Um passo para trás para caminhar mais longe – retrospectiva 2023 e o que tomar cuidado para 2024
O fiscal continua a preocupar junto com a inflação que, por mais que tenha arrefecido em 2023, ainda deixa ligado o sinal de alerta dos gestores de fundos

Sempre que um novo ano começa, é importante relembrar como foi o anterior, já que ele é a principal pista do que teremos dali em diante.
Fora do Brasil, iniciamos 2023 com o colapso dos bancos norte-americanos Silicon Valley (SVB), Signature e Silvergate em março e First Republic Bank em maio, testemunhando três das maiores quebras bancárias na história dos Estados Unidos.
As autoridades reguladoras, incluindo o Federal Reserve (Fed) e o presidente do FDIC (similar ao nosso FGC), agiram rapidamente para conter o pânico do mercado, garantindo todos os depósitos, mesmo aqueles que ultrapassavam o limite de US$ 250 mil.
Na Europa, a situação também não estava muito diferente.
O Credit Suisse passou por uma série de problemas que culminaram na compra da entidade suíça pelo UBS por US$ 3,2 bilhões.
Além do cenário bancário, as tensões persistentes entre Rússia e Ucrânia iniciadas em 2022 e entre Israel e Hamas no Oriente Médio, desde o segundo semestre do ano, adicionaram mais uma camada de incerteza geopolítica.
Leia Também
O modelo de crescimento da China, inicialmente considerada como grande aposta de 2023, perdeu forças pós-pandemia, lutando contra a desaceleração do mercado imobiliário, aumento do desemprego e baixa confiança das famílias.
Felizmente, nem tudo foram más notícias.
A inflação nos Estados Unidos mostrou sinais de arrefecimento ao longo dos meses, indicando o possível fim do ciclo de aperto monetário. Apesar da desaceleração da atividade econômica no último trimestre, o mercado de trabalho permaneceu forte.
As bolsas norte-americanas surpreenderam positivamente, com o S&P 500 e a Nasdaq registrando aumentos de mais de 24% e 53%, respectivamente.
Um dos principais drivers de retorno foi o avanço das Inteligências Artificiais (IA).
O destaque vai para as "Magnificent 7", empresas do setor de tecnologia (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, NVIDIA e Tesla), que acumularam um retorno de 75% no ano e agora representam cerca de 30% do S&P 500.
No Brasil, logo em janeiro tivemos as notícias do rombo contábil das Americanas em mais de R$ 40 bilhões.
Fiz questão de escrever sobre o tema por aqui, já que a operação era complexa e os devidos detalhes precisavam ser explicados.
Os juros foram bastante discutidos entre o governo e os participantes do Banco Central.
A inflação desacelerou e os cortes vieram, alcançando o patamar de 11,75% atualmente.
Quanto ao quadro fiscal, uma das maiores preocupações do ano, tivemos avanços em uma direção positiva, com a aprovação do novo arcabouço fiscal e a movimentação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em perseguir a meta de déficit zero das contas públicas para o ano de 2024.
No mais, fechamos o ano no país com expectativa de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 3%, sendo melhor do que o esperado no começo do ano.
Como já comentamos algumas vezes por aqui, nossa equipe do Melhores Fundos de Investimento, da Empiricus, realiza uma pesquisa mensal com mais de 40 gestores multimercados para compreender as principais visões e posições dos gestores.
Abaixo, você pode observar o heatmap (mapa de calor) consolidado com as informações de maior relevância da pesquisa. A cor verde representa maior otimismo e a vermelha pessimismo.
Note como, para os Estados Unidos, a visão com inflação e com o tesouro dos EUA de dois e dez anos foram ganhando um viés mais otimista com o passar dos meses. O fiscal foi fonte de preocupação o ano todo, já que a dívida do país ultrapassou a marca de US$ 33 trilhões.
No Brasil, houve mais espaço para o otimismo a partir do segundo semestre, principalmente com a bolsa, juros reais e nominais e com o real contra o dólar. Como é possível observar, o fiscal também preocupou os gestores por aqui.
Questionamos quais seriam os principais riscos a serem monitorados aqui no Brasil e nos EUA e a resposta foi a seguinte:
Em cenário brasileiro, o fiscal continua a preocupar junto com a inflação que, por mais que tenha arrefecido em 2023, ainda deixa ligado o sinal de alerta dos gestores caso a sua estabilidade se perca.
Nos EUA, a volatilidade do preço das commodities é o que ganha o primeiro lugar como sinal de alerta, impactada diretamente pelos conflitos armados mencionados anteriormente.
A inflação também é fonte de preocupação, junto com as eleições presidenciais que acontecem no país.
É difícil prever com exatidão como a economia global se comportará.
Gestores experientes, modelos matemáticos e um bom mapeamento do histórico de cada país nos trazem mais próximos da realidade, ainda que ela possa nos surpreender bastante – como no caso da pandemia da covid-19.
Nos resta acompanhar bem de perto.
Grande abraço,
Rafaela Ribas
- LEIA TAMBÉM: Então é… aniversário! Mas o que é a Linha d’Água e como ela afeta as taxas que você paga ao investir em fundos?
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas
Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda