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Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduanda em comunicação digital de business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Para contato, enviar no e-mail beatriz.azevedo@seudinheiro.com.

DE OLHO NAS REDES

A morte da internet, o caso Choquei e o crime sem solução: o que Trump tem a ver com isso — e os desafios para redes em 2024

Você pode sair deste texto preocupado…

Bia Azevedo
Bia Azevedo
14 de janeiro de 2024
8:00 - atualizado às 9:12
Trump ao lado do logo da Choquei
Imagem: Montagem Seu Dinheiro com imagens Agência Brasil e reprodução.

O ano era 2010. Eu aproveitava minhas tardes depois da escola como qualquer outra criança comum de dez anos: lendo a revista Capricho, vendo Hannah Montana e interagindo no Orkut

Na época, acredite ou não, as pessoas se juntavam em grandes grupos nas redes para direcionar seu ódio a coisas bobas, como “acordar cedo”, ou apenas para declarar seu amor à ouvir músicas no volume máximo. 

Algoritmos? Desconheço. Likes? Nada disso. Se eu desligasse o computador, tudo ia embora na hora. 

Você já sentiu como se essa certa leveza inicial das redes sociais tivesse desaparecido? Como se aquele primeiro significado tivesse sido roubado num crime que permaneceu sem solução — ou nem sequer foi importante o suficiente para ser investigado? 

Eu sinceramente não sentia … até começar a escrever este texto. 

Minha intenção hoje é tentar entender o que enfrentaremos em 2024 nas redes sociais. O que de novo vem por aí? É bom ou ruim? Quais assuntos vão dominar as plataformas?. 

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Afinal, estamos em um mundo online sobre o qual não entendemos muita coisa, mas que nos enche de certezas.

01.  A voz dos influenciadores é a nova voz de Deus? 

Eu até tentei fugir desse assunto, acreditem. Até porque é um dos temas mais cabulosos e cheios de ruídos que existe nas redes hoje: o marketing de influência. 

O papo veio à tona em meio à confusão envolvendo páginas de fofoca. O caso da Choquei, que divulgou informações falsas que acabaram motivando o suicídio da jovem Jéssica Canedo, foi um deles. 

Houve também a polêmica dos golpes da Blaze, divulgada pelo Fantástico, em que influenciadores motivaram seu público a apostar e muitos perderam dinheiro. Se eu fosse entrar no detalhe dos dois, este texto só falaria disso. 

Então o foco desse tópico é a estratégia em si. A pergunta a ser respondida é: a voz dos influencers é a nova voz de Deus

O manual é simples: se algo precisa cair na boca do povo, é só chamar os influenciadores. Com milhões e milhões de seguidores unidos, eles conseguem viralizar assunto X ou Y. Isso existe desde os primórdios das redes sociais. Nada de novo sob o sol. 

Mas a pergunta agora é: até que ponto essas pessoas são capazes de mudar nossa percepção da realidade? 

Se muitos influencers falam sobre uma coisa, parece que o mundo inteiro está falando sobre isso. Como filtrar o que realmente faz sentido quando alguém em quem você confia faz propagandas de coisas que podem efetivamente causar impacto negativo na sua vida? 

Até porque esse é justamente o apelo de um influencer, usar as redes sociais para te fazer sentir como se ele estivesse próximo, como se fosse acessível. Diferente, por exemplo, da televisão, que cria uma certa hierarquia entre astro e espectador. 

Outra pergunta: os assuntos que bombam realmente são espontâneos ou fazem parte de uma estratégia de marketing? Quem ganha com o buzz gerado? Fora isso: o que impede que perfis como o Choquei causem mais estragos irreparáveis? 

A França já percebeu esse problema e criou, no ano passado, uma lei para regular a profissão de influenciador e conter abusos — como a promoção de remédios que fazem mal à saúde, jogos de aposta e etc, etc. 

A pena é de dois anos de prisão mais multa de 300 mil euros (cerca de R$ 1,6 milhão na cotação atual).  

E, enquanto o país europeu tem meros 150 mil influencers, o Brasil tem 500 mil, de acordo com uma pesquisa da Nielsen. Eles se igualam ao contingente de médicos e superam os engenheiros civis. 

Quando será nossa vez de colocar as rédeas?

02. A morte da internet e o próximo emprego a ser roubado pelo ChatGPT

O Seu Dinheiro recebe comentários assim em todas as publicações. Seja no YouTube ou no Instagram, eles estão sempre lá: os bots. Aposto que você também recebe muitas mensagens assim. 

A presença massiva desses robozinhos mais o avanço da inteligência artificial (IA) trouxeram de volta à vida a teoria da Internet morta, que basicamente parecia ser muito radical há algum tempo, mas agora parece ganhar contornos bem factíveis.  

Basicamente, a tese prevê que a internet seria toda dominada por IA e bots e que não existiria mais espaço para interações reais. Como uma boa teoria da conspiração, temos que deixar de lado algumas coisas. 

Mas, para Diogo Cortiz, PhD em tecnologias da Inteligência e Design Digital pela Université Paris I - Sorbonne, é inegável que a ‘previsão’ tem se aproximado cada vez mais da realidade com o avanço da IA. 

“A web como a conhecemos pode não estar morta, mas está se transformando. E essa transformação desafia o nosso entendimento do que ela representa e suas consequências para a humanidade e as próprias máquinas”, explica em um texto para o UOL. 

Um dos sinais que apontam para isso é a quantidade de portais que publicam conteúdo cem por cento feito pela inteligência artificial. O número saltou de 49, em meados de maio do ano passado, para 634 no mundo todo, de acordo com o News Guard, ferramenta que monitora a desinformação.  

Tudo isso para ganhar dinheiro por meio de mídia programática — aquela na qual sites faturam veiculando anúncios promovidos pelo Google

“Mais de uma centena de empresas pagam, sem saber, para aparecer em sites controlados por robôs”, explica o físico Pedro Loos, em seu vídeo sobre a teoria da Internet morta, por onde eu fiquei sabendo sobre o tema. 

Para Timothy Shoup, do Instituto de Estudos do Futuro de Kopenhagen, a estimativa é de que, até 2030, mais de 99% vai ser gerado por inteligência artificial. 

E se você acha que estou exagerando, receba este dado: cerca de 64% do tráfego da internet hoje em dia já é gerado por robôs, de acordo com a Barracuda Networks, uma das maiores empresas de segurança de dados dos EUA. O relatório está aqui

E não é só minha profissão (jornalista) que corre risco. 

Até os influenciadores podem ser substituídos pela IA, já que os influencers digitais (figuras que não existem, mas atuam como se o fizessem nas redes)  são cada vez mais parte da nossa realidade, como eu explico aqui e aqui

Até o Elon Musk parece bem preocupado com isso, tanto que quase melou as negociações de compra do falecido Twitter por não saber a quantidade de bots por lá.

Nas redes o impacto chega na artificialidade das interações e engajamento. A questão é: como saber se você está impactando pessoas reais? 

E outra: como descobrir se os assuntos não estão sendo impulsionados por IA para atingir mais pessoas, com objetivos específicos (como política)? Está aí uma discussão que conseguiu alugar um baita triplex na minha cabeça…

Basicamente, tanto o primeiro quanto o segundo tópico baseiam a teoria de que as redes sociais estão menos sociais. 

Quando a influência pode ser comprada e o engajamento é falso, o que sobra de nós nas redes? Nos reservam apenas o direito de sermos influenciados. 

Assim, entramos no terceiro (e último) ponto desta análise.

03. As eleições Trump (e as outras também)

Em 2024, acontecerão as eleições na chamada maior democracia do mundo, os Estados Unidos. Se não for impedido pelos tribunais, Donald Trump provavelmente concorrerá com Joe Biden, numa disputa que replica 2020, mas que pode ter outro vencedor. 

O empresário que pode expulsar quem o expulsou da Casa Branca já esteve envolvido num escândalo sobre o uso de dados do Facebook para influenciar o resultado das eleições de 2016 por lá.  

A campanha de Trump foi acusada de trabalhar com a Cambridge Analytica, que à época era presidida por Steve Bannon, para tentar garantir a vitória. 

Eu não falei do Biden pois não há nada que indique que ele usou de mecanismos obscuros para se beneficiar na corrida de 2020, mas fique à vontade para me contestar. 

O ponto é: o que garante que, agora que estão muito mais evoluídos, esses mecanismos não vão influenciar significativamente o processo eleitoral no mundo inteiro? 

E como ter certeza de que esses candidatos, que já usaram isso a seu favor, não o farão novamente? E qual será o papel das redes, do jeito que estão se desenhando cada vez mais complexas e influentes, na própria democracia ao redor do mundo

Eu também já escrevi sobre o papel das redes em processos eleitorais no Brasil aqui e aqui e tenho certeza que esse será um dos principais assuntos nessa seara para 2024 – e eu terei que atualizar os conteúdos, porque as coisas estão mudando rápido… 

Mas o Seu Dinheiro persiste

Como de costume, faço o convite para você nos seguir no Instagram (só clicar aqui) e se inscrever no nosso canal do YouTube (cá está)

Afinal, em uma internet que caminha para conteúdos produzidos artificialmente e com pouca profundidade, nós trabalhamos diariamente para trazer tudo o que realmente importa para o seu bolso. 

Não somos negacionistas da revolução que a inteligência artificial pode trazer. 

Mas em meio a tanta confusão, saber quem está por trás dos assuntos que você consome faz grande diferença e você pode ver nossa carinha todos os dias pelo YouTube.

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