Exclusivo: Gestoras de fundos imobiliários assumem empreendimentos da Seed e evitam calote de CRIs lastreados em imóveis de luxo
Seed usou CRIs para financiar parte de seus projetos, mas atrasos em obras levaram gestoras a buscar meios de mitigar problemas
A Seed Incorp enfrenta dificuldades operacionais e financeiras e não está conseguindo entregar projetos que tiveram certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) como parte do financiamento.
Por conta disso, duas gestoras que investiram em CRIs da Seed – a RBR e a Galapagos – estão assumindo os empreendimentos da incorporadora e construtora de condomínios horizontais de alto padrão em São Paulo.
A Galápagos investiu em maio de 2021 num CRI da Seed que financiou a compra de um terreno no Brooklin, bairro nobre da zona sul de São Paulo – o projeto de construção do condomínio Casa Jardim Petrella foi aprovado posteriormente.
A operação foi feita numa sociedade de propósito específico (SPE) com patrimônio de afetação, ou seja, os ativos e passivos dessa SPE não se misturam com ativos e passivos da Seed.
Já em meados do ano passado, como parte do monitoramento do crédito, a Galapagos identificou que a Seed apresentava sinais de dificuldades de pagamentos e de continuidade das obras que, no caso desse projeto, ainda estão em fase inicial.
- LEIA TAMBÉM: 5 fundos imobiliários para comprar agora e buscar “aluguéis” na conta em forma de proventos
Galapagos tentou negociar antes de intervir na Seed
A gestora abriu negociações dando mais prazo para a retomada das obras, inclusive adiando o vencimento antecipado dos papéis. No entanto, como isso não se mostrou viável, a gestora fez uma intervenção.
Leia Também
No início de junho, a Seed transferiu para a Galapagos sete casas do projeto para a amortização parcial dos créditos imobiliários que lastreiam o CRI Seed no valor de R$ 8,289 milhões.
Além disso, a Galapagos vai buscar uma construtora para finalizar toda a obra. “O interesse é grande, pela localização e qualidade do projeto”, resumiu uma fonte que acompanha a negociação.
Segundo apurou o Seu Dinheiro, as casas que passaram para a Galapagos não haviam sido vendidas.
Entretanto, dentro do projeto há outras que foram compradas por clientes da Seed. Diante disso, a construtora que assumir a operação fará a entrega de todas as unidades.
A expectativa da Galapagos, segundo a fonte, é entregar as casas aos clientes da Seed e vender as sete unidades com lucro, recuperando, assim, o valor investido nos CRIs.
Procurada, a Galapagos não deu entrevista.
A Seed é reconhecida no mercado imobiliário de luxo de São Paulo pela qualidade de seus projetos, com casas desenhadas por arquitetos renomados.
Problemas da Seed surpreendem mercado
Os problemas da companhia surpreenderam o mercado, ainda mais considerando o segmento de atuação.
Um especialista no setor imobiliário ouvido pelo Seu Dinheiro lembra que na pandemia houve um boom desse tipo de empreendimento de alto padrão:
“Os fornecedores são os mesmos, os custos dispararam e não necessariamente foram refletidos no INCC, um índice que pega o custo geral de construção no Brasil inteiro”, disse.
Além do estouro de custos, ele ressalta o ambiente de juros altos no Brasil, que “impacta a geração de caixa de empresas, especialmente se estiverem muito alavancadas”.
Além disso, a Seed entrou em crescimento acelerado, lançou muitos projetos ao mesmo tempo e teve dificuldade de gestão e de manter custos sob controle.
Questionada, a Seed não retornou a pedido de entrevista.
- LEIA TAMBÉM: Ficou mais difícil investir em LCI e LCA após mudanças nas regras? Veja que outras opções você encontra no mercado
Gestora RBR soou o alarme no início do ano
No início do ano, a gestora RBR já havia informado aos cotistas do FII RBR Premium Recebíveis Imobiliários (RPRI11) sobre o rebaixamento do rating da Seed.
O principal fator para revisão, disse a RBR em relatório, era o atraso físico das obras, abaixo do previsto no cronograma inicialmente estipulado.
Outros aspectos que impactaram negativamente o rating da operação foram a performance de vendas abaixo do esperado e aspectos financeiro-operacionais da incorporadora.
Em maio, “diante do cenário desafiador e das limitações da empresa”, a RBR, em comum acordo com a Seed, assumiu a gestão de seis empreendimentos de casas de alto padrão localizado em regiões privilegiadas na cidade de São Paulo, afastando a Seed.
A RBR, por meio de seu time interno, está assumindo as etapas da incorporação: obra, vendas, aporte de capital para conclusão dos empreendimentos, monitoramento, relação com os compradores e outros.
Em nota ao Seu Dinheiro, a RBR afirmou que “a operação está com seus pagamentos em dia e isso demonstra a importância do monitoramento próximo e intenso que adota como prática, garantindo especialmente que os problemas são enfrentados de forma especializada e célere”.
Gestoras que investiram nos CRIs da Seed agiram rápido
Um gestor que acompanha o mercado de crédito ressaltou que RBR e Galapagos agiram com rapidez, minimizando as perdas para credores e para os compradores dos imóveis.
“Nos dois casos, elas assumiram o problema antes que houvesse uma situação de default”, disse o gestor.
No fechamento de maio, os CRIs Seed correspondiam a 12,8% da carteira do fundo Galapagos Recebíveis Imobiliários (GCRI11). No caso do FII da RBR, a exposição era de 6,5% do PL do fundo.
Tesouro IPCA+ com taxa de 8%: quanto rendem R$ 10 mil aplicados no título do Tesouro Direto em diferentes prazos
Juro real no título indexado à inflação é histórico e pode mais que triplicar o patrimônio em prazos mais longos
Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ com taxa a 8% é oportunidade ou armadilha?
Prêmio pago no título público está nas máximas históricas, mas existem algumas condições para conseguir esse retorno total no final
Até o estrangeiro se curvou à renda fixa do Brasil: captação no exterior até setembro é a maior em 10 anos
Captação no mercado externo neste ano já soma US$ 29,5 bilhões até setembro, segundo a Anbima
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice
Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida
Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses
Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)
Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI
Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço
Como ficam os CDBs do banco Master e do Will Bank após venda ao BRB ser barrada? Retornos chegam a 25% ao ano ou IPCA + 19%
A percepção de risco aumentou e investidores correm para vender seus títulos novamente, absorvendo prejuízos com preços até 40% menores
SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina
Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito