🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

CAI OU NÃO CAI?

O morde e assopra de Powell: as 3 pistas do chefão do Fed sobre o futuro dos juros na maior economia do mundo — e a reação do mercado

Powell prestou depoimento ao comitê bancário do Senado — um compromisso que o presidente do BC dos EUA tem semestralmente em uma espécie de prestação de contas e deu mais sinais sobre o que pode acontecer por lá

Jerome Powell, presidente do Fed, com efeito
Montagem com Jerome Powell, presidente do Fed - Imagem: Federal Reserve / Montagem Brenda Silva

Quando Jerome Powell concedeu a tradicional coletiva após a decisão de manter os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano em junho, ele deixou pistas: um dado surpreendentemente fraco do mercado de trabalho poderia fazer o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) iniciar o ciclo de afrouxamento monetário nos EUA

O payroll do mês passado trouxe o que Powell invocou: a revisão para baixo de 111 mil vagas nos meses de abril e maio combinados, uma taxa de desemprego que ultrapassou os 4% e o ritmo mais lento do aumento dos salários desde o segundo trimestre de 2021. O Seu Dinheiro detalhou o relatório de emprego norte-americano

O mercado imediatamente ajustou  a posição no aumento de chances de corte de juros em setembro e dezembro deste ano — ainda que o gráfico de pontos do Fomc (o comitê de política monetária do Fed) indique apenas uma elevação da taxa em 2024. 

Nesta terça-feira (9), Powell prestou depoimento ao comitê bancário do Senado — um compromisso que o presidente do BC dos EUA tem semestralmente em uma espécie de prestação de contas. É o Congresso que define o mandato do Fed (inflação em 2% e pleno emprego). E, mais uma vez, ele deu sinais do futuro da política monetária da maior economia do mundo. 

  • Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.

O payroll de junho é suficiente para fazer os juros caírem?

Pelos sinais que Powell deu hoje, não. Mas o chefão do Fed reconheceu que um enfraquecimento excessivo do mercado de trabalho pode ser uma razão para iniciar o tão aguardado afrouxamento monetário nos EUA. 

O presidente do BC norte-americano lembrou que uma série de leituras favoráveis de inflação e emprego foi interrompida no primeiro trimestre deste ano, frente à breve aceleração dos preços e da economia.

Leia Também

"É difícil estimar se este risco vai se materializar", afirmou.

Em uma espécie de morde e assopra, Powell disse que o mercado de trabalho norte-americano parece ter retornado ao nível pré-pandemia "forte, sem um aquecimento exagerado". 

Citando o payroll de junho, ele afirmou que  há uma "clara desaceleração significativa" do emprego, com vários subíndices de volta aos níveis de 2019, e equilíbrio entre oferta e demanda

"Mas apesar desse arrefecimento, o mercado de trabalho continua forte e temos consciência de que precisamos protegê-lo", afirmou. 

Fed está de olho na inflação e na economia

Não é só o emprego que importa para os juros caírem nos EUA. Powell reforçou que o Fed está atento aos riscos dos dois lados do mandato e que os juros restritivos continuam necessários para desacelerar a inflação e garantir a estabilidade de preços no longo prazo.

"Estamos comprometidos em cumprir nosso objetivo de retornar a inflação para 2%", afirmou ele, observando que os preços seguem acima dessa meta.

Em maio, o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) desacelerou para 2,6% em termos anuais e o núcleo — que exclui itens voláteis como energia e alimentos — saiu de 2,8% para 2,6% na mesma base de comparação. 

Sobre a economia, Powell apontou que a atividade continua a se expandir em ritmo sólido, junto a um desempenho ainda robusto de gastos com consumo e demanda doméstica privada. 

No entanto, o chefão do Fed notou que houve uma moderação no crescimento econômico e que os gastos com consumo têm avançado em ritmo mais lento. 

A reação ao morde e assopra de Powell

A relutância de Powell em corroborar a expectativa do mercado de que os juros começarão a cair em setembro nos EUA levou as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano às máximas da sessão. 

O dólar também ganhou força, enquanto as bolsas de Nova York se mantiveram sem direção única, com o S&P 500 e o Nasdaq renovando recorde histórico intradiário. 

No Brasil, o Ibovespa operou quase estável, mas acima da mínima do dia, enquanto as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram levemente, acompanhando os Treasurys. 

O dólar era o ativo que destoava, com queda de aproximadamente 0,5% em relação ao real, refletindo o ingresso de fluxo comercial em meio ao feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo, que manteve o mercado aberto, mas com volume reduzido.

Para a Capital Economics, Powell deu poucas pistas sobre o potencial momento para cortar juros. A consultoria destacou que, segundo ele, o Fed ainda espera por "mais dados bons" para fortalecer a confiança de que a inflação retornará à meta. 

A consultoria espera uma redução de 25 pontos-base em setembro e outra, do mesmo calire, em dezembro.

Para James Knightley, economista chefe internacional do ING, Powell sinalizou hoje disposição para cortar os juros, mas ainda quer ver mais progresso em direção às metas do Fed. 

“Parece haver progresso no desejo do Fed de levar a economia a um equilíbrio melhor e, assim, desacelerar a inflação para a meta de 2%. Os riscos bidirecionais também estão sendo cada vez mais reconhecidos e se os dados avançarem na direção, esperamos que o potencial de um corte de juros em setembro ganhe ainda mais força”, afirmou.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PRIMEIROS EFEITOS

China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril

1 de maio de 2025 - 10:18

Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação

WARHOL PELO MUNDO

Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil

1 de maio de 2025 - 8:02

Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes

SD ENTREVISTA

Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê

1 de maio de 2025 - 6:54

Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

30 de abril de 2025 - 19:45

Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil

MUSKVILLE

Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo

30 de abril de 2025 - 19:27

Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas

QUEDA DE BRAÇO

Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal

30 de abril de 2025 - 15:59

Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos

JUNTANDO OS TIJOLINHOS

Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa

30 de abril de 2025 - 13:57

Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3

THE 50 BEST BARS

Conheça os 50 melhores bares da América do Norte

30 de abril de 2025 - 9:52

Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

conteúdo EQI

Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR

30 de abril de 2025 - 8:00

Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR

FERIADÃO À VISTA

Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio

30 de abril de 2025 - 7:30

Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

FUNDAMENTOS INVERTIDOS

S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA

28 de abril de 2025 - 19:15

Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar