Gol (GOLL4) tem prejuízo bilionário no 2T24 — e, para o BTG Pactual, é hora de vender as ações
Ainda no vermelho, a aérea continuou a queimar caixa no segundo trimestre; o fluxo de caixa operacional ficou negativo em R$ 477 milhões
 
					Os céus das finanças parecem continuar nebulosos para a Gol (GOLL4), que registrou um prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões no segundo trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 556 milhões visto no mesmo período do ano passado.
Em termos ajustados, as perdas chegam a R$ 1 bilhão, excluindo fatores como os ganhos com variação cambial de R$ 2,7 bilhões e as despesas não recorrentes de R$ 336 milhões da recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11).
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Ainda no vermelho, a aérea continuou a queimar caixa no segundo trimestre. A Gol reportou no período um fluxo de caixa operacional negativo de R$ 477 milhões.
A companhia atribuiu o resultado à decisão comercial de reduzir temporariamente o montante de factoring de recebíveis.
As ações GOLL4 iniciaram o pregão desta quinta-feira (15) em queda. Por volta das 10h09, os papéis recuavam 3,48%, negociados a R$ 1,1q. No acumulado do ano, a desvalorização chega a 87%.
Outras linhas do balanço da Gol (GOLL4) no 2T24
A receita líquida da Gol (GOLL4) encolheu 5% em comparação com o segundo trimestre de 2024, para R$ 3,93 bilhões.
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De acordo com a empresa, o faturamento foi pressionado pelo fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, e pela queda na oferta de assentos disponíveis por quilômetro na operação de passageiros.
Efeito das fortes chuvas que se abateram recentemente sobre o Rio Grande do Sul, a situação gerou uma perda de aproximadamente R$ 120 milhões para a Gol.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) encolheu 56,8%, totalizando R$ 410 milhões no segundo trimestre, enquanto o caixa total da companhia chegou a R$ 2,6 bilhões no fim de junho.
Os empréstimos e financiamentos contabilizados da Gol chegaram a R$ 19 bilhões no fim do trimestre. Dessa cifra, cerca de R$ 5,5 bilhões são relativos ao financiamento na modalidade “debtor in possession” (DiP loan) do plano de reestruturação de dívidas da aérea.
Confira outros destaques do balanço:
- Endividamento líquido: R$ 25,8 bilhões (+26% a/a)
- Dívida bruta total: R$ 29,2 bilhões (+33,3% a/a)
- Alavancagem (dívida líquida ajustada sobre Ebitda dos últimos 12 meses): 5,1 vezes
Para o BTG Pactual, apesar das perdas, o resultado “fraco” de abril a junho veio em linha com as expectativas, impactado pela sazonalidade do período e pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Na avaliação dos analistas, o mercado deve acompanhar as atualizações do lado da reestruturação de dívidas nos EUA, além de monitorar os volumes e rendimentos, preços de combustível, volatilidade cambial e frota.
O banco manteve recomendação de venda para as ações GOLL4 devido à “baixa visibilidade no processo de recuperação judicial nos EUA e à potencial diluição do patrimônio”.
Os analistas reiteraram o preço-alvo de R$ 1 para os papéis da Gol para os próximos 12 meses, o que implica em uma desvalorização potencial de 13% em relação ao último fechamento.
A crise financeira da Gol (GOLL4)
Em meio ao balanço mais negativo no segundo trimestre, é importante lembrar ainda que a Gol encontra-se no meio de uma recuperação judicial nos Estados Unidos, que teve início em janeiro deste ano.
De acordo com o plano financeiro para os próximos cinco anos, a empresa precisa refinanciar cerca de US$ 2 bilhões em dívidas para conseguir sair da recuperação judicial.
A companhia também precisaria de uma injeção de capital de US$ 1,5 bilhão por meio da emissão de novas ações. No entanto, a Gol não entrou em detalhes sobre como será feita a emissão.
Com o plano de reestruturação, a Gol busca retornar a capacidade doméstica aos níveis pré-pandemia até 2026.
Para apoiar essa expansão, a aérea espera que a frota da companhia cresça para 169 aviões até 2029. Porém, para dar sustentação financeira ao plano, a companhia aérea deve sacrificar a margem Ebitda.
Segundo o plano quinquenal da Gol, a empresa ainda pretende realizar um aumento de capital da ordem de US$ 1,5 bilhão em algum momento dentro dos próximos cinco anos.
Em julho, o tribunal de falências concedeu extensões dos períodos exclusivos da empresa para protocolar e solicitar votos em um plano de reorganização.
A companhia tem até 21 de outubro para apresentar o plano, mas poderá pedir para o tribunal norte-americano outras prorrogações de prazos antes de sair do Chapter 11.
No início deste mês, a companhia aérea recebeu uma aprovação da corte dos EUA para uma negociação com o Santander (SANB11), o Banco do Brasil (BBAS3) e o Bradesco (BBDC4) para uma linha garantida para a cessão (factoring) de recebíveis.
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