Campos Neto vai intervir no dólar? O que o presidente do BC disse sobre o câmbio após disparada da moeda a R$ 5,86 — e sobre um novo corte de juros
RCN afirmou que a autoridade monetária trabalha com a expectativa de desaceleração da economia dos Estados Unidos; saiba o que pode vir por aí
Os investidores tomaram um susto na semana passada: o temor de recessão nos EUA derrubou as bolsas ao redor do mundo e fez o dólar disparar por aqui — na máxima daquela segunda-feira (5) caótica, a moeda norte-americana bateu em R$ 5,8656.
De olho nesse cenário, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (13) que a autoridade monetária tem muitas reservas em dólares e intervirá no mercado de câmbio, se necessário.
"O Banco Central tem muita reserva, vai fazer a intervenção se precisar", afirmou Campos Neto, respondendo a indagações de um deputado petista durante uma audiência da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. "Inclusive, o diretor da área de câmbio, Gabriel Galípolo, foi nomeado pelo governo."
Os números mais recentes, do dia 2 de agosto, mostram que o BC dispõe de US$ 366,356 bilhões em reservas internacionais. No fim de 2023, eram US$ 355,034 bilhões.
Campos Neto lembrou que o BC só intervém no mercado de câmbio quando identifica alguma disfuncionalidade, já que o câmbio flutuante serve para absorver choques.
Na recente desvalorização aguda do real, ele disse, os diretores debateram e chegaram à conclusão de que não havia razão para interferir, já que a mudança na cotação do real teria sido causada por uma piora na percepção de risco.
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Ele lembrou que uma intervenção equivocada no câmbio poderia levar a uma piora de outras variáveis, como a taxa longa de juros.
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Depois da disparada do dólar, vem recessão nos EUA, RCN?
Ao falar do dólar, o presidente do Banco Central afirmou também que a autoridade monetária trabalha com a expectativa de desaceleração da economia dos EUA.
Segundo ele, o panorama mudou nos EUA da preocupação com inflação para a desaceleração forte no crescimento.
"Nós entendemos que é uma preocupação, vamos dizer assim, uma angústia um pouco antecipada e um pouco equivocada. A gente trabalha com o cenário mais provável de desaceleração nos Estados Unidos, de uma forma mais organizada, mas, sim, reconhecendo os riscos que isso pode causar", disse.
Ele acredita que há novos desafios globais, que impactam na volatilidade dos mercados, a começar pela eleição norte-americana.
"Quando a gente olha a eleição norte-americana, as campanhas e o que está sendo dito pelos candidatos, a gente tem basicamente um conjunto de políticas que leva a crer que a inflação americana vai ser mais alta", disse.
Campos Neto também lembrou que, hoje, a expectativa dos EUA é de queda de juros.
"A gente vê que tem uma sincronia grande entre países, geralmente quando os EUA começam a ter uma precificação de maior queda, os outros também. No mundo emergente a gente tem o caso do Brasil e da Rússia, uma exceção, onde o mercado precifica alta de juros, e não queda de juros. Então, aqui é uma exceção", disse.
Para ele, se houver uma desaceleração lenta e organizada nos EUA, a desorganização temida pelo mercado não deve ocorrer.
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E os juros no Brasil, como ficam?
Sobre a política monetária no Brasil, Campos Neto, avaliou que, se a autoridade monetária baixar a taxa sem condições adequadas, haverá reflexos nos juros futuros e na relação entre o dólar e o real, que ficará mais desvalorizado.
"Quando os juros futuros começam a subir, você começa a gerar um desequilíbrio. No final das contas, o que você tem é um juros futuro mais alto, um câmbio mais valorizado e vai gerando uma situação na qual você começa a ter uma inflação maior também", disse.
Ele ponderou que a inflação cria uma falsa sensação de melhora fiscal, porque a arrecadação é nominal, mas o custo danoso é de longo prazo.
Campos Neto ainda reiterou que reformas que passam a percepção de melhora fiscal abrem espaço para juros menores e repetiu que a impressão de contas públicas desorganizadas dificulta a convergência da inflação.
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Inflação: a meta — do governo — a ser perseguida
Campos Neto lembrou ainda que é o governo quem define a meta de inflação e cabe ao BC persegui-la.
"É importante entender que a gente tenta ter a taxa de juros mais baixa possível, fazendo a inflação convergir para a meta. E, de novo, a meta da inflação não é o Banco Central que decide, é o governo que decide. O governo decide que a meta é 3%, o governo decide a banda, o governo decide que passou a ser contínua. Não é um trabalho do Banco Central. O Banco Central é minoria no CMN. A gente tem uma meta e o que a gente tem é liberdade operacional para atingir a meta. É o que a gente tem feito", defendeu.
Ele ponderou que se o País tivesse uma taxa de juro neutra menor, a Selic sempre seria mais baixa e observou que, ao longo do tempo, o País fez reformas estruturais que se refletiram em juros menores.
"A gente não pode confundir causa e efeito. Se a gente tivesse uma dívida muito baixa, tínhamos juros muito baixos. Como a dívida é alta, e é igual para todos nós, se a nossa dívida é alta, a gente vai no banco e o banco vai cobrar mais juros. A gente não pode inverter a causa e o efeito. Em todos os momentos onde teve planos fiscais críveis, foi exatamente quando o Banco Central foi capaz de derrubar a taxa de juros", disse Campos Neto.
Ele voltou a afirmar que a PEC 65, que amplia a autonomia da autoridade monetária, auxiliaria o BC neste trabalho.
O presidente do BC também fez questão de reiterar que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) têm sido unânimes, inclusive no entendimento de que não há harmonia monetária sem fiscal: a ancoragem tem de ser dupla.
"Esse é o primeiro grande teste da autonomia, que tem se mostrado com grande eficiência. A gente vê, por exemplo, nas últimas reuniões do Copom que foram unânimes. Há quatro membros indicados pelo governo que têm votado de forma unânime, que têm entendido que a missão do Banco Central é fazer a inflação convergir para a meta, sempre com estabilidade financeira, atendo também ao mandato secundário de fomento ao emprego", disse Campos Neto.
Esqueça o dólar, os juros e a inflação: a vida de RCN após o BC
Deixando o dólar, os juros e a inflação de lado, RCN voltou a dizer que não tem interesse político para além do seu mandato no comando da autoridade monetária, que acaba no final do ano, e que está tranquilo sobre a condução do seu trabalho e averiguação de patrimônio.
Campos Neto havia sido questionado sobre a evolução do seu patrimônio e inquirido sobre o montante que possuía antes de presidir o BC e quanto tem agora.
"Em relação às outras perguntas, perguntas do âmbito pessoal, honestamente, acho que a gente está aqui para fazer um debate mais construtivo. Tudo que eu tenho já foi examinado pelo Comitê de Ética, já foi apresentado. Todos os relatórios foram apresentados. Estou muito tranquilo. O Comitê de Ética, se quiser olhar de novo, olhe”, afirmou.
“Tudo que eu fiz ao longo do meu caminho aqui foi para o bem da sociedade, para o bem do governo, foi uma experiência interessante. Não tenho interesse político quando sair daqui, ao contrário do que muitos imaginam. O que é importante para mim é o que o Banco Central fez e quais são as entregas que eu participei", acrescentou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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