🔴 INVESTIMENTOS INTERNACIONAIS E CRIPTOMOEDAS: CONFIRA OS MELHORES MOMENTOS DO 3º DIA DO ONDE INVESTIR 2025 ASSISTA

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Pé no freio

Em decisão não unânime, Copom abandona a própria sinalização e corta Selic em apenas 0,25 ponto, para 10,50% ao ano

Postura mais conservadora do colegiado já era esperada por boa parte do mercado, mas possíveis sucessores de Roberto Campos Neto não votaram com o presidente do BC e defenderam redução maior nos juros

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
8 de maio de 2024
18:47 - atualizado às 19:17
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Liderado por Roberto Campos Neto, Copom havia indicado mais um corte de 0,50 ponto na reunião de hoje. - Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou, nesta quarta-feira (08), a meta da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual. Com isso, a Selic passa de 10,75% para 10,50% ao ano.

A nova queda nos juros já era esperada, mas originalmente o Copom havia sinalizado um corte de magnitude maior, de 0,50 ponto percentual, na sua última reunião, realizada em março.

Assim, a queda de 0,25 ponto indica que o colegiado abandonou de fato a sua própria sinalização (forward guidance) e decidiu ficar mais conservador diante do aumento das incertezas em relação ao risco fiscal doméstico e à política monetária americana.

  • [Transmissão especial] Como a decisão do Copom mexe com o seu bolso? Especialistas discutem as melhores estratégias para o seu patrimônio com a nova Selic, anunciada neste dia 8 de maio. Receba o link de acesso gratuito aqui.

O principal motivo destacado no comunicado do Copom para o corte mais brando foram as incertezas do ambiente externo. A nota abre com o seguinte parágrafo:

"O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes."

Já no cenário doméstico, o colegiado destacou os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho apresentando dinamismo maior que o esperado. "A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes", diz ainda o comunicado.

Leia Também

Sobre o fiscal, o comitê diz ter acompanhado "com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária" e reafirmou que "uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária."

Decisão não foi unânime, e possíveis sucessores de Campos Neto votaram por corte maior

O resultado da reunião de hoje era muito aguardado pelo mercado, cujas estimativas se “dividiam” (de maneira desigual) entre o corte inicialmente indicado, de 0,50 ponto, e um mais conservador, de 0,25 ponto, possibilidade que concentrava a maior parte das apostas.

A divisão de opiniões não foi vista apenas entre os investidores, mas também no próprio Copom, uma vez que a decisão que reduziu a Selic hoje para 10,50% ao ano não foi unânime.

O presidente do BC e do Copom, Roberto Campos Neto, votou pela redução de 0,25 ponto, junto com outros quatro diretores, totalizando cinco votos a favor da postura mais conservadora; os outros quatro votos foram para a redução de 0,50 ponto, entre eles os de Gabriel Galípolo e Paulo Picchetti, cotados como possíveis sucessores de Campos Neto, cujo mandato termina no fim deste ano.

A divergência de visões entre o atual presidente e seus possíveis sucessores não deve ser bem acolhida pelo mercado, que tem Campos Neto em alta conta e teme pela futura indicação do PT para liderar o BC.

Além disso, os votos de Galípolo e Picchetti indicam uma postura mais 'dovish', isto é, menos dura em relação à inflação, o que é justamente o temor do mercado quanto ao futuro presidente da autarquia.

Ainda assim, o comunicado do Copom diz que "o comitê, unanimemente, avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela."

"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", diz o comitê.

Aumento das incertezas e dos riscos afetou a trajetória da Selic

Na reunião de março, a sinalização do Copom já havia jogado um pouco de água na cerveja do mercado ao tirar o plural do comunicado que anunciou a decisão do corte de juros.

Até então, o colegiado vinha prevendo novas reduções de mesma magnitude (0,50 ponto percentual), no plural; mas, em março, a expressão veio no singular, indicando apenas mais uma queda nessa intensidade.

De lá para cá, dados econômicos e de inflação fortes nos Estados Unidos assustaram, sugerindo que o corte de juros por lá poderia levar mais tempo para ocorrer e ser menos intenso do que o esperado, o que acaba segurando também a queda de juros por aqui.

Além disso, o fiscal doméstico passou a deixar o mercado mais pessimista depois que o Ministério da Fazenda reduziu a meta fiscal do ano que vem de um superávit de 0,5% do PIB para um déficit zero.

