Quando o Nubank (ROXO34) vai pagar dividendos? CFO diz o que o banco digital pretende fazer com os lucros
Nubank teve lucro líquido de US$ 379 milhões no 1T24, e diretor financeiro falou sobre os planos do roxinho para o seu resultado positivo
Depois de operar por anos no vermelho, o Nubank (ROXO34) confirmou que a trajetória lucrativa veio para ficar, com um lucro líquido de US$ 378,8 milhões no primeiro trimestre de 2024, segundo o balanço divulgado ontem (14). Depois de se provar viável, agora a questão para o banco digital é outra: o que fazer com esse resultado.
Pelo menos por enquanto, destinar parte do lucro para pagar dividendos aos acionistas ou recomprar ações ainda não está nos planos da companhia. Foi o que afirmou Guilherme Lago, diretor financeiro (CFO) do Nubank, em evento na sede do Nu nesta quarta-feira (15), onde estavam presentes executivos do banco digital e jornalistas brasileiros, mexicanos e colombianos.
Além de Lago, também falaram com o público os cofundadores David Vélez (CEO), Cristina Junqueira, (diretora de crescimento - CGO) e Edward Wible, que foi o primeiro engenheiro de software do Nubank, bem como o atual diretor de tecnologia (CTO), Vitor Olivier e a CEO da operação brasileira, Livia Chanes.
Segundo o diretor financeiro, 100% dos resultados positivos do roxinho serão reinvestidos no próprio Nubank, destinados à “aceleração da roda de crescimento da empresa”, o que envolve lançar novos produtos, atingir maior escala, reunir mais dados e reduzir custos, para crescer mais em número de clientes.
- 1T24: Interpretar os números do balanço de uma empresa não é tarefa fácil. Por isso, os analistas da Empiricus vão “traduzir” todos aqueles dados para que você invista melhor e monte uma carteira mais rentável. Clique aqui para receber as análises do 1T24 em primeira mão GRATUITAMENTE.
O banco divulgou, na semana passada, ter atingido 100 milhões de clientes em todas as suas operações na América Latina, sendo cerca de 92 milhões no Brasil. A operação mexicana totaliza quase 7 milhões de clientes, e a colombiana acaba de bater 1 milhão, conforme anunciado por Cristina Junqueira durante o evento.
O investimento na expansão internacional, aliás, será outro destino para os lucros do Nubank, disse Lago durante sua apresentação.
Leia Também
“Historicamente há poucos exemplos de sucesso de bancos que se deram bem na expansão internacional. Mas isso era no modelo antigo, de agências”, observa o CFO, acrescentando que o modelo de negócios digital do Nubank provou ser escalável e possível de exportar, com sucesso, como a atuação no México vem mostrando.
Operação do Nubank no México e na Colômbia vem surpreendendo
Nos seus resultados do primeiro trimestre de 2024, o Nubank destacou seu rápido crescimento no México, com uma adição de 1,5 milhão de clientes no período, totalizando 6,6 milhões, o que corresponde a uma participação de mercado local de 5,1%.
Com o mesmo tempo de atuação no Brasil, no início das suas operações, o Nubank havia atingido 6 milhões de clientes e um market share de apenas 3,0%. Várias outras métricas mexicanas superaram suas equivalentes brasileiras, como o número de NuContas ativas (3,1 milhões no México vs. 1,0 milhão no Brasil no mesmo prazo), depósitos (US$ 2,3 bilhões vs. US$ 600 milhões) e receitas (US$ 149 milhões vs. US$ 99 milhões).
Atualmente, as operações internacionais do Nubank ainda são deficitárias, pois o foco é investir em crescimento, como ocorreu no Brasil. Mas, para Cristina Junqueira, atingir o breakeven [ponto de equilíbrio, momento a partir do qual a empresa “se paga”], será “uma consequência natural do crescimento das operações”, ocorrendo de forma similar ao que aconteceu no Brasil e sem demandar uma mudança grande no modelo de negócio.
Mas, dado o fato de que México e Colômbia estão se saindo até melhor do que o banco esperava, os executivos do Nubank acreditam que essas operações se tornem lucrativas em prazo menor que a operação brasileira, que levou cerca de oito anos para começar a dar lucro.
E a internacionalização do Nubank não deve parar por aí: “Em três a cinco anos já pode haver outros países nessa nossa geografia”, disse David Vélez.
ONDE INVESTIR EM MAIO: VEJA OS MELHORES INVESTIMENTOS - AÇÕES, FIIs, BDRS E ALOCAÇÃO DE ATIVOS
Balanço do Nubank agradou o mercado…
O resultado do primeiro trimestre do Nubank agradou ao mercado, principalmente pelo lado do lucro líquido e da rentabilidade, medida pelo ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), que se manteve em 23%, acima dos demais grandes bancos (27% no critério ajustado). Segundo Guilherme Lago, se considerar apenas o Brasil, o ROE já está em mais de 40%.
“O Nubank hoje é a uma das únicas, se não a única, fintech global que consegue combinar crescimento forte, lucratividade e resiliência financeira”, disse o CFO, ressaltando que a receita praticamente triplicou nos últimos dois anos e que o rating do Nubank, conferido pelas agências de classificação de risco, se equipara ao dos grandes bancos.
Nesta quarta, as ações NU, negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) sobem mais de 3%, e o BDR ROXO34, negociado na B3, avança quase 5%. No acumulado do ano, a ação NU sobe cerca de 47%, e o BDR ROXO34 já avança mais de 50%.
Ao explicar o “segredo” para o lucro no Nubank, Lago destacou a fórmula que combina foco na expansão da base de clientes ativos – principalmente aqueles que terão o roxinho como seu banco principal –, aumento da receita média por cliente (ARPAC), que no 1T24 atingiu US$ 11,40, e manutenção de um baixo custo de servir, que se mantém inferior a US$ 1,00, 85% menor que o custo dos bancos tradicionais.
O Nubank se considera banco principal quando o cliente transfere para a sua conta, todos os meses, mais da metade da sua renda média mensal. Hoje, 83% dos clientes do Nubank são clientes ativos e, destes, 59% têm o roxinho como seu banco principal.
“Safras mais maduras dos nossos clientes ativos têm receita média de US$ 26. Nos bancos incumbentes, este valor chega a US$ 45, US$ 46. Ou seja, tem muito espaço para aumentar esse número”, diz Lago.
…mas inadimplência e qualidade dos ativos ainda preocupa
Apesar de os números do Nubank no primeiro trimestre terem sido bem recebidos por analistas, a inadimplência continua chamando a atenção. O índice de 15 a 90 dias, que havia desacelerado nos últimos trimestres, voltou a subir, de 4,1% no 4T23 para 5,0% no 1T24. Já a inadimplência superior a 90 dias subiu de 6,1% no 4T23 para 6,3% no 1T24.
Segundo Guilherme Lago, esse aumento no primeiro trimestre se deve à sazonalidade e está dentro do esperado pela empresa. “Não fomos surpreendidos e não foi um sinal amarelo para retroagir na concessão de crédito. Nossos produtos têm prazo médio curto. Conseguimos navegar a qualquer ‘micro sinal’ de fragilidade”, disse.
Em relatório a clientes, tanto o Santander quanto o Itaú BBA destacaram a “deterioração da qualidade do crédito” como ponto negativo do balanço do Nubank no primeiro trimestre, tanto pela alta da inadimplência (que superou a estimativa do Itaú) quanto pelo aumento de 40% nas provisões em comparação ao trimestre anterior (ficando 36% acima da estimativa do Santander).
No entanto, ambos os bancos, que têm recomendações opostas para as ações do Nubank, consideraram o balanço forte de uma maneira geral.
No caso do Santander, que tem recomendação underperform (equivalente a venda) para a ação NU, o lucro líquido veio acima da expectativa. “O Nubank apresentou outro trimestre de crescimento no lucro, combinado com tendências positivas de expansão do negócio. No entanto, a qualidade dos ativos foi um ponto fraco, na nossa visão, e isso pode levantar preocupações em relação à deterioração da qualidade do crédito nos próximos trimestres”, dizem os analistas.
Já no caso do Itaú BBA, que tem recomendação outperform (equivalente a compra) para as ações, com preço-alvo de US$ 13, o lucro líquido veio abaixo do esperado, mas isso se deu possivelmente pela alta concentração de compensação baseada em opções de ações ou uma alíquota de imposto acima do esperado, uma vez que a performance do negócio e as tendências operacionais foram sólidas.
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
MRV (MRVE3) entra no grupo de construtoras que vale a pena comprar, mas a preferida do JP Morgan é outra
Banco norte-americano vê espaço para uma valorização de até 60% nas ações do setor com juros menores e cenário político mais favorável em 2026
Ação acusa XP de falhas na venda de COEs como o da Ambipar (AMBP3) e pede R$ 100 milhões na Justiça
Após perdas bilionárias com COEs da Ambipar, associações acusam a corretora de erros recorrentes na venda de produtos ligados à dívida de grandes empresas no exterior
Ações da Oncoclínicas (ONCO3) na mão de Vorcaro vão parar no Banco de Brasília. O acordo para trocar os CDBs do Master subiu no telhado?
Com a transferência das cotas de fundos do Master para o BRB, investidores questionam o que acontece com o acordo da Oncoclínicas para recuperar o investimento em papéis do Master
Orizon (ORVR3) compra Vital e cria negócio de R$ 3 bilhões em receita: o que está por trás da operação e como fica o acionista
Negócio amplia a escala da companhia, muda a composição acionária e não garante direito de recesso a acionistas dissidentes
Maior rede de hospitais privados pagará R$ 8,12 bilhões em proventos; hora de investir na Rede D’Or (RDOR3)?
Para analista, a Rede D’Or é um dos grandes destaques da “mini temporada de dividendos extraordinários”
Fim da especulação: Brava Energia (BRAV3) e Eneva (ENEV3) negam rumores sobre negociação de ativos
Após rumores de venda de ativos de E&P avaliados em US$ 450 milhões, companhias desmentem qualquer transação em curso
Virada à vista na Oncoclínicas (ONCO3): acionistas querem mudanças no conselho em meio à crise
Após pedido da Latache, Oncoclínicas convoca assembleia que pode destituir todo o conselho. Veja a proposta dos acionistas
Bancos pagam 45% de imposto no Brasil? Não exatamente. Por que os gigantes do setor gastam menos com tributos na prática
Apesar da carga nominal elevada, as instituições financeiras conseguem reduzir o imposto pago; conheça os mecanismos por trás da alíquota efetiva menor
Mais de R$ 4 bilhões em dividendos e JCP: Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Allos (ALOS3) anunciam proventos; veja quem mais paga
Desse total, a Tim é a que fica com a maior parte da distribuição aos acionistas: R$ 2,2 bilhões; confira cronogramas e datas de corte
Vale (VALE3) mais: Morgan Stanley melhora recomendação das ações de olho nos dividendos
O banco norte-americano elevou a recomendação da mineradora para compra, fixou preço-alvo em US$ 15 para os ADRs e aposta em expansão do cobre e fluxo de caixa robusto
Não é por falta de vontade: por que os gringos não colocam a mão no fogo pelo varejo brasileiro — e por quais ações isso vale a pena?
Segundo um relatório do BTG Pactual, os investidores europeus estão de olho nas ações do varejo brasileiro, mas ainda não estão confiantes. Meli, Lojas Renner e outras se destacam positivamente
Pequenos negócios têm acesso a crédito verde com juros reduzidos; entenda como funciona
A plataforma Empreender Clima, lançada pelo Governo Federal durante a COP30, oferece acesso a financiamentos com juros que variam de 4,4% a 10,4% ao ano
Antes ‘dadas como mortas’, lojas físicas voltam a ser trunfo valioso no varejo — e não é só o Magazine Luiza (MGLU3) que aposta nisso
Com foco em experiência, integração com o digital e retorno sobre capital, o Magalu e outras varejistas vêm evoluindo o conceito e papel das lojas físicas para aumentar produtividade, fidelização e eficiência
Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP
O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]
