Focus x Firmus: Nova pesquisa do Banco Central mostra que empresários estão mais pessimistas que os economistas de mercado
Nova pesquisa do BC ainda está em fase experimental, mas tenta ampliar universo de atores consultados para determinar expectativas econômicas

O Banco Central (BC) tem caminhado em campo minado nos últimos anos. E nem é só por causa do elevado nível das taxas de juros no Brasil. Até mesmo as projeções usadas pela autarquia na pesquisa Focus para pautar sua política monetária têm sido alvo de contestação.
No início de junho, por exemplo, o Ministério Público acionou o Tribunal de Contas da União para investigar suspeitas de manipulação dos dados encaminhados ao BC pelos agentes de mercado consultados para a consolidação da Focus.
O boletim Focus é uma pesquisa semanal por meio da qual o BC mensura as expectativas dos participantes do mercado financeiro em relação aos principais indicadores macroeconômicos.
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Nas últimas semanas, por exemplo, a piora acentuada das expectativas de inflação levou parte do mercado a especular que o BC poderia voltar a elevar a taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano.
Mas uma das principais críticas à Focus é o fato de ela ser limitada à percepção dos economistas de mercado, excluindo outros setores da economia.
É nesse cenário que o BC divulgou nesta segunda-feira (12) os primeiros resultados da pesquisa Firmus.
“A Pesquisa Firmus tem como objetivo captar a percepção de empresas não financeiras em relação à situação de seus negócios e às variáveis econômicas que podem influenciar suas decisões”, informa o Banco Central na apresentação do piloto da nova sondagem.
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E se as projeções do mercado quanto à inflação não andam nada otimistas, as das empresas não financeiras são ainda piores.
Nas três rodadas de coleta de respostas realizadas até agora, “a mediana das expectativas de inflação informadas pelas empresas na Firmus foi consistentemente maior que a mediana correspondente da pesquisa Focus”.
De acordo com o BC, as respostas para a Firmus foram coletadas em novembro de 2023 e nos meses de fevereiro e maio de 2024.
Nos três períodos de coleta, a mediana das projeções dos entrevistados para a inflação acumulada de 2024 ficou em 4,00%.
A estimativa encontra-se acima da mediana da Focus para cada um desses períodos:
- 3,94% em novembro de 2023;
- 3,77% em fevereiro de 2024; e
- 3,89% em maio de 2024.
Nas sondagens de novembro do ano passado e fevereiro deste ano, o BC questionou os empresários somente em relação à inflação de 2024.
Na edição de maio, o Banco Central acrescentou estimativas para o IPCA de 2025 e 2026, além do PIB de 2024.
Mais uma vez, as estimativas de inflação da Firmus mostraram-se mais pessimistas que as da Focus.
A Firmus apontava inflação de 4,00% em 2025 e 3,70% em 2026. Já as medianas da Focus encontravam-se em 3,77% para 2025 e 3,60% para 2026.
Já em relação ao PIB de 2024, as estimativas ficaram “virtualmente iguais nas duas pesquisas”, informa o BC.
Enquanto a Firmus apontava alta de 2,00% do PIB, a Focus indicava expansão de 2,01%.
Fonte: Banco Central.
Fase de testes
A pesquisa Firmus ainda está em fase de testes. Ela vem sendo realizada trimestralmente. A coleta de dados começa na semana seguinte à primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC de cada trimestre.
De acordo com o Banco Central, a iniciativa está alinhada à prática de BCs de outros países, estabelecendo contato com a percepção de empresas de fora do mercado financeiro.
Ainda segundo a autarquia, os questionários passaram por adaptação entre o segundo e o terceiro período de coleta e ainda não há uma previsão em relação a quando ela passará a ser divulgada regularmente.
Última Focus
Enquanto isso, o Banco Central divulgou hoje a mais recente edição da pesquisa Focus, divulgada semanalmente.
A projeção para o IPCA no fim de 2024 subiu pela quarta semana seguida, atingindo 4,20%, mas abaixo do teto da meta, de 4,50%.
A estimativa para o PIB deste ano permaneceu em +2,2%, interrompendo uma sequência de seis semanas em alta.
Enquanto isso, os economistas de mercado consultados pelo BC esperam que a Selic chegue ao fim de 2024 nos atuais 10,50% ao ano com o dólar cotado a R$ 5,30.
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