Para completar, as fortes chuvas e inundações no Rio Grande do Sul nos últimos dias aumentaram o risco de pressão no fiscal e na inflação, por conta do importante papel do estado na produção de alimentos.

Na semana passada, o presidente do Federal Reserve, o banco central americano, afastou a possibilidade de uma nova alta nos juros, o que era um dos temores do mercado.

Já na sexta-feira (03), o payroll, principal relatório de emprego do país, finalmente mostrou uma desaceleração no mercado de trabalho americano, o que melhorou as expectativas para os cortes de juros por lá.

Mesmo assim, o Copom preferiu manter uma postura mais cautelosa e optou por um corte menor na Selic. "O Comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária", diz o comunicado da decisão de hoje.

Sem 'forward guidance': o que o Copom espera daqui para frente

O comitê não se comprometeu, desta vez, com um novo corte na Selic nem com a magnitude deste possível novo corte na próxima reunião do colegiado, a ser realizada em junho.

Em seu comunicado, o comitê apenas ressalta que a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Sobre os ajustes futuros na Selic, o colegiado deixa os próximos passos em aberto: "O Comitê também reforça, com especial ênfase, que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta."

O Copom projeta uma inflação de 3,8% para este ano, acima das projeções do último boletim Focus, de 3,7%; para 2025, o comitê espera uma inflação de 3,3%, inferior à estimativa de 3,6% do Focus.

São vistos ainda fatores de risco tanto de alta como de baixa para a inflação. No lado do risco de alta, destacam-se:

  • uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e
  • uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.

Já entre os riscos de baixa, destacam-se:

  • uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e
  • os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.

ONDE INVESTIR EM MAIO: VEJA OS MELHORES INVESTIMENTOS- AÇÕES, FIIs, BDRS E ALOCAÇÃO DE ATIVOS

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O QUE MEXE COM OS MERCADOS HOJE

Agora vai? Ibovespa engata alta de mais de 2%  junto com Nova York e chega aos 122 mil pontos; dólar fecha em baixa de R$ 6,0252

15 de janeiro de 2025 - 13:04

Dados de inflação e da indústria nos EUA mexem com as bolsas aqui e lá fora, mas tem banco grande dizendo que a euforia pode ser exagerada; entenda os motivos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Grand Slam do Seu Dinheiro: Vindo de duas leves altas, Ibovespa tenta manter momento em dia de inflação nos EUA

15 de janeiro de 2025 - 8:14

Além da inflação nos EUA, Ibovespa deve reagir a Livro Bege do Fed, dados sobre serviços e resultado do governo

MACRO E ESTRATÉGIA

Onde investir 2025: Inflação a 10% e dólar a R$ 10? O que pode salvar a economia enquanto o mercado se prepara para o pior

15 de janeiro de 2025 - 6:11

Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, e Felipe Miranda, fundador e estrategista-chefe da Empiricus, revelam os riscos e oportunidades para o investidor neste ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Olha nos classificados: Depois da leve alta de ontem, Ibovespa se prepara para mais um dia difícil pela frente hoje

14 de janeiro de 2025 - 8:22

Petróleo acima dos US$ 80 e juros das Treasuries de 10 anos próximos de 5% mantêm pressão sobre os mercados financeiros internacionais

PARCELAR OU NÃO PARCELAR?

IPVA 2025: com Selic nas alturas, vale a pena pagar à vista com desconto, ou melhor parcelar e investir o valor? Fizemos as contas!

13 de janeiro de 2025 - 18:45

Considerando a alta da taxa de juros no país, o especialista Guilherme Casagrande avalia quando vale a pena parcelar o IPVA

VISÃO DO GESTOR

BC terá de elevar Selic a níveis “extremamente elevados” ou admitir dominância fiscal, diz SPX

13 de janeiro de 2025 - 9:12

Caso o governo não adote novas medidas fiscais, o ajuste virá pela inflação, que vai aumentar “até que o estoque de dívida perca relevância”, diz a SPX

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tem certeza que nada presta? Ibovespa tenta recuperação em meio a dados fortes na China, prévia do PIB e inflação nos EUA

13 de janeiro de 2025 - 8:06

Além da agenda de indicadores, mercado já se prepara para o início da temporada de balanços nos Estados Unidos

TOUROS E URSOS #206

Nem Selic a 15% vai conseguir conter a inflação se a política fiscal não melhorar, diz economista-sênior da gestora de fortunas Julius Baer

11 de janeiro de 2025 - 8:01

No episódio da semana do Touros e Ursos, Gabriel Fongaro fala sobre as perspectivas para 2025

OS JUROS VÃO SUBIR?

O tombo das bolsas ao redor do mundo: por que o dado de emprego dos EUA fez as ações caírem, o dólar disparar e o mercado de dívida renovar máxima

10 de janeiro de 2025 - 13:46

Enquanto os investidores se reposicionam sobre o número de corte de juros pelo Fed este ano, já tem bancão dizendo que a autoridade monetária vai olhar para outro lugar

ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA META

Uma cartinha para Haddad e Tebet: a herança de Campos Neto para Galípolo com o IPCA de 2024 fora da meta

10 de janeiro de 2025 - 10:59

IPCA acumulado em 2024 fechou em 4,83%, abaixo do que se esperava, mas acima do teto da meta de inflação estipulada pelo CMN

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anatomia de uma fraude: Ibovespa aguarda IPCA e payroll nos EUA enquanto escândalo da Americanas completa 2 anos

10 de janeiro de 2025 - 8:10

Ibovespa acumula alta de pouco mais de 1% na primeira semana cheia de janeiro, mas resultado final dependerá dos indicadores previstos para hoje

CONTAS PÚBLICAS

A ‘dor de cabeça’ do governo Lula em 2025: Alckmin diz que o país cumprirá arcabouço fiscal com rigor, mas cita preocupação com juros

9 de janeiro de 2025 - 14:25

Apesar dos desafios monetários, o vice-presidente prevê o ano como promissor, com o crescimento do PIB puxado pelo agronegócio

FIM DA SECA

Após quase dois anos sem pagar proventos, TORD11 anuncia distribuição de dividendos; cotas sobem quase 7% na bolsa hoje

9 de janeiro de 2025 - 11:34

O último pagamento de dividendos realizado pelo FII TORD11 ocorreu em fevereiro de 2023; cotas do fundo vêm patinando na bolsa desde outubro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez

9 de janeiro de 2025 - 8:02

Ibovespa tenta reaver a marca dos 120 mil pontos enquanto EUA se fecham em luto para o funeral de Jimmy Carter

FII DO MÊS

Fundo imobiliário favorito do mês teve retorno de quase 12% no último ano; confira os FIIs mais recomendados para se proteger da alta dos juros em janeiro

9 de janeiro de 2025 - 7:01

Com a alta da Selic desafiando o setor imobiliário, os FIIs de papéis vêm sendo a principal aposta para janeiro – e o fundo mais recomendado para o mês faz parte da classe

SOBE E DESCE COM EMOÇÃO

A montanha-russa da bolsa: Ibovespa sob pressão, dólar em alta e Treasury na máxima — tudo o que mexeu com os mercados hoje

8 de janeiro de 2025 - 18:24

Aqui, o Ibovespa chegou a ter apenas seis dos 87 componentes da carteira teórica em alta; lá fora, o yield (rendimento) dos títulos do Tesouro norte-americano de 20 anos passaram de 5% pela primeira vez desde 2023

SEM SPRINT

Trump é uma pedra no sapato: o alerta do maior banco central do mundo sobre os juros antes do novo chefe na Casa Branca

8 de janeiro de 2025 - 17:01

A ata da reunião de dezembro do Federal Reserve mostra preocupação dos membros do comitê de política monetária com relação às medidas que o republicano pode adotar a partir de 20 de janeiro e sinalizam como isso pode mexer com a economia dos EUA

FALTA DE APETITE

Mais um dia de queda: bitcoin (BTC) perde marca dos US$ 100 mil após relatório positivo para novas vagas de emprego dos EUA

8 de janeiro de 2025 - 16:36

Sinais de um mercado de trabalho aquecido nos EUA reforçam temores de inflação, enquanto a possibilidade de juros elevados reduz o apetite por ativos de risco

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Futebol, ditados populares e a bolsa: Ata do Fed e dados de emprego nos EUA testam fôlego do Ibovespa e alívio no dólar

8 de janeiro de 2025 - 8:21

Comentários de Haddad na GloboNews ajudaram a sustentar segunda alta seguida do Ibovespa e queda do dólar

SD ENTREVISTA

Lula ‘não deu a menor bola’ para o dólar a R$ 6 — mas vai ser ‘esperto o suficiente para reagir’ e acabará cedendo, diz ex-BC Fabio Kanczuk

8 de janeiro de 2025 - 6:43

Para diretor de macroeconomia do ASA e ex-diretor do Banco Central, Fabio Kanczuk, cenário do mercado para 2025 é de crise

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar