“Podem esperar um valor maior do que no ano passado”: CEO do Itaú (ITUB4) confirma dividendos extraordinários em 2024; ações saltam na B3
O banco aproveitou para comentar também a mudança nas projeções (guidance) para a expansão da carteira de crédito

O CEO do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy Filho, confirmou nesta terça-feira (5) que o banco pagará dividendos extraordinários em 2024. O anúncio foi feito em um encontro virtual com jornalistas na manhã de hoje, após o balanço do terceiro trimestre do banco.
Os números superaram mais uma vez as projeções do mercado, mas uma linha específica dos resultados chamou a atenção dos analistas.
Houve um aumento de 60 pontos-base no CET1 — também chamado de “capital principal”, que nada mais é do que a proporção do capital patrimonial principal de um banco e seus ativos ponderados por risco. Ele serve como um indicador da capacidade de um banco de absorver perdas.
Antes do balanço, os analistas do JP Morgan projetavam um CET1 entre 11,5% e 12%, mas o Itaú entregou uma razão de 13,7%. Com bem mais capital do que o necessário para operar, a expectativa de que o Itaú distribua o excedente aos acionistas aumentou.
“Vamos ter dividendos extraordinários neste ano. Só falta decidir qual a magnitude”, disse Maluhy Filho. “Podem esperar um valor maior do que no ano passado”, completou.
Por volta das 11h10, as ações do Itaú (ITUB4) saltavam 2,61%, cotadas a R$ 36,20, enquanto o Ibovespa recuava 0,24% no mesmo horário, aos 130.207 pontos.
Leia Também
O Itaú aproveitou também para apresentar à imprensa o novo CFO do banco, Gabriel Amado de Moura, que abriu o encontro aos jornalistas. Ele havia sido anunciado como novo diretor de finanças da holding em julho, após a descontinuação das operações no Uruguai.
Confira mais detalhes sobre a política de dividendos do Itaú a seguir.
Indicador | Resultado 3T24 | Evolução (t/t) | Variação (a/a) |
Lucro Líquido | R$ 10,675 bilhões | 6,0% | 18,1% |
ROE | 22,7% | 0,3 p.p. | 1,6 p.p. |
Carteira de Crédito | R$ 1,278 trilhão | 1,9% | 9,9% |
Mais dividendos no Itaú (ITUB4)
Segundo o presidente do Itaú, a expectativa é pagar mais dividendos extraordinários do que no ano passado.
Em 2023, o banco distribuiu R$ 11 bilhões extras aos acionistas, o equivalente a 0,9 ponto do índice de capital.
A expectativa de Maluhy para este ano é de que os dividendos representem uma fatia maior do índice de capital e de que o montante seja nominalmente maior. O valor deve ser anunciado na próxima divulgação de resultados.
Ainda de acordo com o CEO, o banco deve operar com um índice de capital de 11,5%. Desse modo, qualquer recurso acima desse percentual deve ir para o bolso dos acionistas.
“Agora com a nova norma do CMN, a nº4.966, é natural que o nosso objetivo não seja reter um excesso de capital para além daquilo que a gente entende necessário para fazer a gestão do banco”, afirma o CEO do Itaú, sobre a nova determinação que altera as regras para as instituições financeiras declararem despesas com provisões.
Maluhy afirmou que o banco não deve ser afetado pelas mudanças e que já adota as práticas em linha com a nova norma.
Itaú (ITUB4) amplia carteira de crédito — mas não é bem assim
Durante a coletiva, uma das perguntas feitas ao executivo do Itaú diz respeito à alteração nas projeções (guidance) do banco para o fim de 2024.
Isso porque o Itaú revisou para cima a projeção de crescimento da carteira de crédito total. A expectativa é de que a oferta de crédito cresça entre 9,5% e 12,5% neste ano — a projeção anterior apontava para algo entre 6,5% e 9,5% no ano.
Maluhy explicou que essa mudança se deve a uma desvalorização do real frente a outras moedas, o que expandiu “artificialmente” o montante.
“Cerca de 18% da carteira está em outras moedas, não apenas em dólar, mas pesos chileno, mexicano, etc, e a desvalorização do real aumenta essa carteira”, disse o CFO do banco, Gabriel Amado de Moura.
Essa desvalorização faria o banco entregar uma carteira de crédito ao fim de 2024 muito próxima do topo do guidance. Assim, a decisão foi de ampliar as projeções para acomodar eventuais surpresas, dizem os executivos.
Por falar em crédito…
Uma pergunta que tem sido recorrente para os bancos são as perspectivas para o futuro. Afinal, as projeções apontam para um cenário de juros mais elevados por mais tempo — o que, na visão do CEO do Itaú, não é bom para a instituição.
“Eu sempre friso: juro alto não é bom para banco. Com juro baixo, mais negócios são feitos, mais o mercado de capitais se expande e mais a economia cresce, e isso é bom pra gente”, explica Maluhy.
Sobre as eleições americanas, o presidente do Itaú destacou que uma eventual eleição de Donald Trump poderia fortalecer o dólar frente ao real e outras moedas, o que atinge a inflação e dificulta um horizonte de redução nos juros.
No entanto, o CEO do banco afirma que a instituição trabalha com modelos móveis e ajustáveis aos cenários mais variados.
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
CPFL (CPFE3), Taesa (TAEE11), Embraer (EMBR3) e SLC Agrícola (SLCE3) vão distribuir quase R$ 4 bilhões em dividendos
A maior fatia é da CPFL, que pagará R$ 3,2 bilhões em proventos adicionais ainda sem data definida para pingar na conta dos acionistas
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Yudqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) vão distribuir R$ 270 milhões em dividendos; veja quem mais paga
A maior fatia dos proventos é da Yudqs, que pagará R$ 150 milhões em proventos adicionais no dia 8 de maio
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Engie (EGIE3) distribui mais R$ 715 milhões em dividendos e total pago no ano chega a R$ 1,8 bilhão; confira os prazos
O montante anunciado agora se junta aos R$ 1,2 bilhão previamente anunciados pela companhia de energia em 2024
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica
A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México
O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá