Acabou a queima de caixa: ClearSale (CLSA3) gera caixa positivo pela 1ª vez desde o IPO — veja os números do balanço do 1T24 e as apostas do CEO para 2024
Em entrevista ao Seu Dinheiro, o CEO Eduardo Mônaco anunciou dois compromissos para garantir o crescimento sustentável da ClearSale e comenta rumores de venda

A reestruturação da ClearSale (CLSA3) parece enfim ter começado a gerar frutos. Após diminuir a exposição a grandes varejistas em busca de rentabilidade e sustentabilidade financeira, a empresa não só conseguiu aumentar o número de vendas novas, como também gerar caixa positivo pela primeira vez desde o IPO, em 2021.
A companhia de soluções antifraude registrou geração de caixa líquido de R$ 10 milhões no primeiro trimestre deste ano. Já do lado operacional, a cifra chegou a R$ 29,5 milhões.
Ainda que 2024 seja considerado um ano de transição estratégica, o CEO Eduardo Mônaco anunciou dois compromissos para garantir o crescimento sustentável da ClearSale no longo prazo.
“O primeiro compromisso é vender muito e de forma diversificada. O outro é realizar uma gestão muito forte do caixa para ser uma empresa que caminha cada vez mais para rentabilidades sustentáveis e estruturadas”, afirmou o executivo, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Questionado sobre os rumores de uma potencial venda do negócio para a Experian, dona da Serasa no Brasil, o CEO da ClearSale afirmou que não há novidades em relação ao comunicado de abril.
“É muito comum termos momentos de conversa com os players do mercado, seja para aquisições ou para parcerias. Inúmeros processos acontecem diariamente na nossa dinâmica e a gente continua na mesma toada: sempre temos interesse em conversar com todos os potenciais players que estrategicamente possam colaborar com o nosso propósito.”
Leia Também
Enquanto isso na B3, as ações da ClearSale (CLSA3) aparecem entre os destaques de alta no ano, com uma valorização de 101%.
- O que está por trás dos números das empresas mais importantes da bolsa? Receba gratuitamente, em primeira mão, a análise dos balanços do 1T24 de algumas das principais empresas da Bolsa.
Balanço da ClearSale (CLSA3): de olho na receita do 1T24
A ClearSale (CLSA3) divulgou nesta segunda-feira (13) o resultado do primeiro trimestre de 2024, logo após o fechamento dos negócios na B3.
Apesar da geração de caixa, a empresa ficou no vermelho na última linha do resultado e registrou um prejuízo de R$ 8,7 milhões. De todo modo, foi uma perda 50,2% menor do que no mesmo período do ano passado.
Desde o ano passado, a companhia decidiu “sacrificar” temporariamente a receita para priorizar um aumento de margens, em um reposicionamento de soluções para negócios mais rentáveis no longo prazo, de acordo com o CEO.
Como consequência, a receita líquida da ClearSale recuou 10,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 111,6 milhões.
“Continuamos sempre muito focados em diversificar muito a nossa receita. Estamos propositadamente conversando com nossos clientes para ter produtos muito mais escaláveis e rentáveis. Isso pressiona a receita no curto prazo, mas gera muitas oportunidades de médio e longo prazo”, afirmou o CEO.
Para Mônaco, a estratégia de reposicionamento da empresa abriu a possibilidade de aumentar o número de produtos oferecidos pela companhia, além de elevar a quantidade de mercados endereçáveis da empresa.
Veja as principais linhas do balanço do 1T24:
- Prejuízo líquido: R$ 8,7 milhões (-50,2% a/a);
- Ebitda: -R$ 6,8 milhões (-63,3% a/a);
- Venda Nova Realizada total: R$ 9 milhões (+71,4% a/a).
Quer receber em primeira mão as análises dos balanços do 1T24? Clique aqui para receber relatórios de investimentos gratuitos, feitos pelos profissionais da Empiricus Research.
Diversificação do negócio
O balanço da ClearSale (CLSA3) no primeiro trimestre de 2024 trouxe também o impacto da diversificação de mercados e produtos realizada pela companhia. O indicador “vendas novas realizadas”, que contabiliza a receita de produtos vendidos no período, cresceu 71,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023, a R$ 9 milhões.
Enquanto as vendas recorrentes mensais caíram 7,2%, pressionadas pela redução da exposição da ClearSale a grandes varejistas, o faturamento com novos produtos foi o principal catalisador do resultado. A cifra chegou a R$ 4,9 milhões entre janeiro e março deste ano, uma disparada de 496% no comparativo anual.
Vale destacar que esse indicador começou a ser sinalizado no balanço da ClearSale neste trimestre como “vendas novas de recorrência não mensal” — isto é, receitas sem previsibilidade mensal de consumo, já que a dinâmica de venda para novos produtos é diferente dos tradicionais ofertados para o setor de varejo.
Uma das novas apostas da ClearSale para 2024 é o mercado de crédito, com o lançamento da solução de score de crédito para grandes bancos. Já para os emissores de cartões de crédito, o foco é a manutenção da principalidade através da identificação dos “bons consumidores”.
“Em breve, com tudo o que estamos fazendo em função dessa geração de venda nova e desses novos produtos e mercados, a ClearSale voltará a crescer o que a empresa já está pronta para crescer”, afirmou Mônaco.
As apostas da ClearSale (CLSA3)
Apesar da tendência de baixa de receita ter se estendido para o início de 2024, o diretor financeiro (CFO) da ClearSale, Alexandre Mafra, vê o resultado como um sinal de que a transformação estratégica colocou a empresa no caminho certo.
“O nosso sentimento é que batemos no fundo do poço da queda de receita no quarto trimestre, e esses três primeiros meses são emblemáticos porque confirmam isso. Agora, a expectativa para frente é que essa queda comece a diminuir de uma forma mais acentuada e que vire em algum momento para crescimento de receita”, projetou o CFO.
Já o presidente da ClearSale destacou que a empresa não promete uma data exata de inflexão da receita, mas garantiu que o crescimento do faturamento deve acontecer ainda em 2024.
O CEO afirmou que não vê novos investimentos ou aquisições no radar neste ano. “O nosso plano é acertar continuar essa jornada de deixar a empresa mais estruturada e redonda para que seja capaz de caminhar na direção de gestão de caixa.”
A partir do momento que a geração de caixa estiver “equilibrada e sustentada”, a ClearSale deve investir em três frentes: novos produtos, tecnologias novas como o real digital e oportunidades inorgânicas.
Para além das oportunidades, o CEO revelou quais são os principais riscos da companhia em 2024. Assim como outros incumbentes, a ClearSale sofre a pressão do aumento da concorrência — especialmente no mercado de soluções digitais para o varejo.
O Magazine Luiza, por exemplo, começou a desenvolver soluções de Cloud para pequenas e médias empresas, incluindo autenticação de usuários — um dos produtos disponibilizados pela própria ClearSale.
“A gente não enxerga isso como um grande risco para o nosso negócio”, avaliou Mônaco sobre o impacto do Magalu Cloud. “Qual vai ser a nossa estratégia para combater a concorrência? Temos estratégias específicas para cada um dos setores, porque hoje nós temos tecnologia suficiente para poder fazer diferentes combinações e atacar o segmento de forma mais precisa.”
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital