As ações da Camil (CAML3) caem forte na bolsa hoje — e a “culpa” é desse bancão de investimentos
Os ralis do arroz e do trigo devem impulsionar o balanço de duas empresas do agronegócio brasileiro, mas impulso tem data para acabar
Os carboidratos parecem estar prontos para engordar a conta de uma dupla de empresas ligadas ao agronegócio brasileiro. Na avaliação do Bank of America, a Camil (CAML3) e a M Dias Branco (MDIA3) podem se beneficiar do aumento dos preços do arroz e do trigo em meio à restrição da oferta das commodities agrícolas.
Porém, esse impulso tem data de validade, segundo o BofA — o que impede uma visão otimista para as ações na bolsa brasileira.
Os analistas mantiveram recomendação “underperform” — equivalente a venda — para as ações CAML3, mas elevaram o preço-alvo de R$ 8,30 para R$ 10, implicando em um leve potencial de valorização de 3% em relação ao último fechamento.
Já para os papéis MDIA3, o BofA reiterou a recomendação neutra, porém reduziu o preço-alvo de R$ 42 para R$ 37, equivalente a uma valorização potencial de 16% frente ao fechamento anterior.
As ações da Camil amargam forte queda na B3 no pregão desta segunda-feira (10). CAML3 caiu 6,49%, negociada a R$ 9,07. No ano, porém, os papéis ainda acumulam alta de 8,4%.
A M.Dias Branco também recuou hoje e encerrou em baixa de 2,07% no mesmo horário, cotada a R$ 31,20. Em 2024, MDIA3 registra desvalorização da ordem de 19%.
Leia Também
- 10 ações para investir neste mês: veja a carteira recomendada da analista Larissa Quaresma, baixando este relatório gratuito.
Camil terá impulso — mas isso não anima a compra das ações CAML3
Os preços do arroz no Brasil já subiram cerca de 50% em um ano devido à menor oferta no Brasil nas últimas duas temporadas — e a perspectiva do Bank of America é que o grão avance ainda mais devido a perdas de safra com as enchentes no Rio Grande do Sul.
Há ainda a possibilidade de que a catástrofe climática no RS afete as próximas safras de arroz por conta da qualidade do solo depois das enchentes, o que poderá pressionar os rendimentos. Além disso, a plantação pode ser limitada por perdas de maquinaria, acesso ao crédito e alocação de capital.
“Neste cenário, os preços do arroz deverão permanecer em patamares elevados nos próximos 12 meses”, diz o banco, em relatório.
- Leia também: Como ficam as ações das empresas do agronegócio na B3 que atuam no RS após a tragédia climática no Estado?
O BofA prevê que esse rali do arroz resulte em um impulso adicional para a Camil (CAML3) nos próximos resultados financeiros.
Para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) — indicador usado pelo mercado para mensurar a geração de caixa de uma empresa —, os analistas projetam um aumento de 15% no ano fiscal de 2025 em relação a este ano.
Apesar do efeito no balanço, o banco norte-americano vê um aumento adicional limitado nas margens e ainda desafios relacionados ao crescimento das novas divisões da Camil — em especial, no negócio de café.
“A Camil deverá ter um sólido impulso de lucros no curto prazo, dados os preços do arroz, mas as margens ainda deverão ser relativamente limitadas pelas margens mais fracas do açúcar.”
Para além das perspectivas futuras das novas unidades da empresa, existe outra coisa que impede um otimismo maior do BofA para as ações CAML3: o preço.
Os analistas avaliam que os impulsos que estão por vir na Camil já estão precificados tanto nas estimativas do mercado quanto no valor das ações.
Nas contas do Bank of America, as ações da Camil atualmente são negociadas a um múltiplo de 5,8 vezes a relação valor de firma sobre Ebitda (EV/Ebitda) e a 11,7 vezes o preço sobre lucro (P/L) — acima de outras concorrentes na América Latina, que são negociadas entre 7 vezes e 8 vezes.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
E a M Dias Branco (MDIA3)?
Para o Bank of America, a Camil está sendo capaz de repassar os preços mais elevados do arroz, com os preços dos produtos de alta rotatividade subindo 25% ao ano.
Por sua vez, a alta do trigo também foi um gatilho para a M Dias Branco voltar a aumentar os preços de biscoitos, massas e farinha de trigo — o que deve ser visto já no terceiro trimestre de 2024.
Afinal, o cereal viu o preço disparar 20% nos últimos três meses devido às preocupações com restrições de oferta na Rússia e na Ucrânia.
“Prevemos um impulso sólido nos próximos trimestres, uma vez que os custos dos estoques de trigo estão baixos e os preços de venda estão em alta; mas as margens devem atingir o pico este ano”, projeta o BofA.
Porém, o Bank of America vê a aceleração como algo temporário. Segundo o banco, a curva futura aponta para preços mais altos nos próximos 12 meses — o que, combinado com um real mais fraco, deve levar a custos mais elevados para a M Dias no final de 2024.
Além do aumento de custos, é preciso lembrar que a companhia já se encontra com dificuldades em repassar preços aos clientes, já que o aumento de valores resultou na perda de participação de mercado nas principais categorias de biscoitos e massas.
“A administração está focada na recuperação da participação, o que poderá alterar a dinâmica das margens e limitar o repasse dos preços mais elevados do trigo.”
No entanto, o banco acredita que esses riscos parecem estar precificados, já que a ação atualmente é negociada a um múltiplo entre 6 vezes e 6,5 vezes a relação EV/Ebitda — abaixo dos patamares históricos de 9 vezes.
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
