Santander reduz projeção do Ibovespa para 145 mil pontos e muda carteira para enfrentar turbulência; veja as ações favoritas dos analistas
Mesmo com a redução da projeção em 15 mil pontos, o banco espera crescimento do Ibovespa em 13% neste ano e um retorno de 15% de lucro por ação

Assim como o clima ameno de maio cedeu espaço para dias de calor à moda verão, os ventos favoráveis esperados para a bolsa brasileira mudaram a direção — e trouxe algumas turbulências.
Com a mudança de “clima” nos mercados com foco nas políticas monetárias nos Estados Unidos e no Brasil, o Santander atualizou as projeções para o Ibovespa no fim de 2024. A expectativa caiu de 160 mil para 145 mil pontos.
Mesmo com a redução da projeção em 15 mil pontos, o Santander espera crescimento do Ibovespa em 13% neste ano e um retorno (EPS) de 15% de lucro por ação.
Se a estimativa se confirmar, o principal índice da bolsa brasileira deve terminar 2024 negociado a 8 vezes o preço-lucro (P/L) — ainda abaixo da média histórica.
“Mesmo excluindo a Petrobras, a Vale e outros exportadores, acreditamos que as ações brasileiras parecem atraentes do ponto de vista de valuation”, escrevem os analistas Aline Cardoso, Luana Fontes e Guilherme Motta, que assinam o relatório.
Por fim, o banco também revisou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, o crescimento da economia brasileira, de 1,8% para 2,00% em 2024.
Leia Também
“A atividade econômica e a inflação melhoraram, apesar da ação negativa nos preços dos ativos”, afirma Aline Cardoso, chefe de pesquisa e estratégia de ações do Santander.
Os motivos para a revisão do Ibovespa
Nos Estados Unidos, a expectativa quanto ao início do afrouxamento monetário foi adiada de maio para setembro, com a resiliência do mercado de trabalho e a desaceleração da inflação em ritmo mais lento que o antes projetado.
“Nosso cenário-base é um pouso suave para a economia dos Estados Unidos, com 65% de probabilidade. A política monetária relativamente restritiva continuará pesando sobre o crescimento, levando a uma diminuição significativa nas taxas de crescimento do emprego e da inflação no segundo semestre do ano”, afirma Aline Cardoso, do Santander.
No Brasil, a política mais restritiva da maior economia do mundo limita o espaço para cortes na taxa Selic, além da permanente incerteza sobre o cenário fiscal local — que ganhou força com a mudança na meta fiscal para o próximo ano.
O Santander também destaca que o Banco Central abandonou o guidance anterior de um corte de 0,50 ponto percentual em duas reuniões e passou a adotar uma abordagem mais flexível e dependente de dados — o que levou a uma corte de 0,25 ponto percentual em maio. Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano.
Vale lembrar que os discursos recentes do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a divisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na última decisão sobre a taxa básica de juros também contribuíram para uma mudança de visão do mercado sobre o fim do ciclo de cortes na taxa Selic.
Alguns bancos e casas de análises já preveem Selic terminal na casa dos dois dígitos. Hoje, o Santander projeta a Selic a 9,75% ao ano em dezembro de 2024, abaixo dos 10,00% observados na pesquisa semanal Focus desta segunda-feira.
- Empiricus Research libera relatórios semanais de renda fixa com recomendações de títulos que podem render acima da Selic. Cadastre-se gratuitamente para receber.
Ações: as (novas) apostas do Santander
Na revisão, o Santander aproveitou para mexer nas carteiras.
De olho no sólido crescimento dos lucros e uma potencial reavaliação de valuation, o banco fez alguns ajustes em setores “para refletir o novo cenário de taxas mais altas”.
Totvs, Localiza, Mercado Livre, Smartfit, Equatorial e Raia Drogasil são os favoritos do Santander na cesta de “compostos” — que são ações que têm capacidade de gerar um elevado crescimento em relação, lucros e fluxo de caixa, principalmente no longo prazo.
“Embora ‘uma maré alta levante todos os barcos’, as nossas conclusões sugerem que os compostos proporcionam retornos ‘fora do comum’ durante os ciclos de redução da taxa Selic, especialmente considerando o seu perfil de risco global mais baixo”, escrevem os analistas do Santander.
O banco também aumentou a exposição à Vale (VALE3), com a melhora da perspectiva sobre a China.
No setor de petróleo, o Santander substituiu Prio (PRIO3; antiga PetroRio) por 3R Petroleum (RRRP3) — que confirmou o acordo de fusão com a Enauta (ENAT3) na semana passada.
- Gigantes estatais têm os bastidores revelados. Ex-líderes se reúnem e “abrem o jogo” sobre experiência na Petrobras, Eletrobras e Caixa. Descubra tudo ao vivo, participando do evento “Elas Revolucionaram as Estatais” no dia 28/05. Retire seu ingresso gratuito aqui.
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado
Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta preço-alvo das ações BBSA3
Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço
Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos
De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%
Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG
Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG
“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?
Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos
FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF
UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”
Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA
Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas
O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo