Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
Não importa se é ação ou um título de dívida emitido por uma empresa. Na hora de colocar o seu dinheiro em qualquer que seja o ativo, é importante considerar se você está sendo bem pago pelo risco que está tomando.
No caso das debêntures, títulos de dívida emitidos pelas empresas e especialidade de Vivian Lee, sócia e gestora da Ibiuna Investimentos, alguns nomes não valem a pena nem pela alta rentabilidade.
Enquanto outros, compensam simplesmente pela qualidade do emissor (é o caso de alguns bancões, por exemplo). Essa prática se torna ainda mais importante em um momento de euforia nesse mercado, o que levanta questionamentos sobre uma possível bolha.
“Tem nomes que nem a CDI + 15% a gente quer. E tem nomes que a CDI + 0,3%, a gente topa fazer”, afirma.
Segundo a gestora, é essencial avaliar a liquidez, a duration (prazo do investimento) e o carrego na hora de colocar – ou não – uma debênture na carteira. Sobretudo, é preciso pensar no risco.
“Às vezes parece que existe um prêmio, mas embutido ali há muito risco envolvido – ou porque o papel não é tão líquido ou porque tem risco de crédito”, disse a gestora no episódio desta semana do podcast Touros e Ursos. Nesse contexto, Lee afirma que “o papel do gestor é avaliar se a rentabilidade mais elevada compensa o grau de risco.”
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Vale lembrar que as debêntures viveram um verdadeiro boom nos últimos tempos: de janeiro a setembro desde ano, as emissões bateram o recorde da série histórica, atingindo R$ 96,1 bilhões, segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Este valor foi 47,1% maior do que a soma de todas as emissões de 2023.
Assista o episódio da semana na íntegra, clicando no vídeo abaixo:
Quais são as perspectivas para o mercado de crédito com a alta da Selic?
Após vários “estouros” no mercado de crédito em 2023, como os emblemáticos casos de Americanas (AMER3) e da Light (LIGT3), fica o questionamento para o investidor: será que podem haver novas crises no futuro, principalmente devido à nova escalada da Selic?
Para Vivian Lee, os spreads (o prêmio pago pelas debêntures acima de alguma taxa de referência, como CDI ou IPCA) devem ser reduzidos, com a taxa de juros mais alta.
Com isso, ela prevê que alguns investidores vão preferir trocar os rendimentos de alguns fundos de crédito por CDBs de grandes bancos.
Em resumo: quanto mais tempo a Selic ficar alta, mais confortável o investidor vai ficar confortável em correr pouco risco e não vai precisar buscar um spread de crédito adicional para “apimentar” o portfólio.
No entanto, a gestora não espera um aumento dos resgates dos fundos de crédito nem um “estouro” como o que ocorreu no ano passado.
Ela também reforça que muitas empresas fizeram o “dever de casa” e conseguiram reestruturar as dívidas para não sofrerem tanto com os juros mais elevados.
Diante desse contexto, as posições da Ibiuna Investimentos se concentram em papéis com duration mais curta e setores que trazem mais tranquilidade para a carteira de investimentos, como o setor bancário e o de utilities. “Estamos muito leves em risco, em relação do que a gente já teve”, explica.
Lee ainda indica que os investidores que querem comprar as debêntures por conta própria, sem intermédio de fundos e gestores, devem ter disponibilidade para acompanhar a situação econômica das empresas.
Veja o episódio completo do Touros e Ursos, que também traz como destaques da semana a vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos, o risco fiscal no Brasil e uma homenagem à lenda da música Quincy Jones:
O Touros e Ursos é um podcast semanal do Seu Dinheiro, apresentado pela nossa equipe de repórteres. Toda semana, convidamos nomes importantes do mercado financeiro e do cenário político para discutir temas relevantes para o investidor pessoa física.
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