Americanas (AMER3) tem prejuízo de R$ 2,2 bilhões em 2023 e decide parar de divulgar projeções financeiras
Apesar das perdas robustas no ano passado, a cifra é 82,8% menor do que o montante de R$ 13,22 bilhões registrado em 2022
Após uma sequência de adiamentos, a Americanas (AMER3) enfim divulgou na noite da última quarta-feira (15) os últimos resultados financeiros pendentes. O balanço consolidado de 2023 trouxe um prejuízo acumulado de R$ R$ 2,272 bilhões.
Apesar das perdas robustas, a cifra é 82,8% menor do que o montante de R$ 13,22 bilhões registrado em 2022, considerando os números reapresentados após a descoberta da fraude de resultados.
- Onde investir em agosto? O Seu Dinheiro conversou com analistas renomados para saber quais ações, FIIs e BDRs valem a pena agora.
Segundo a varejista, o resultado do ano passado foi negativamente marcado pelo impacto operacional da crise financeira e da redução de receitas, com custos adicionais da investigação e da recuperação judicial, parcialmente compensados por impactos tributários.
“Os últimos 18 meses foram marcados por grandes desafios: a revelação de inconsistências contábeis, que posteriormente foram identificadas como uma complexa fraude de resultados, a Recuperação Judicial e a necessidade de reconstrução da Americanas. Esses eventos impactaram o resultado do período, com queda relevante na receita e contabilização de prejuízos recordes”, escreveu a empresa, no balanço.
Na avaliação da Americanas, a aprovação do plano de recuperação judicial e a execução da reestruturação abrem caminho para a “expectativa da companhia para gerar lucro tributável em 2024”, o que possibilitou o reconhecimento de impostos diferidos no valor de R$ 4,8 bilhões no quarto trimestre de 2023.
Além da publicação dos números atrasados, a varejista anunciou na noite de ontem que decidiu parar de divulgar as projeções financeiras (guidance) para os próximos trimestres.
Leia Também
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Segundo a empresa, a decisão permite que a companhia “reavalie a expectativa de desempenho futuro”.
Outras linhas do balanço da Americanas (AMER3) em 2023
A receita líquida caiu 42,1% no comparativo anual, encerrando 2023 em um patamar de R$ 14,94 bilhões, pressionada pela forte redução do canal digital e por problemas de abastecimento nas lojas físicas logo após o pedido de recuperação judicial.
Por sua vez, a dívida líquida da varejista chegou a R$ 33,45 bilhões no ano passado, aumento de 20,8% na comparação com o ano fechado de 2022, enquanto o endividamento bruto somou R$ 39,43 bilhões no período.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), indicador usado para mensurar a geração de caixa, foi negativo em R$ 2,8 bilhões, melhora de 56,9% na base anual.
Enquanto isso, o volume de vendas (GMV) total caiu 45,9% em relação a 2022, para R$ 22,7 bilhões. O montante foi impactado pela forte perda de confiança com o canal digital, cujo GMV encolheu 75,7% após a revelação da fraude contábil multibilionária na varejista.
- Leia também: É o fim do multimarcas no varejo? Por que a Americanas (AMER3) decidiu encerrar os sites Shoptime e Submarino
Na avaliação da Americanas, o desempenho negativo no canal online é atribuído à estratégia de diminuir o volume de vendas do 1P — vendas de mercadorias próprias — e migrar categorias relevantes para o 3P — vendas no marketplace —, com o objetivo de melhorar a rentabilidade da operação.
Os números do primeiro semestre de 2024
A Americanas (AMER3) ainda apresentou o balanço acumulado do primeiro semestre deste ano — finalmente colocando em dia as divulgações trimestrais.
A companhia teve um prejuízo de R$ 1,4 bilhão entre janeiro e junho de 2024, cifra 55,9% menor frente a igual intervalo de 2023.
A varejista afirma que a queda do prejuízo vista na primeira metade de 2024 "dá continuidade aos impactos positivos iniciais da nova estratégia de negócios e esforços de transformação da administração".
Veja como ficaram algumas das principais linhas do balanço da Americanas nos seis primeiros meses de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior:
- Receita líquida: R$ 6,8 bilhões (-2,6% a/a)
- Ebitda: R$ 1,34 bilhão, revertendo as perdas de R$ 1,18 bilhão do 1S23
- GMV total: R$ 10,1 bilhões (-9% a/a)
- Dívida líquida: R$ 38,879 bilhões, piora de 16,2% sobre o consolidado de 2023
Relembre o caso Americanas (AMER3)
Vale relembrar que a Americanas (AMER3) protagonizou um dos maiores escândalos contábeis da história do mercado de capitais no Brasil.
Em janeiro do ano passado, a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial diante do agravamento da situação financeira da companhia.
À época, a empresa comandada pelo famoso trio de empresários formado por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles somava dívidas no valor de R$ 43 bilhões com bancos e fornecedores, além de questões trabalhistas.
Após adiar várias vezes seu balanço, foram confirmadas fraudes na casa das dezenas de bilhões de reais. Em relação a 2021, o “maior lucro da história” da Americanas converteu-se em um prejuízo líquido de R$ 6,237 bilhões.
E o prejuízo da varejista mais do que dobrou em 2022. A Americanas fechou aquele ano com R$ 12,912 bilhões no vermelho.
Já a fraude contábil foi estimada em R$ 25,2 bilhões, muito próximo do rombo calculado quando a Americanas admitiu que o episódio ia muito além de "inconsistências contábeis".
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
