Vale lembrar que o endividamento líquido da empresa avançou 22,5% no acumulado de nove meses, em base anual, para R$ 38,59 bilhões. Já a alavancagem subiu 3,2 pontos percentuais, para 6,5 vezes.
Veja os destaques do balanço do 3T25:
- Prejuízo líquido: R$ 2,57 bilhões, revertendo o lucro de R$ 793 milhões do 3T24;
- Ebitda ajustado: R$ 3,12 bilhões (-20,5% a/a);
- Receita líquida: R$ 66,87 bilhões (+14,3% a/a);
- Investimentos (capex): R$ 2,79 bilhões (-7,7% a/a);
- Fluxo de caixa de financiamento (FCF): -R$ 1,57 bilhão, contra cifra positiva em R$ 459 milhões no 3T24.
* A divulgação de resultados da Raízen segue o ano-safra, ou seja, 3T25 diz respeito ao trimestre iniciado em 1° de outubro e com término em 31 de dezembro. Já o acumulado de nove meses diz respeito ao exercício social da safra 2024/2025.
Não à toa, o mote da nova estratégia para a safra de 2025/2026 será a volta ao “core business” da Raízen, com busca por eficiência e simplificação dos negócios.
Isso inclui um plano arrojado de venda de ativos para diminuir a dívida de curto prazo — mas com precauções para garantir o valor adequado e os “melhores novos proprietários” para qualquer ativo que a empresa decida desinvestir.
Aumento de capital e planos de crescimento
Questionado sobre a possibilidade de realizar um aumento de capital para aliviar a pressão sobre o caixa, o CFO da Raízen afirmou que a empresa agora está focada no dever de casa e tem bastante coisa para fazer nesse sentido.
“É o momento de organizar a casa para entregar eficiências antes de cogitar outras alternativas.”
Na avaliação da gestão, um dos principais causadores da queima de caixa dos últimos tempos foi o capex (investimento) em crescimento.
É por isso que a companhia reforçou que não fará novos investimentos em expansão — apenas continuará os projetos que já tem em andamento, como as duas plantas de etanol de segunda geração (E2G) em construção.
“Interromper a construção no meio do caminho não seria uma decisão que geraria valor. O E2G segue como uma oportunidade importante para a companhia. Na maturidade, esses dois ativos vão gerar um caixa que beneficiará a empresa. Só que não é o momento de iniciar novos projetos, e sim de gerir portfólio que herdou e tomar decisões de desinvestimento para ativos que não tiverem tanto valor para a carteira”, avaliou o diretor financeiro.
O balanço “confuso e de baixo desempenho” da Raízen (RAIZ4)
Na visão do BTG Pactual, o último balanço da Raízen (RAIZ4) marcou um trimestre “confuso e de baixo desempenho”, no primeiro resultado desde o anúncio de mudanças gerenciais e estratégicas para uma volta às raízes da companhia.
Lembrando que Nelson Gomes assumiu a cadeira de CEO em outubro de 2024, com a missão de retomar uma trajetória de ganhos de eficiência dos negócios da Raízen que se traduzam em desalavancagem.
“Com a maior parte do ano agrícola já para trás, não há muito que a nova gestão possa fazer por agora”, avaliaram os analistas.
“A Raízen tem muitas opções em jogo e prevê um intenso fluxo de notícias nos próximos meses”, acrescentaram os analistas.
O banco prevê atualização das estimativas para uma visão mais conservadora, mas manteve recomendação de compra para as ações RAIZ4 “por enquanto”, em meio a expectativas de que “mesmo uma pequena melhoria no perfil de fluxo de caixa possa desencadear um significativo aumento no preço das ações”.
O Citi já previa resultados fracos do 3T25, afetados negativamente pelo início do realinhamento da estrutura de capital da empresa, e espera que os desafios continuem nos próximos meses.
“Embora vejamos essas mudanças estratégicas como cruciais e positivas para as perspectivas de longo prazo da empresa, também esperamos um período desafiador pela frente, pois, em nossa visão, a Raízen só gerará fluxo de caixa positivo na safra 2026/27.”
Para o Itaú BBA, a Raízen oferece uma “intrigante proposta de risco-recompensa no longo prazo devido aos resultados potenciais de seu recém-iniciado processo de recuperação”.
Porém, os analistas reforçam que as atuais fraquezas no balanço e a visibilidade limitada sobre os processos de recuperação de eficiência e desalavancagem podem prejudicar o otimismo dos investidores de curto prazo.
Ibovespa para uns, Tesouro IPCA+ para outros: por que a Previ vendeu R$ 7 bilhões em ações em ano de rali na bolsa
Fundo de pensão do BB trocou ações de empresas por títulos públicos em nova estratégia para reforço de caixa
TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal
Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino
Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual
Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway
Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes
O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)
Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja
Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic
Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro
Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista
Fundo imobiliário Iridium Recebíveis (IRIM11) reduz dividendo ao menor nível em um ano; cotas caem
A queda no pagamento de proventos vem em meio a negociações para a fusão do FII ao Iridium Fundo de Investimento Imobiliário (IRIM11)
Ibovespa sobe 0,52% após renovar máxima intradia com IPCA e PPI no radar; dólar cai a R$ 5,4069
Deflação aqui e lá fora em agosto alimentaram a expectativa de juros menores ainda neste ano; confira os dados e o que mais mexeu com a bolsa e o câmbio nesta quarta-feira (10)
Ouro supera US$ 3.700 pela primeira vez e segue como o refúgio preferido em 2025
Ataque de Israel ao Catar e revisão dos dados de emprego nos EUA aumentaram a busca por proteção e levaram o metal precioso a renovar recorde histórico
Disputa judicial entre Rede D’Or e FIIs do BTG Pactual caminha para desfecho após mais de uma década
Além da renegociação das dívidas da empresa do setor de saúde, os acordos ainda propõem renovações de contratos — mas há algumas condições
Comprado em bolsa brasileira e vendido em dólar: a estratégia do fundo Verde também tem criptomoedas e ouro
Na carta de agosto, o fundo criado por Luis Stuhlberger chama atenção para o ciclo eleitoral no Brasil e para o corte de juros nos EUA — e conta como se posicionou diante desse cenário
Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai
O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar
Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação
O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR
Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa
Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154
É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025
O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano
Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas
Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados
Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior