Como lucrar com o Trump Trade: 4 investimentos que ganham com a volta do republicano à Casa Branca — e o dilema do dólar
De modo geral, os investidores se preparam para um mundo com dólar forte com Trump, além de mais inflação e juros

O tabuleiro dos ativos do mercado financeiro já começou a se movimentar com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos. De modo geral, os investidores se preparam para um mundo com dólar forte, além de mais inflação e juros — pelo menos no curto prazo.
A volta do republicano à Casa Branca deu um novo gás ao chamado Trump Trade, como ficou conhecido o movimento do mercado na expectativa das medidas econômicas do governo.
Tanto as bolsas norte-americanas como o dólar amanheceram em alta, com a perspectiva de cortes de impostos que impulsionem a economia e os resultados das empresas. Mas o impacto mais vigoroso veio do bitcoin, que alcançou as máximas históricas ainda na madrugada desta quarta-feira.
Por outro lado, as taxas dos títulos norte-americanos (Treasurys) dispararam, diante da visão de que o novo governo Trump será leniente com a questão fiscal nos EUA.
- Trump e cripto: relatório disseca como a volta do republicano à Casa Branca pode moldar o futuro da inovação financeira
Para o resto dos mercados, em particular o brasileiro, a vitória de Trump representa mais uma pressão negativa. Não por acaso, o Ibovespa inicia os negócios do dia em queda e o real se enfraquece ainda mais em relação ao dólar.
Como o mercado costuma se antecipar aos movimentos da economia e da política, a dúvida é se ainda é possível lucrar com o Trump Trade. O Seu Dinheiro traz para você a resposta e também aponta quatro ativos, aqui e lá fora, que tendem a ganhar com a mudança de inquilino na Casa Branca.
Leia Também
1 - Bitcoin e criptomoedas
O mercado financeiro não perde tempo. Os investidores começaram a ajustar as posições para uma vitória de Trump quando o adversário ainda era Joe Biden.
A substituição do atual presidente dos EUA por Kamala Harris como a candidata democrata embolou o jogo, mas de certo modo os preços no mercado já apontavam o favoritismo de Trump.
Nenhum ativo refletiu melhor as chances do republicano voltar à Casa Branca do que o bitcoin. Antigo crítico, Trump se "converteu" em defensor das das moedas digitais, o que empolgou a comunidade cripto.
Desse modo, a expectativa é que o novo governo retire as barreiras que ainda existem sobre esse mercado na maior economia do planeta.
Mas depois de uma alta acumulada de mais de 70% em dólares neste ano e nas máximas históricas, o bitcoin pode subir ainda mais ou as cotações atuais já refletem o cenário positivo para o mercado cripto?
"A vitória não só de Trump como também a de candidatos pró-cripto na Câmara e no Senado sugere uma nova fase para o setor, com maior clareza regulatória esperada", diz Valter Rebelo, analista de criptoativos na Empiricus Research.
Assim, as criptomoedas têm espaço para testar novos patamares mesmo após a reação forte de hoje. Rebelo vê potencial para o bitcoin cruzar a marca dos US$ 150 mil — ou seja, ainda pode dobrar em relação aos níveis atuais.
Vale ponderar que qualquer exposição a criptomoedas deve ocorrer de forma comedida. Dado o alto risco e volatilidade desse mercado, os especialistas apontam de 1% a 2% do portfólio em cripto.
2 - Bolsa americana
Uma primeiras medidas econômicas de Donald Trump após reassumir a presidência dos Estados Unidos deve ser um pacote de corte de impostos. Essa política deve representar dinheiro na veia das empresas norte-americanas, incluindo aquelas com ações em bolsa.
As empresas da chamada velha economia são as que mais têm a ganhar com Trump. Isso inclui as ações dos bancos e da indústria do petróleo, por exemplo.
Mas nem todas as companhias devem se beneficiar de um governo Trump, pelo menos em um primeiro momento.
Para a equipe do UBS Wealth Management, o setor de tecnologia deve sofrer no curto prazo com as tarifas que administração deve impor sobre produtos de fora. "Mas não acreditamos que isso deva superar a história do crescimento estrutural no médio prazo", escreveram os analistas.
O banco suíço projeta o S&P500, principal índice das bolsas norte-americanas, em 6.600 pontos no fim de 2025, o que representa um potencial de alta de 15% em relação ao fechamento de ontem.
ASSISTA TAMBÉM: TRUMP ELEITO: E AGORA, O QUE SERÁ DA MAIOR ECONOMIA DO MUNDO?
3 - Ouro
Um dos efeitos colaterais das políticas de Trump deve ser uma inflação rodando acima dos níveis históricos nos Estados Unidos. Além disso, os cortes de impostos tentem a piorar o déficit fiscal da economia norte-americana. Nesse sentido, ativos de proteção e reserva de valor ganham destaque.
A expectativa para a vitória de Trump já levou parte do mercado a se refugiar no ouro, que alcançou marcas históricas neste ano. Curiosamente, o metal reage em queda nesta quarta-feira, mas a ampla expectativa do mercado é de novas altas.
Vale lembrar que, além da inflação, o ouro também costuma ser o ativo preferido como proteção contra o cenário geopolítico.
4 - Uma ação brasileira
Enquanto a vitória de Trump pesa sobre a bolsa brasileira, uma ação brilha praticamente sozinha nesta quarta-feira na B3: a Gerdau (GGBR4). E não é por acaso.
Os papéis da siderúrgica sobem mais de 5% após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Mas parte da reação positiva do mercado hoje vem do Trump Trade.
Afinal, a Gerdau tem parte relevante das operações nos Estados Unidos e tende a ganhar com medidas como a imposição de tarifas ao aço estrangeiro e corte de impostos.
Além disso, as ações da Gerdau estão baratas na comparação com as concorrentes norte-americanas e ganham com um dólar forte em relação ao real, de acordo com o BTG Pactual.
O dilema do dólar
Por falar em dólar, boa parte do Trump Trade indicado nesta matéria envolve posições diretas ou indiretas na moeda norte-americana. Mas ainda que a visão geral seja a de um dólar forte, a trajetória do câmbio na nova gestão do republicano não é consenso.
Isso porque, na comparação com outras moedas fortes, boa parte do ajuste já aconteceu, de acordo com o UBS. Isso significa que hoje há mais espaço para o dólar cair do que se fortalecer ainda mais, na visão dos analistas.
Enquanto isso, a moeda norte-americana também vem dando uma boa surra no real ao longo deste ano. Mas nesse caso, o destino do câmbio hoje depende mais do governo brasileiro. Isso porque a vitória de Trump aumenta a urgência do anúncio de medidas de ajuste fiscal.
Se o governo anunciar algum pacote consistente de corte de gastos, a tendência é que a pressão sobre o câmbio diminua. Do contrário, a moeda pode testar novas máximas e atingir rapidamente o patamar de R$ 6,00.
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado
Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta preço-alvo das ações BBSA3
Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço
Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos
De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%
Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG
Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG
“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?
Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos
FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF
UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”
Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA
Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas
O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo